GERAÇÃO DISTRIBUÍDA JÁ RECEBEU INVESTIMENTOS DE QUASE R$ 400 MILHÕES NO BRASIL

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br)

IMG_4325_2Um estudo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) identificou que já foi investido cerca de R$ 1 bilhão em redes elétricas eficientes no Brasil. De acordo com o líder de projetos smart grid na ABDI, Carlos Frees, o segmento que recebeu a maior parte dos investimentos foi o de geração distribuída (38,9%). Segundo ele, foram pré-aprovados R$ 1,5 bilhões do programa Inova Energia para os planos de P&D da Aneel, que incluem as soluções smart grid.

A ABDI integra um grupo de trabalho que discute um programa para o setor de smart grid, acompanhando normas, regulações, infraestruturas de comunicação e mão de obra necessárias, tributos, financiamentos e incentivos.

 O que define uma solução como smart grid?

É a capacidade de inserir a tecnologia de informação na inovação tecnológica, com base na comunicação interativa entre todas as partes da cadeia de conversão de energia. As smart grids conectam unidades descentralizadas de geração grandes e pequenas com os consumidores, para formar uma estrutura ampla de geração de energia, evitando sobrecarga da rede, já que durante todo o tempo é gerada  apenas a energia necessária. Por exemplo, os painéis solares não são, isoladamente, smart grid, mas, se integrados a uma gestão inteligente do consumo, passam a ser.

De que maneira as Redes Elétricas Inteligentes melhoram a eficiência energética?

Melhoram a eficiência por meio da utilização da capacidade de controle para acompanhar seu consumo e, no caso de um “prosumidor” (o consumidor que também produz), sua geração. Para as concessionárias, as redes elétricas inteligentes servem para possibilitar uma melhor gestão da demanda.

Em que tipos de soluções smart grid foi investido esse valor de mais de R$ 1 bilhão?

São nove áreas de tecnologia. A que recebeu a maior parte dos investimentos foi o de geração distribuída (38,9%).  Depois vêm inserção de veículos elétricos (9,65%), automação da distribuição (9,32%) e medição inteligente (8%). As outras são gestão de consumo, edifícios inteligentes, tecnologia de informação, telecomunicações e armazenamento de energia.

Esses investimentos vêm apenas das concessionárias?

Não. Já foram pré-aprovados R$ 1,5 bilhões a partir do Inova Energia para os planos de P&D da Aneel, mas ainda não foi divulgado como esses recursos serão aplicados. Na área de smart grid, seriam os segmentos eólico, biomassa e veículos elétricos.

Como são identificadas essas necessidades de investimento?

Mundialmente, os países se reúnem para discutir os conceitos de smart grid. No Brasil, um grupo de trabalho, envolvendo Ministério de Minas e Energia, ABDI, Aneel, Anatel, Finep, MPE, entre outros, discute um programa para o setor. Identificamos a capacidade da indústria e acompanhamos normas e regulações, infraestruturas de comunicação e mão de obra necessárias, tributos, financiamentos e incentivos. Mas não é só mapear o mercado, precisamos identificar os gaps e sugerir ações focadas no Plano Brasil Maior para a política industrial.

Como as soluções de smart grid podem melhorar o cenário energético brasileiro?

Precisamos de fontes complementares. Com mais geração distribuída e smart grid ativo, a eficiência seria maior e a crise, causada pela dependência de água reservada, seria menor.

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