EVENTO INTERNACIONAL NO RIO DEBATERÁ PROJETOS ATUAIS DO SETOR NUCLEAR NO BRASIL E AS PERSPECTIVAS DE NOVAS USINAS | Petronotícias




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EVENTO INTERNACIONAL NO RIO DEBATERÁ PROJETOS ATUAIS DO SETOR NUCLEAR NO BRASIL E AS PERSPECTIVAS DE NOVAS USINAS

Angra-3-FOTO-e1385153496875-300x264O setor nuclear brasileiro terá, dentro de alguns dias, importantes e decisivos momentos. Além do início do roadshow para atrair investidores para a usina de Angra 3, a indústria vive a expectativa em torno do “World Nuclear Spotlight”, evento internacional que acontecerá entre 3 e 5 de abril, no Rio de Janeiro. O primeiro dia do encontro terá um painel exclusivo para abordar quais são os projetos atuais em desenvolvimento no Brasil, além da perspectiva dos empreendimentos futuros. Para tal, um time de executivos das principais empresas do setor foi formado para fazer apresentações de diversos temas, desde o desenvolvimento de recursos humanos até a avaliação de impactos ambientais para as próximas usinas nucleares no país.

O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, fará uma apresentação sobre o papel da energia nuclear na matriz energética brasileira e a demanda futura por energia. Estudo elaborado pela própria Eletronuclear, em meados do ano passado, demonstra o impacto positivo que as plantas nucleares podem trazer para o sistema elétrico. No caso específico de Angra 3, segundo cálculos apresentados pela empresa, com a entrada da usina, a economia poderá chegar a R$ 900 milhões anuais, já que os gastos com o despacho de térmicas serão menores. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é  obrigado a despachar, de forma contínua, usinas térmicas a diesel com tarifas acima de R$ 700/MWh, enquanto que o valor da tarifa de Angra 3 será de R$ 480/MWh.

O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães

O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães

Além de Angra 3, o MME declarou que o Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) prevê a construção de quatro a oito usinas nucleares no País. Cenário que tende a ser confirmado pelo PNE 2050, que deve ser publicado em breve. Com esta perspectiva, o chefe do Departamento de Desenvolvimento de Novos Empreendimentos da Eletronuclear, Marcelo Gomes, fará uma apresentação durante o Spotlight sobre avaliações estratégicas e de impacto ambiental para as próximas plantas nucleares no país.

No entanto, a questão nuclear brasileira não se resume apenas à geração de energia. Prova disso é desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que também será tema de apresentação no Spotlight. O projeto será detalhado pelo coordenador técnico do empreendimento, José Augusto Perrotta. O projeto, como se sabe, dará autossuficiência ao Brasil na produção de radioisótopos usados na fabricação de radiofármacos, fundamentais hoje no setor da saúde. Além disso, o RMB será utilizado também para testes de irradiação de combustíveis nucleares e de materiais e as respectivas análises pós-irradiação e para pesquisas científicas com feixes de nêutrons em várias áreas do conhecimento.

O painel sobre o Brasil terá ainda apresentações sobre o ciclo do combustível nuclear no país, feita pelo presidente da INB, Carlos Freire; e também palestra sobre o desenvolvimento de recursos humanos, com o especialista da FGV Marco Tulio.

Além das empresas nacionais, também estarão presentes representantes de importantes companhias internacionais, que abordarão os benefícios da energia nuclear, tecnologias e aceitação pública da fonte. Membros do governo brasileiro também estão confirmados para o primeiro dia do Spotlight, como o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Vasconcellos Barral Ferreira, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Reive Barros, e o secretário do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Antônio Capistrano.

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O presidente da ABDAN, Celso Cunha

Pela programação, é possível ver que será um grande evento. São nomes de nível mundial que estarão presentes fazendo apresentações. Também participarão as 12 pessoas que compõem o board da  World Nuclear Association (WNA). Isso trará uma repercussão enorme e aproxima toda uma sabedoria mundial do nosso mercado”, comentou o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, em entrevista ao Petronotícias. A Abdan, junto com a WNA, organiza a edição brasileira do evento.

O segundo dia de Spotlight terá uma reunião fechada entre 12 tomadores de decisão de alto nível do Brasil e outros 12 de fora do país. O objetivo é discutir soluções e prestar apoio ao programa nuclear brasileiro. E no dia 5 de abril, último dia do evento, haverá uma visita técnica à Angra 2 e Angra 3. A programação completa e o formulário para inscrições estão disponíveis no site oficial do Spotlight.

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