FEDERAÇÃO DOS PETROLEIROS ENTREGA REIVINDICAÇÕES À PETROBRÁS E DESAFIA O PRESIDENTE DA EMPRESA PARA UM DEBATE
A diretoria da Federação Única dos Petroleiros (FUP) entregou à Petrobrás na tarde uma pauta de reivindicações da categoria petroleira no processo de aprovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2020. Em reunião virtual com representantes da área de Recursos Humanos da empresa, diretores e diretoras da FUP exigiram previsibilidade nas ações da companhia em relação a seus trabalhadores, o que inclui negociar com os representantes sindicais medidas como o retorno às atividades presenciais durante a pandemia de Covid-19 e as regras para implementação do teletrabalho. Como o prazo de conclusão das negociações do novo acordo termina em 31 de agosto, a FUP também reivindicou a extensão das regras do atual acordo até 31 de dezembro de 2020, fim do período de calamidade pública no Brasil, conforme Decreto Legislativo, ou até a aprovação do novo ACT, caso ocorra antes dessa data. Aproveitando as possibilidades das novas ferramentas tecnológicas, a diretoria da FUP reforçou seu convite para um debate com o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, feito em live promovida pela federação há algumas semanas.
A pauta de reivindicações dos petroleiros foi elaborada no 18º Congresso Nacional da FUP (Confup), que terminou no último domingo (19/7). O congresso foi realizado em ambiente virtual e reuniu cerca de 280 delegados, eleitos pelos 13 sindicatos filiados à federação, cujos congressos regionais reuniram mais de 700 delegados, segundo a FUP. Os participantes dos congressos regionais e do Confup incluíram nas reivindicações as críticas à venda de ativos que vem sendo promovida pela atual gestão da empresa, que se configura como uma privatização “em partes”, e também às “ punições de grevistas que participaram da greve histórica de fevereiro e de dirigentes sindicais,” diz o comunicado.
A FUP propõe que tais regras do teletrabalho sejam negociadas coletivamente, com participação dos representantes sindicais, e não individualmente, como a empresa sugeriu fazer. Além disso, a federação propõe que a adesão ao teletrabalho seja opcional; que a empresa adote mecanismos de controle da jornada dos trabalhadores dessa modalidade, a fim de preservar a saúde psicológica das pessoas; que a empresa assuma os custos, incluindo não apenas mobiliário, mas também equipamentos e segurança tecnológica; e que verifique regras de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) nos domicílios de quem aderir à nova forma de trabalho.
A diretora de Administração e Finanças da FUP, Cibele Vieira(foto a direita), disse que “Não somos contra a tecnologia. Ela, inclusive, está nos possibilitando nos reunir à distância e continuar debatendo e negociando. Mas a tecnologia tem de ser usada para gerar riqueza para todos, não apenas para o mundo corporativo. Por isso é preciso que o teletrabalho seja negociado entre a Petrobrás e seus trabalhadores. A companhia adotou projetos-piloto de teletrabalho a partir de 2018, e desde então não conseguimos negociar regras para isso.”
Na entrega virtual da pauta de reivindicações, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar(foto principal), ressaltou a disposição da entidade em negociar com a gestão da empresa: “Há uma intenção permanente e constante de estabelecer um processo de negociação. Mas esse processo tem de ser bem feito, sem açodamento ou pressa. Nossa pauta de reivindicações faz parte de um processo de construção coletiva, um processo amplo e participativo. Queremos construir algo que seja interessante para as duas partes, para trabalhadores e trabalhadoras e para a empresa. Por isso prezamos muito pelo espaço de negociações.”
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