GE OIL & GAS VOLTA ATENÇÃO PARA ÁREA SUBSEA NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

No início de julho deste ano, a General Electric anunciou a aquisição da empresa Lufkin, voltada ao setor de óleo e gás, por cerca de US$ 3,3 bilhões. O negócio faz parte da estratégia da gigante norte-americana, que aposta suas fichas no crescimento por meio da compra de outras empresas e do investimento em pesquisa e desenvolvimento. Seguindo esse modelo, a empresa vem abrindo duas linhas de frente também no setor de óleo e gás e, no caso do Brasil, ambas apontam fortemente para a área subsea. O presidente da GE Oil & Gas para a América Latina, João Geraldo Ferreira (foto à esquerda), contou que as conversas para novas aquisições continuam existindo, tanto em âmbito regional, como global, mas não revelou detalhes. No entanto, deixou claro: “subsea é um foco muito grande”. Com o mesmo princípio, o líder do Centro de Excelência de Sistemas Submarinos da GE no Brasil, Edson Nakagawa (foto à direira, abaixo), destaca que o principal foco das linhas de pesquisa da empresa no país é a produção subsea. Outra novidade é a instalação de uma universidade corporativa no Centro de Pesquisas da GE no Rio de Janeiro, onde haverá treinamentos para funcionários, clientes e fornecedores da empresa.

No ano passado, você me disse que a estratégia era crescer investindo em aquisições e pesquisa. Houve novas aquisições na área de óleo e gás?

João Geraldo – Fizemos uma recentemente, de uma empresa chamada Lufkin Technologies, sediada nos EUA, com operação na América Latina e 424 pessoas na Argentina. De forma pragmática, nós viemos implementando todos os planos ao longo do tempo, não só de forma regional, mas mundial. Com duas aquisições globais, saímos de praticamente zero funcionários na Argentina para mil e trezentos em um ano.

Houve alguma nova aquisição no Brasil?

João Geraldo – Não. Porém passamos a ter uma representação da Lufkin no país, particularmente no Nordeste.

Estão negociando alguma nova aquisição aqui?

João Geraldo – Nós temos tido um benefício muito grande de que todas as aquisições têm impactado a América Latina. Algumas delas têm impacto maior no Brasil, outras mais em outros países, mas eu diria que a nossa busca por complementar o portfólio é sem fim, porque a indústria não para de se desenvolver. Então as conversas continuam existindo, tanto em nível regional, quanto mundial.

Quais seriam os focos principais dessas possíveis aquisições?

João Geraldo – Temos alvos que envolvem nichos dentro da área de tecnologia. Um exemplo seria a utilização de um banco de dados para otimizar a operação de nossas máquinas. Existem outros hiatos no nosso portfólio, mas não vou entrar em detalhes agora. Posso te dizer que subsea é um foco muito grande.

Quais são os principais projetos que vocês planejam desenvolver na área de sistemas submarinos?

Edson Nakagawa – No Centro de Pesquisas aqui do Rio de Janeiro a área de sistemas submarinos ainda está praticamente começando, então estamos montando capacitação e projetos em colaboração com nossos clientes.

Em que áreas?

Edson Nakagawa – Em três áreas principais: perfuração em águas profundas; produção subsea – o principal foco –; e na área de escoamento, que dá suporte desde o poço até o ponto de entrega. Os projetos que pretendemos montar são projetos em negociação e priorização junto aos nossos clientes dentro dessas áreas de interesse. Para isso, temos parcerias com as principais operadoras do país.

Vocês têm algum projeto voltado para levar equipamentos da plataforma para o solo marinho?

Edson Nakagawa – Toda indústria está caminhando neste sentido. Temos uma linha de produtos para a área subsea e estamos discutindo alguns projetos específicos com nossos clientes para isso. Uma coisa que é conhecida são as linhas flexíveis, que temos fábrica aqui. O centro de pesquisas também vai ter estudos para o desenvolvimento contínuo delas.

Quando ficará pronto o centro de pesquisas?

João Geraldo – Nossa expectativa é inaugurar no segundo trimestre de 2014, provavelmente em junho.

Já há alguma atividade nele?

João Geraldo – O centro em si ainda não, porque está em fase de construção, mas nós temos cerca de 100 pessoas em espaços que alugamos da UFRJ, onde as pesquisas estão em andamento, os grupos estão sendo montados e os projetos em desenvolvimento. Mas o mais importante é que a gente endereça demandas.

Não há projetos independentes que surjam dos pesquisadores?

João Geraldo – A parceria é feita com a academia para endereçar uma determinada demanda de nossos clientes, mas, se for agregar valor, uma ideia adjacente que vá interessar, nós damos seguimento.

No ano passado você disse que o objetivo era chegar a 200 pessoas no centro de pesquisas. Ainda é esse o foco?

João Geraldo – Nosso objetivo final é chegar a 400 pessoas. Essa é uma jornada que o time local está desenvolvendo.

Edson Nakagawa – O tempo para ter esse total de pessoas não está definido, mas essa é a capacidade. Pretendemos ter metade desse total de pesquisadores e metade dos grupos de engenharia dos negócios, para que tenhamos uma sinergia e uma eficiência maior.

Há algum programa de capacitação pensado para auxiliar o centro de pesquisas?

Edson Nakagawa – Teremos um andar só para treinamento de pessoas, não só internas, mas também de nossos clientes. Os mais variados tipos de capacitação serão conduzidos lá.

João Geraldo – Será o centro de qualificação global, que é uma universidade corporativa voltada ao treinamento e qualificação de funcionários, clientes, parceiros e fornecedores, entre outros, em equipamentos GE ou mesmo em cursos de administração como gestão, negócios e finanças.

Qual o investimento em capacitação na área de óleo e gás para este ano?

João Geraldo – Em 2013, estamos investindo cerca de US$ 1 milhão para levar diversos programas de treinamento a aproximadamente mil profissionais da GE Oil & Gas na América Latina, número 50% maior do que no ano anterior. Os indicados para treinamentos funcionais ou de liderança vêm de 35 localidades da região, sendo que 60% pertencem ao time do Brasil e 40% estão divididos entre os demais países. 

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