GOVERNO SE CONTRADIZ, CEDE À PRESSÃO DE OPERADORAS E PREPARA FLEXIBILIZAÇÃO DO CONTEÚDO LOCAL | Petronotícias




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GOVERNO SE CONTRADIZ, CEDE À PRESSÃO DE OPERADORAS E PREPARA FLEXIBILIZAÇÃO DO CONTEÚDO LOCAL

Magda-Chambriard_O governo brasileiro parece não ter ficado satisfeito com o aumento do desemprego no país, que fechou 1,2 milhão de vagas nos últimos 12 meses, e prepara um decreto que deve minar ainda mais as esperanças da indústria nacional por novas contratações. A nova surpresa é uma medida para flexibilizar as regras de conteúdo local no setor de petróleo, como forma de atender à pressão que vinham fazendo as petroleiras nos últimos tempos, incluindo a Petrobrás, que já pagou centenas de milhões em multas por optar descumprir as obrigações contratuais relativas ao conteúdo local. A indústria estava confiando no discurso da própria presidente Dilma Rousseff feito no dia 15 de maio, no porto de Suape. E ela foi bem clara no que dizia: “Podem ter certeza, a política de conteúdo local veio para ficar”. Pelo jeito ninguém sabe mais no que acreditar, já que a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard (foto), confirmou nesta terça-feira (27), durante a abertura da OTC Brasil, que o decreto está sendo de fato preparado.

“Concluímos a primeira fase”, disse Magda, explicando que alguns equipamentos já atingiram altos índices de nacionalização, como os voltados à atividade subsea, mas que outros vêm passando por dificuldades de preço e prazo, como as sondas de perfuração. A diretora sempre foi uma grande defensora da política de conteúdo local e dizia que a agência seria rigorosa na cobrança dos descumprimentos, mas agora parece ter sido surpreendida por uma mudança na posição do governo. “Não vou adiantar nada. O responsável pela divulgação é o ministro Eduardo Braga”, afirmou.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a minuta do documento inclui itens que facilitam o cumprimento dos índices percentuais de conteúdo nacional propostos nos contratos firmados com a ANP. Dentre os pontos, uma modificação seria a interpretação de que investimentos que promovam a instalação de novos fornecedores, a expansão de fábricas já instaladas, o desenvolvimento de novas tecnologias e a exportação de equipamentos brasileiros poderiam ser computados na conta do que é considerado conteúdo local.

Hoje, considera-se apenas a compra de equipamentos e serviços no país, algo mais objetivo e simples de mensurar. A definição dos índices é feita por instituições especializadas e credenciadas pela ANP para fazerem a certificação dos equipamentos e serviços.

Já no novo formato, a avaliação dos valores investidos e seus respectivos impactos será feita por um comitê especial, formado por representantes de três ministérios, da ANP, do BNDES e da Finep. A contagem será feita em Unidades de Conteúdo Local (UCL), com cotação equivalente ao investimento realizado, e depois a soma total poderá ser abatida de uma parte do compromisso de aquisições a serem feitas no país.

O documento com as mudanças previstas foi desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia e entregue a algumas lideranças do setor, mas deve gerar forte reação dos empresários e trabalhadores da cadeia de bens e serviços de petróleo e gás, já que muitas empresas investiram grandes somas nos últimos anos para atender ao segmento, treinaram e capacitaram mão de obra, mas agora estão à míngua, sem uma luz no fim do túnel. Com mais essa decisão, a pá de cal enterra de vez muitas esperanças.

Uma série de projetos já vinham sendo mandados para a China e outros países asiáticos nos últimos tempos, deixando desempregos espalhados pelos estaleiros nacionais e levando alegria para outras regiões do mundo. O novo decreto vai oficializar agora o enfraquecimento gradual que já vinha sendo gerado na indústria brasileira, aliviando a Petrobrás de parte das multas que precisaria pagar por continuar a descumprir as obrigações contratuais assinadas com a ANP. E, mais uma vez, empresas e trabalhadores brasileiros ficarão sem as oportunidades prometidas e tão aguardadas.

