FUNDO DE ENERGIA DO NORDESTE FINANCIARÁ R$ 13 BILHÕES EM NOVOS INVESTIMENTOS

O Fundo de Energia do Nordeste (FEN) deverá alavancar ao menos R$ 13 bilhões em novos investimentos no setor de energia no Brasil. Criado pelo governo federal por meio da Medida Provisória 677, o fundo financiará empreendimentos nos segmentos de geração e transmissão, e deve movimentar R$ 2,5 bilhões em recursos até 2037.

Os investimentos contam com participação de 49% da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Caso haja interesse da iniciativa privada em aportar mais recursos aos projetos, no entanto, a participação da companhia pode ser reduzida. “É uma solução que atende às necessidades das indústrias eletrointensivas do Nordeste, que continuam recebendo a energia para manter suas atividades e os empregos na região, e ao mesmo tempo alavancará recursos para gerar energia em todo o país, ajudando a reduzir o custo da eletricidade”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.

Os recursos do FEN deverão aumentar a capacidade instalada para geração de energia no Brasil em 5,4 GW até 2037. O objetivo inicial do fundo é garantir eletricidade a diversas indústrias eletrointensivas instaladas na região Nordeste, cujos contratos de fornecimento com a Chesf vencem neste mês de junho. Não renovar esses contratos colocaria em risco a permanência dessas empresas, responsáveis por uma receita de R$ 16 bilhões nas cadeias produtivas envolvidas e por mais de 145 mil empregos diretos e indiretos.

A energia produzida pela Chesf destinada a essas indústrias será liberada progressivamente para a redistribuição aos demais consumidores. A oferta de energia nova que beneficiará o Sistema Interligado Nacional (SIN) será quatro vezes maior que a energia liberada dos contratos da companhia.

As indústrias do Nordeste devem começar a se ajustar agora, diminuindo a energia contratada para dois terços do valor atual, e pagando com um reajuste de 22,5% nos preços. A Chesf aplicará parte dessa receita extra no FEN, responsável por financiar novos projetos de geração, e deverá ficar com os dividendos dos ativos ao longo de sua vida útil. Com esses aportes, será permitida a instalação de novas usinas em todo o país.