GE DESENVOLVE PROJETO PARA REDUZIR CUSTOS DE PERFURAÇÃO OFFSHORE NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Sergio SabedottiInaugurado este mês na Ilha do Fundão, o Centro de Pesquisas da General Electric já está engajado em vários projetos voltados ao setor de óleo e gás. Apesar de ter caráter global, a unidade vai focar suas pesquisas mais no mercado brasileiro, principalmente nas necessidades do pré-sal, e já traz algumas ideias que começaram a ser trabalhadas ainda em 2011, quando a companhia americana decidiu construir seu primeiro complexo de pesquisas na América Latina. Uma das principais áreas é o offshore, com destaque para os tubos flexíveis sendo desenvolvidos pela companhia no local, além de projetos voltados ao tratamento de água extraída junto com o petróleo de poços submarinos, e a minimização de custos de perfuração em águas profundas. O líder de sistemas offshore e submarinos da GE no Brasil, Sergio Sabedotti, conta que a empresa já tem parcerias com a Petrobrás e com a BG Brasil para alguns projetos e ressalta que quase todos os pesquisadores envolvidos são brasileiros. “O centro tem uma vocação para privilegiar as necessidades locais”, diz, ressaltando que isso não impede a possibilidade de exportação dos resultados.

As pesquisas que serão desenvolvidas no centro vão ser focadas no pré-sal e no mercado brasileiro, ou o intuito é atender também ao mercado global?

O centro tem uma vocação para privilegiar as necessidades locais, mas não quer dizer que o resultado das pesquisas feitas aqui não possa ser exportado. Só que quando vamos buscar a pesquisa, vamos procurar focar nas necessidades locais.

Quais são as pesquisas em andamento?

Temos pesquisas na área de separação submarina, de técnicas e equipamentos de perfuração, na parte de tratamento de água, vendo as necessidades em relação aos poços que vão se tornando mais maduros, com uma produção maior de água. Para isso, é preciso desenvolver tecnologias para tratar essa água, separando ela no solo submarino ou no topside da plataforma. Então já temos alguns projetos, não ainda com contratos, mas já com bastante tratamento dos nossos clientes para essa área.

Existe alguma diretriz interna estipulando um percentual de conteúdo local para ser praticado no desenvolvimento das pesquisas?

O que a gente procura é – usando nossos contatos nos outros centros de pesquisas da GE – maximizar o conteúdo local, em função até das necessidades dessas parcerias que temos com os operadores daqui. Eles têm uma demanda de conteúdo local para Pesquisa e Desenvolvimento, até por obrigação da legislação daquele 1% [a lei de P&D obriga as empresas a investirem 1% da receita bruta gerada pelos campos de grande rentabilidade ou com grande volume de produção, nos quais haja participação especial, em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento].

Mas vocês definiram algum percentual?

Não. Mas quase 100% do nosso quadro de pesquisadores são brasileiros. Porém existem vínculos com nossos outros centros de pesquisas. Por exemplo, a gente pode estar fazendo uma pesquisa em que o objeto dela foi iniciado em outro lugar, como no nosso centro em Nova York. Só que hoje está muito focado em necessidades locais.

Os projetos vão partir principalmente de demandas externas?

Nós temos três fontes geradoras de necessidade. Uma é o próprio operador, que pode apresentar uma demanda. A segunda é o próprio negócio, ou seja, o setor de óleo e gás da própria GE, que seria uma demanda interna. E, por último, aquelas ideias em que os pesquisadores acreditam, mas que não partiram de uma necessidade real da operadora ou dos nossos próprios projetos. É claro que a primeira demanda, a do cliente, é sempre a mais interessante.

Já receberam alguma demanda deste tipo?

Já. Temos uma de perfuração, que veio com a BG. É um sistema novo de perfuração para poços offshore. A ideia é tentar minimizar custo. Claro que 50% do custo de desenvolvimento de um campo é gasto em perfuração, então o objetivo é conseguir reduzir esse custo, mas não podemos dar detalhes. Também temos pesquisas na área de bombeamento, ainda sem contrato, mas já em conversas com a Petrobrás e com outras operadoras também.

Temos recebido reclamações de empresas que instalaram centros de pesquisas no Rio, mas que não estão recebendo recursos. Elas dizem que a indústria está repassando quase todos os recursos para a academia e não está procurando os integradores. Vocês sentiram isso de alguma forma nesse período de 2011 até hoje?

Não. Como nosso centro é novo, estamos naquela fase de trazer os clientes para perto, pesquisar, fazer workshop, etc. Claro que nosso interesse é trazer esse investimento em pesquisa para o centro, mas por enquanto não estamos sentindo essa situação que você colocou.

Como será a relação com a academia?

Já temos projetos com a academia. Já estamos fazendo um projeto de monitoramento de risers, que surgiu nos Estados Unidos e foi trazido para cá, em que estamos fazendo o trabalho junto com a UFRJ. 

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Lapmaster (Antiga Jonh Crane) e agora juntas Peter Wolters líder mundial em máquinas para Selos mecânicos e peças que precisam de Planícidade máquinas de Bancada para manutenção em plataformas.
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