EXECUTIVOS APONTAM DESAFIOS DA EXPLORAÇÃO NÃO CONVENCIONAL NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –

José Almeida, da Frigstad Offshore..Alguns dos executivos presentes na 12ª rodada de licitações da ANP, no Rio de Janeiro, acreditam que a exploração não convencional encontrará alguns sérios desafios para se concretizar no Brasil. Pontos como custo de serviços, riscos ambientais e falta de infraestrutura foram apontados como as principais dificuldades. O Petronotícias faz a cobertura completa da rodada, com entrevistas com representantes do setor e o acompanhamento de todos os resultados.

O diretor da Frigstad Offshore, José Almeida (foto), contou que fez recentemente uma consultoria para uma grande empresa de serviços internacional e os resultados apontaram uma grande diferença de preço na perfuração e preparação de poços entre o mercado nacional e o norte-americano.

“Lá uma poço não convencional custa pouco mais de três milhões de dólares, enquanto aqui, o mesmo poço – e isso eu falo em relação a um poço sem grandes complexidades -, deve sair por uns 10 milhões de dólares”, afirmou, destacando que a falta de equipamentos, serviços e equipes qualificadas para este tipo de exploração no Brasil também são fatores complicadores.

Outro ponto indicado como complicado por Almeida é a falta de gasodutos no país e os gargalos de infraestrutura e escoamento do gás. Para ele, blocos localizados em regiões mais isoladas, distantes de linhas de transmissão ou de gasodutos, dificilmente encontrarão compradores interessados.

O consultor da Georisk Antônio Catto, que participou da fundação da HRT, contou que prestou serviços a uma operadora habilitada para a rodada e destacou que a questão ambiental deve gerar muitos problemas paras o desenvolvimento da exploração não convencional no Brasil.

“É uma questão complicada, como muitas variáveis, mas em determinadas situações há risco de afetar o lençol freático. Esse risco não ocorre sempre, apenas em algumas situações, mas ainda assim é um ponto muito delicado, que deve gerar dificuldades também no licenciamento”, afirmou.

Apesar de apontarem dificuldades  e desafios, ambos os executivos afirmaram que estão torcendo pelo sucesso da rodada, que pode trazer novos investimentos e mais desenvolvimento para o país.

Serão leiloados 240 blocos exploratórios terrestres, em sete bacias sedimentares, com potencial para gás natural. A rodada envolve áreas em 12 estados brasileiros, contando com uma área total ofertada de 168.348,42 Km². Os blocos estão localizados nas bacias de Parnaíba, Paraná, Acre-Madre de Dios, Sergipe-Alagoas, Parecis, São Francisco e Recôncavo.

Foram habilitadas 21 empresas para o certame, sendo 10 brasileiras – Petrobrás, Copel, Cowan, Bayar, Eneva, Ouro Preto Óleo e Gás, Nova Petróleo, Petra Energia, Tradener e Tucuman – e 11 estrangeiras – GDF Suez, Total, El Paso, Petrogal, Gran Tierra, Repsol YPF, RWE, Shell, Petrominerales, Geopark e Trayectoria Oil & Gas.

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