FEDERAÇÃO DOS PETROLEIROS APONTA POLÍTICA DE PARIDADE DE PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS COMO O MOTIVO DO RISCO DE DESABASTECIMENTO

navioA Petrobrás chamou a atenção para o problema ao registrar o que chamou de “movimento atípico” nas encomendas de combustíveis no mês de novembro e alertou sobre o risco de desabastecimento. A agência reguladora, ANP, colocou panos quentes e disse que não há riscos. Hoje (20), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) colocou a mão no problema  e confirmou o alerta da Petrobrás: “há mesmo  risco concreto de desabastecimento do mercado interno de combustíveis”. Mas, ao contrário da Petrobrás, que alegou o movimento atípico, a FUP aponta a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) adotada pela companhia, como o problema principal. Para os petroleiros, a empresa reduziu a capacidade de produção interna de combustíveis e ampliou a dependência de importações de derivados por terceiros.

Em um comunicado divulgado esta manhã, a FUP diz que há cinco anos vem chamando a atenção para os riscos embutidos no PPI, política implantada em 2016 pelodeyvid então presidente da estatal, Pedro Parente, e seguida por Joaquim Silva e Luna, à frente da atual gestão da companhia. “Com isso, a Petrobrás, diz –  o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar (foto à direita),  – que antes era a grande importadora dos derivados, praticamente saiu desse mercado. O Fator de Utilização (FUT) das refinarias no Brasil caiu de 94% para 70%, favorecendo a importação de combustíveis e entregando cerca de um terço do mercado nacional de derivados para os importadores privados”.

Para o dirigente, “a Petrobrás poderia estar utilizando a capacidade máxima de refino das suas refinarias, aumentando dessa forma a produtividade e, consequentemente, reduzindo os custos unitários de produção desses derivados de petróleo para vender no mercado nacional a um preço mais justo, tendo como base os custos unitários,  e mais nacionalizados,  de produção de cada derivado, e não ligados ao PPI”.

Ele observa ainda que “esses importadores privados só vão importar se puderem cobrar preços que garantam suas margens. E como a Petrobrás praticamente não importa mais, o mercado doméstico corre risco iminente de ficar desabastecido. Esse é o PPI, refém dos importadores. O PPI só facilita vida de refinarias de outros países e desgasta a imagem da Petrobrás perante a população brasileira, fazendo com que a estatal perca grau de participação no mercado nacional de combustíveis”.

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