GRANDES PETROLEIRAS TIVERAM QUEDA DE 98% NOS LUCROS EM 2015

Com novos prejuízos e perdas aferidas a cada dia, a indústria de petróleo inicia o ano sob a sombra da crise. Os efeitos do baixo preço do barril reduziram as receitas das maiores petroleiras do mundo e o impacto agora fica claro: o lucro líquido das gigantes caiu 98% em 2015, chegando quase a zero na comparação com o ano anterior. O cálculo, feito com base nos balanços divulgados pela Shell, Exxon Mobil, Chevron, Pemex, BP e Statoil, revela que o lucro combinado das empresas ficou em US$ 1,6 bilhão ao longo do ano.

Com a derrubada nos resultados financeiros, a expectativa é de cortes de investimento ainda maiores em 2016. Segundo reportagem do Valor, as previsões de aporte das empresas, à exceção da Pemex, caíram de US$ 122 bilhões para US$ 112,8 bilhões após a divulgação dos resultados do quarto trimestre. Até o momento, a redução foi de 7,5% e a tendência é de que aumente conforme outras grandes companhias divulguem seus resultados.

Nos últimos meses do ano, BP, Pemex e Statoil registraram prejuízo, ao passo que Exxon Mobil, Chevron e Shell apresentaram queda em seus lucros líquidos. O quadro é o mesmo que se espera para a Petrobrás, que ainda não marcou data para anunciar seu balanço, mas já enfrenta previsões negativas. Entre janeiro e setembro de 2015, a estatal obteve lucro de US$ 971 milhões, queda de 58,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com um faturamento cada vez menor, a expectativa do mercado é de que a empresa feche o ano com prejuízo.

Os resultados negativos colocam as companhias em situação delicada quanto ao uso de seu caixa. Quatro das maiores operadoras ocidentais – Exxon Mobil, Shell, Chevron e BP – devem pagar US$ 35 bilhões em dividendos a seus acionistas este ano, o que equivale a cerca de 40% de seus fluxos de caixa juntos. Diante de um orçamento reduzido, o momento vem exigindo a escolha entre pagar o retorno a investidores ou manter a classificação de risco, que exerce influência sobre futuros investimentos.