FALTA DE INSUMOS E PREÇOS DESCONTROLADOS ATINGE EM CHEIO MERCADO DE TINTAS NO BRASIL
O ambiente de negócios para as indústrias não anda nada bom. Depois de um aumento sem precedentes do aço no Brasil, agora o setor tem sentido a escassez de matéria-prima em diversos segmentos, além da alta de preços. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que em outubro a falta de insumo atingiu os maiores patamares desde 2001 em 14 dos 19 segmentos da indústria. Diante do cenário, muitas empresas tiveram que reduzir o ritmo da produção. Quem consegue produzir normalmente, enfrenta a falta de embalagens. Por consequência, a escassez e o câmbio têm impactado na alta de preços.
A Anjo Tintas, uma indústria de tintas que está no mercado há mais de 30 anos, tem sentido os reflexos desses problemas. A empresa tem enfrentado a falta de embalagens metálicas, papelão e plásticos. Além disso, está pagando mais caro em resinas, embalagens, aditivos e pigmentos. Filipe Colombo, CEO da companhia, disse que “O crescimento poderia ser muito maior. Poderíamos estar faturando cerca de 80% a mais de julho até dezembro caso não estivéssemos enfrentando a falta de embalagens e matéria-prima no mercado. Além da escassez para a produção de tintas, há também uma inflação generalizada nos insumos, o que deve levar para um cenário de alta de preços e incertezas para 2021.”
Apesar disso, mesmo em um ano de crise econômica no país devido a Covid-19, a empresa espera faturar neste ano R$ 600 milhões, valor acima do esperado devido à crise e que se deve também à retomada da economia e ao desejo do consumidor de investir mais em reformas em casa. No total, o crescimento chega a cerca de 10% no ano, com destaque para a linha de tintas automotivas (+21,5%), imobiliária (+16%) e tintas para embalagens (+15%).
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