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Alexandre Pépin
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Alexandre Pépin

Entendo perfeitamente a logica e até que enfim realizaram que o Brasil não pode cumprir todas as obras internamente. Primeiro, o sistemo educacional não aguenta a demanda de técnicos qualificados para estas obras altamente complexas. Segundo, o governo, em lugar de aumentar gradualmente os pedidos aos estaleiros (para amenizar a falha escolar), fez pedidos de uma quantidade absurdas de obras altamente complexas com tempo de entrega errados. Era pedir para falhar, e falhou. Isso jà é fato reconhecido ha muito tempo, desde o inicio dos projetos da Sete Brasil, bem antes que ela falhasse a cumprir as metas dos projetos… Read more »

Antonio Claudio Mazziero
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Antonio Claudio Mazziero

Discordo.
Mesmo durante o período de maior investimento no pré-sal, ainda tinha muito profissional bom desempregado.
Essa história de que falta mão de obra qualificada no Brasil é conversa fiada.

Biffy
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Biffy

A história e passado nos aponta quem realmente errou e não foi por milagre, foi competência, determinação e seriedade. Fins dos da década de 70 e os 2 países que lideravam o ramo, eram Brasil e Japão. Alguns poucos navios eram vindos da Polônia, como pagamento de dívidas entre governos. Operados e incorporados na frota do Loyd. Neste período, foram construídas as plataformas de Cherne, Namorado, P7, Montreal 1 e 2, Norbe. 2 e 3 e 5, logo após, plataformas até para Arábia, 4 unidades. Sem falar em P18,P20,P25,P31,p19 e outras obras do tipo, sem a preocupação de conteúdo local,… Read more »

Sebastião Bendasoli Junior
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Sebastião Bendasoli Junior

Não entendo como seria possível no paragrafo abaixo do suposto decreto, converter em conteúdo local.

Dentre os pontos, uma modificação seria a interpretação de que investimentos que promovam a instalação de novos fornecedores, a expansão de fábricas já instaladas, o desenvolvimento de novas tecnologias e a exportação de equipamentos brasileiros poderiam ser computados na conta do que é considerado conteúdo local

Este fator de conteúdo local só seria possível em uma única vês, ou teríamos que agregar tecnologia em todos os novos negócios.
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Eric
Visitante
Eric

O Petronotícias está de parabéns por ser um dos poucos veículos que não se deixa contaminar pela lavagem cerebral promovida pelos grandes meios de comunicação contra a política de conteúdo local. Muitas vezes, tem-se a impressão de que a política de conteúdo local é a grande vilã, única responsável pela situação difícil em que a Petrobras se encontra e que uma vez abandonada, a Petrobras voltaria a ser da noite para o dia, o gigante de outrora. A política de conteúdo local não é nada novo no mundo do petróleo, já foi aplicada com sucesso na Noruega e no Reino… Read more »

Assis Pereira
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Assis Pereira

A QUE CUSTO A PETROBRAS ATRAI INTERESSES DA SINOPEC E CNOOC PARA O PRÉ-SAL? O QUE ESTÁ POR TRAZ DAS CAPTAÇÕES BILIONÁRIAS EFETUADAS COM OS CHINESES? QUEM SÃO OS ESPECIALISTAS EM TRANSFERIR EMPREGO E RENDA PARA A CHINA? https://www.linkedin.com/pulse/constru%C3%A7%C3%A3o-de-plataformas-na-china-jo%C3%A3o-batista-assis-pereira?trk=pulse_spock-articles A Petrobras havia determinado recentemente que as Plataformas P-75 e P-77 fossem construídas na China, assim como as demais Plataformas que a Estatal ainda deve construir para o Pre-sal. Neste contexto, como fica o conteúdo nacional apregoado pelo Lula e Dilma? A decisão de mandar para a China a construção das Plataformas P-75 e P-77 , assim como as que a… Read more »