FECHOMETAL INGRESSA NO MERCADO NORTE-AMERICANO E BUSCA NOVOS NEGÓCIOS NO EXTERIOR

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) – 

josé amorimCom a baixa perspectiva de negócios no atual momento da indústria nacional, as empresas brasileiras do setor de óleo e gás estão apostando em mercados estrangeiros e vêm investindo cada vez mais na exportação de bens e serviços. Essa tem sido a solução encontrada pela Fechometal, fabricante de equipamentos e produtos que aos poucos consolida um amplo processo de internacionalização de sua base de clientes. A empresa está buscando iniciar atividades no mercado norte-americano e continua ampliando sua gama de representações em países vizinhos, conta o diretor da Fechometal, José Amorim. Já presente por meio de representantes no México, na Colômbia e no Equador, a companhia avalia hoje expandir seu foco também para os mercados do Chile e da Bolívia. Ao passo que a queda na quantidade de investimentos da indústria brasileira tem se agravado ao longo dos últimos meses, com um recorrente cancelamento de contratos, a fornecedora segue acelerando seus planos estratégicos para a competição internacional. Com foco na obtenção de novos projetos, a empresa se movimenta para atuar junto da Apex nos Estados Unidos e será a única empresa brasileira a expor em uma feira que acontecerá em Miami no final de janeiro. O objetivo da Fechometal é ampliar a carteira de clientes estrangeiros mantendo o processo de fabricação no Brasil, explica Amorim, que enxerga atualmente na companhia uma estrutura sólida para crescer. “O investimento agora é no mercado externo. Temos bastante disponibilidade, estrutura física e financeira para crescer. Hoje nossa situação é bem sólida, podemos suportar esse investimento”, afirma o executivo.

Que passos a empresa tem tomado para se internacionalizar?

No momento, estou preenchendo fichas para cadastrar a empresa junto da Apex em Miami. Estamos implementando uma distribuidora na região, e estou fazendo a habilitação para podermos usar a estrutura deles. Vou para lá abrir a empresa em dezembro, e logo em janeiro já estaremos participando de uma feira de finalização, a ATSSA. Ela vai de 29 de janeiro a 2 de fevereiro do ano que vem, em Nova Orleans,  e seremos os únicos brasileiros expondo.

A Fechometal encontra hoje um bom espaço nesse mercado?

O mercado de lá é muito grande, temos bastante chance de entrar. A nossa intenção é abrir uma operação bem devagar, passo a passo, para não botar os pés pelas mãos. Teremos um escritório de apoio, mas a fabricação vai sempre ser feita aqui no Brasil.

A companhia vem atuando em projetos no México?

Já abrimos representações no México, na Colômbia e no Equador. No momento, temos uma consultoria especializada buscando representantes para abrir outra representação no México, dessa vez na parte central. Nós vamos vender diretamente daqui, sem montar escritório no país. 

Há algum outro país sendo estudado?

Não para começar operação, mas temos intenção de abrir representações no Chile e na Bolívia também. 

Esse trabalho já tem dado retorno em vendas?

Ainda é muito novo, não começamos a vender. Por enquanto não tive resultado nenhum. Já fizemos o contato, acertamos e temos acordo assinado, agora resta apenas a parte legal. No último mês, durante a OTC Brasil 2015, estive também com um representante da Colômbia que veio ao Brasil para conhecer o mercado, mas ainda não fechamos contrato. 

Que avaliação a empresa faz hoje do mercado brasileiro?

Infelizmente, não espero muita coisa do mercado brasileiro pelos próximos dois ou três anos. Esse nosso projeto de internacionalização é antigo, e aceleramos em função do cenário estar desse jeito. A expectativa para 2016 é que seja ainda pior que este ano, a meu ver. A nossa empresa pega contratos do meio para o final das obras, e no momento ainda vendemos para alguns projetos que estão sendo finalizados. Mas, sem a perspectiva de novos investimentos, a tendência é de que fique bem pior quando eles terminarem. 

Esse falta de novos projetos já vem sendo sentida pela companhia?

Recentemente, tive um pedido cancelado de um cliente do Comperj. É um dos poucos que está trabalhando lá, do consórcio PEAG, e não sei se vai voltar. Eles pararam por causa da greve e cancelaram o pedido, mas já ouvi dizer por outras fontes que vão parar de vez. 

Eles deram alguma sinalização?

Disseram que depois voltam a conversar. Mas não pediram para suspender, pediram para cancelar, e quando é assim é porque não tem perspectiva mais à frente. 

Existe algum planejamento de investimento para o próximo ano?

O investimento agora é no mercado externo, e nosso aporte na indústria naval será zero no ano que vem. Na América do Sul, a ideia é continuar trabalhando com representantes, que vão fazer o contato, efetuar a venda e entregaremos os produtos daqui. Temos bastante disponibilidade, estrutura física e financeira para crescer. Hoje nossa situação é bem sólida, podemos suportar esse investimento.

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