GOVERNO PUBLICARÁ PLANO NACIONAL DE ENERGIA 2050 NO DIA 10 DE DEZEMBRO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O setor nuclear aguarda com grande expectativa o lançamento do Plano Nacional de Energia (PNE 2050), já que o ministério de Minas e Energia declarou que o documento deve confirmar a construção de até oito novas usinas. Hoje, durante o World Spotlight Brazil, que acontece no Rio de Janeiro, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento energético do MME, Reive Barros, anunciou que o documento deve ser publicado no dia 10 de dezembro deste ano. “A nossa expectativa é de que, tal como o PNE 2030, que o PNE 2050 sinalize a estratégia de continuar com o Programa Nuclear Brasileiro“, afirmou. Ele ainda acrescentou que o Plano Decenal de Energia também deve ser apresentado no dia 10 de dezembro.
No horizonte até o ano de 2027, o Ministério de Minas e Energia trabalha com a previsão de R$ 400 bilhões em investimentos no setor elétrico, já incluindo o custo para concluir a usina de Angra 3. Deste montante, R$ 210 bilhões serão voltados ao segmento de geração. Ainda falando sobre previsibilidade para os investidores da indústria de energia, Reive relembrou que o governo já divulgou neste ano os principais leilões de energia (A-4 e A-6, na área de geração, e o de transmissão de energia). “Isso é importante porque esses instrumentos e informações são fundamentais para quem pretende investir. No momento em que se tem, com a antecedência devida, a informação de que haverá leilão e que haverá informações estratégicas [se referindo ao PNE], isso é fundamental para quem faz investimentos“, disse Reive.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral Ferreira, que também participou do painel de apresentações, explicou que enquanto o Plano Decenal de Energia enxerga a conclusão de Angra 3, o PNE 2050 vai captar as oportunidades de expansão do Programa Nuclear Brasileiro. “O Plano de 2050, dada a maior incerteza e perspectiva de desenvolvimento econômico, social e tecnológico, trabalha com uma abordagem de cenários exploratórios“, explicou.
Um desses cenários apontados por Barral indica que, até 2030, a tecnologia disponível para a expansão da energia nuclear são os reatores de geração III e III+. Mas que para o horizonte após o ano de 2030, existem perspectivas de maior competitividade e atratividade para os pequenos e médios reatores modulares, em razão de sua menor dimensão e complexidade.
A energia nuclear terá papel fundamental para atender a futura demanda por energia no país, que deve crescer à medida que a nossa economia se desenvolva. Previsões apontadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que o PIB do país deve crescer a uma taxa média de 2,7% anualmente até 2021. Esse número subirá para 3% no período entre os anos de 2023 e 2027.
“Isso dará um crescimento médio de 2,2% nos próximos dez anos, o que significa que devemos agregar 5 GW por ano [ao sistema elétrico brasileiro]”, afirmou Reive Barros. A expectativa é que a capacidade de geração brasileira cresça para 209 GW no ano de 2027.
Deixe seu comentário