FEDERAÇÃO DOS PETROLEIROS SUSPEITA DE VIOLAÇÃO DE REGRAS NA CONTRATAÇÃO DE DOIS FPSOs DA PETROBRÁS PARA BÚZIOS
Os grandes vícios do setor de licitações parecem se repetir. E enquanto não houver uma mão firme para desvendar todos esses “segredos” que a desacreditada diretoria de compliance da companhia nem ousa meter a mão, as situações se repetirão. Ao que se tem informação, nem o novo presidente da empresa, Caio Paes de Andrade, ainda se debruçou sobre esse grave problema interno que pode, de alguma maneira, manchar sua administração. Só este ano foram desvendados os problemas na licitação do HDT de Paulínia, do heliponto da P-53 e da UPGN do Comperj. Agora uma nova suspeita é ressaltada pela Federação dos Petroleiros da companhia, a FUP. Tema que já foi informação aqui no Petronotícias. Seus dirigentes estão vendo com preocupação o acordo firmado com a Keppel Shipyard Limited, de Cingapura, anunciado ontem (15) pela Petrobrás, para a contratação da plataforma P-80, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, e alerta para possível violação de regras de concorrência na licitação para a construção desta embarcação e da P-82, além da oferta adicional da P-83, também em Búzios. Isso porque empresas do mesmo grupo econômico — a Keppel Shipyard e a Sembcorp Marine — foram as únicas a apresentar propostas nas licitações. A operação de fusão das duas empresas, concluída em abril último (52% Keppel e 48% Sembcorp), está em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A FUP e a Anapetro (a associação que reúne petroleiros acionistas minoritários da empresa) estudam solicitar ao Tribunal de Contas da União (TCU) investigação sobre as encomendas dessas plataformas.
“Muito estranhamente o processo de licitação da P-80 contou com apenas duas propostas de duas empresas do mesmo grupo econômico, com preços diferenciados”, afirma Deyvid Bacelar (foto à direita), coordenador-geral da FUP. A Federação reivindica ao Conselho de Administração da Petrobrás que tenha acesso ao relatório da comissão de licitação e aos estudos de viabilidade técnica e econômica feitos pela área de Exploração e Produção (E&P) da estatal: “O objetivo é dirimir suspeitas de fraudes à licitação, decorrentes de práticas de fixação e de cobertura de preço. Precisamos saber o que levou a Petrobrás a fechar esse preço e qual a justificativa para contratar tudo no mesmo grupo econômico. Por que validar uma concorrência em que só participaram empresas do mesmo grupo econômico?”, pergunta Bacelar, com base em questões apontadas pelo Departamento Jurídico da FUP.
Para lembrar, após as negociações, a Petrobrás acordou preço de cerca de US$ 2,92 bilhões para a P-80, assegurando desconto de 2% sob o valor original da proposta. No caso da P-82, o preço final ficou em US$ 2,80 bilhões, pois o edital previa que a segunda unidade seria contratada por 95,8% do valor do primeiro FPSO. Já o Sembcorp Marine apresentou preços bem mais altos, superando o patamar de US$ 3,60 bilhões.
A FUP questiona também o motivo pelo qual a Petrobrás se recusou a dividir os módulos da plataforma separados do casco, o que permitiria a entrada de mais grupos na concorrência. “Do jeito que ficou, só os grandes grupos têm condição de construir a embarcação”, diz Bacelar, lembrando que, depois da fusão, o único grupo de grande porte de construção naval em Cingapura é a Keppel. “Por que não separou a planta de processo e dividiu em módulos para garantir mais concorrentes, conteúdo local maior e mais empregos no Brasil? Outras empresas poderiam fazer a planta de processo e o setor de engenharia da Petrobrás faria o que sempre fez, que é gerenciar as interfaces dos contratos”, observa o dirigente da FUP, lembrando que a Petrobrás está contratando 14 plataformas na Ásia, em detrimento da construção naval brasileira, e exportando, com isso, cerca de 1,5 milhão de empregos que poderiam ser gerados no país.
Dividir os módulos do casco para ter mais atrasos e gastar mais?
A Petrobras de Bolsonaro, Paulo Guedes e séquito preza sempre em favorecer o capital estrangeiro em detrimento ao nacional, sem observar a responsabilidade social nas mega contratações conduzidas nas estatais brasileira. A modelagem apresentada pela Petrobras na contratação da P-80 favorece apenas aos empresários chineses. Por qual razão não efetuar pacotes de contratações dentro do mesmo BID, nos moldes da contratação das P58 e 62? Naquela ocasião, a Petrobras efetuou, dentro de um mesmo BID diversas contratações (do navio, Conversão e adaptação do casco, Construção dos Módulos, Montagem e Interligação dos Módulos, integração dos Módulos no FPSO, comissionamento e partida… Read more »
Desacreditada é a FUP perdida nos seus devaneios fora da realidade e sem nenhuma, absolutamente nenhuma, credibilidade com a base Petroleira.