FLUKE APONTA QUE DIVERSIFICAÇÃO DE NEGÓCIOS É UM DOS CAMINHOS PARA ENFRENTAR A CRISE DESENCADEADA PELA COVID-19
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A pandemia da Covid-19 trouxe um desafio enorme que transcende a esfera da saúde. O novo coronavírus ataca também a economia de uma forma brutal e superar esse momento difícil tem sido a principal pauta dos últimos dias nas diretorias das empresas do setor de óleo e gás. Hoje (13), o Petronotícias entrevista o Gerente de Contas Estratégicas de Óleo & Gás, Petroquímicas e Químicas da Fluke do Brasil, Marco Gonçalves, para saber como a empresa – e o setor de fornecedoras do mercado de petróleo, de maneira geral – estão se preparando para superar esta crise causada pela Covid-19. “A diversificação de produtos/aplicações, o atendimento personalizado e treinamentos são pontos-chave para que possamos atuar ativamente, mesmo em cenários desfavoráveis”, afirmou o executivo.
O senhor poderia começar nos dando uma visão de como empresas que fornecem para Oil&Gas, como é o caso da Fluke, estão se preparando para conviver neste cenário desafiador?
A diversificação de produtos/aplicações, o atendimento personalizado e treinamentos são pontos-chave para que possamos atuar ativamente, mesmo em cenários desfavoráveis. No caso dos equipamentos e serviços da Fluke, muitas atividades onde nossos equipamentos são empregados são consideradas como atividades/serviços críticos. Por exemplo: calibração de processos no qual as unidades, plataformas, FPSO’s, refinarias, etc. precisam do serviço para continuarem operando com segurança e lucratividade. Eficiência e confiabilidade são importantes em cenários de crise e é justamente o valor que propomos para nossos clientes de O&G, além de um serviço e atendimentos personalizados (mesmo que online), onde contamos com equipes internas e externas para suportá-los não somente com equipamentos, mas com know-how e treinamentos online (junto a iniciativa Fluke Academy), apoiando o cliente em todas etapas de seu processo.
Qual será o principal desafio para as empresas fornecedoras de Oil&Gas durante esse período de baixa do mercado?
Manter a operação rodando, mesmo baixando os índices de produção, até que o mercado se recupere é o principal desafio. Dar manutenção aos custos operacionais, mantendo empregados e se posicionando proativamente para que haja confiança do mercado; e acionistas também voltem a investir nas empresas, pois espera-se que este período passe, já que outras matrizes energéticas ainda não possuem potencial para atender as demandas, pelo menos nas próximas décadas, e o mundo ainda precisa de petróleo e seus derivados.
Quais são os fatores fundamentais para que o mercado de óleo e gás volte a ter condições favoráveis?
A retomada da demanda mundial e respectivo aumento/estabilização do preço do barril de petróleo serão cruciais para que o mercado se recupere, a começar pelas grandes potências (EUA, China e Europa). Pois o Brasil precisa também exportar seus derivados (levando em conta a alta do dólar exportar se torna lucrativo na balança comercial), mas também em nosso mercado interno pois em tempos de necessidade de retomada de crescimento energia disponível e de baixo custo são cruciais para (literalmente) dar um “gás” no crescimento.
Acredita que a retomada do setor de Oil&Gas se dará de forma lenta e gradual, como aconteceu depois da crise de 2015, ou ela terá uma maior velocidade desta vez?
A crise de 2015 se deu por diversas questões entre elas (e não limitadas a elas) políticas, corrupção e controle estatal dos preços dos derivados, diversas falhas na estrutura e de estratégia da Petrobras etc. Mas hoje vivemos um cenário diferente, também crítico e com forte impacto como em 2015, porém um cenário onde Petrobras já está melhor estruturada, com estratégia focada em continuar explorando o Pré-Sal (que hoje tem uma viabilidade técnica e menor custo de produção), com alguns dos leilões já realizados e venda de ativos para reinvestimento, novas embarcações e projetos em andamento, o que dá uma perspectiva a longo prazo que a empresa encontrou seu core business (exploração) e continuará investindo neste segmento.
Que medidas o governo deveria adotar para que as empresas ligadas ao setor de Oil&Gas consigam sobreviver durante esse período?
São necessários por parte do governo incentivos a toda cadeia de produção do segmento e também a retomada do consumo, as componentes que compõe a equação do PIB. Inclusive, elas são diretamente ligadas ao setor no Brasil, como incentivos fiscais para que as empresas e a população possam ter energia mais barata e passe a consumir mais (consumo impacta favoravelmente na composição do PIB e consequentemente na demanda por derivados); investimentos em infraestrutura (Gastos Governamentais) para que a produção seja melhor escoada; e a demanda pelos derivados aumente assim como a exportação do petróleo (saldo líquido da balança comercial positivo).
Quais medidas a Fluke tem adotado para enfrentar os desafios econômicos atuais?
A principal medida está na diversificação nos segmentos industriais que continuam aquecidos.
A empresa alterou de alguma forma o seu planejamento por conta da baixa do mercado de Oil&Gas?
A Fluke fornece equipamentos para diversas indústrias, como energia, alimentos e bebidas e data center. A atuação em tais segmentos permite que a companhia diversifique sua participação em mercados que continuam aquecidos.
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