GRUPO CASSINÚ NEGOCIA PARCERIA ESTRANGEIRA PARA ESTALEIRO GOYTACAZ

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) – 

O Grupo Cassinú foi fundado em 1995 no município fluminense de São Gonçalo, onde até hoje está localizada a sua matriz. O conglomerado atua em reparo e construção naval, apoio logístico terrestre e offshore e afretamento marítimo. O presidente e proprietário do Grupo Cassinú, Antonio de Santana, contou  que o Grupo está prestes a fechar parceria com uma empresa estrangeira para o seu Estaleiro Goytacaz, localizado no Complexo Barra do Furado, na cidade de Campos. Nesse sentido, para Antonio, que está presente na OTC 2013 (EUA), a maior conferência de petróleo e gás natural do mundo é uma grande oportunidade de trocar ideias visando à integração do país. “Sei que as empresas norte-americanas procuram parceiros aqui, e a nossa classificação ISO 9001 é um atrativo. É bom ver na feira o quanto um pode agregar valor ao outro”, destacou o executivo. Sobre os problemas e oportunidades do Óleo&Gás brasileiro, o executivo pontuou a necessidade de o país de tornar os procedimentos de inspeção de projetos mais simples e eficientes. “Não adianta produzir equipamentos se tudo o mais está travado, como as licenças ambientais”, declarou.

Qual é a composição do Grupo Cassinú?

A matriz do Grupo Cassinú está instalada em Gradim, no município de São Gonçalo (RJ), onde fica também o Estaleiro Cassinú. Ali construímos pequenas embarcações, como rebocadores, e fazemos reparação em navios pequenos e médios em um dique seco. O grupo possui também o Estaleiro Paulista, em Guarujá (SP), que atua na construção e reparo de embarcações pequenas e médias. Também temos um estaleiro em Arraial do Cabo (RJ), que está aguardando a liberação ambiental e, por isso, não está em atividade. Nessa unidade havia a manutenção de navios e plataformas até 2008, mas o Ibama exigiu licença definitiva para prosseguirmos e hoje apenas aguardamos a liberação.

Além dos estaleiros, há outras empresas que integram o grupo?

Temos também uma empresa de logística, a Italog, que conta com 46 mil metros quadrados e está sendo implantada em Itaboraí (RJ). Está na etapa de licença ambiental. Além disso, atuamos no mercado de navegação desde novembro de 2006, por meio da Nitsea Navegação, que fica no bairro Ponta d’Areia, em Niterói, e se dedica ao apoio marítimo e portuário. Também estamos envolvidos com o Porto de São Gonçalo, que também aguarda liberação de uma grande base de apoio offshore. Ali somos minoritários, e a Stalog é a controladora.

Como avalia a participação na OTC?

Acho uma oportunidade para todos se conhecerem e uma chance de analisar o mercado de equipamentos e trocar ideias para a integração do país. Não pretendo nem tenho interesse em assinar contratos na feira. Sei que as empresas norte-americanas procuram parceiros aqui, e a nossa classificação ISO 9000 é um atrativo. É bom ver na feira o quanto um pode agregar valor ao outro.

Qual tem sido o envolvimento do Grupo na área offshore?

Temos oito coligações com empresas offshore, como a Transocean e a Pacific Drill, que demandam reparos e serviços. No momento não estamos trabalhando com elas, mas aguardando a liberação do Estaleiro de Arraial do Cabo. Enquanto isso, elas não estão dentro do nosso perfil de cliente, embora nos consultem com frequência. De forma geral, a gente procura trabalhar nas nossas bases. Temos uma unidade também no Complexo Barra do Furado, entre os municípios fluminenses de Campos e Quissamã: o Estaleiro Goytacaz. Estamos implantando uma área de apoio offshore que deve ser instalada ano que vem e contará com 1,2 milhão de metros quadrados.

Quais projetos o Grupo Cassinú tem em andamento?

Hoje estamos construindo dois diques flutuantes para o próprio grupo, um para embarcações pequenas e outro para navios de grande porte, a fim de atender à demanda offshore nesses estaleiros. Estamos também implantando o Estaleiro Goytacaz, que é um grande negócio: várias empresas estão interessadas, de países diversos como Espanha, Alemanha, Rússia, Itália, Emirados Árabes e Coreia do Sul – inclusive uma equipe de coreanos está vindo nos visitar. Uma dessas empresas estrangeiras fará parceria conosco.

E em relação aos projetos de embarcações?

No momento estamos construindo embarcações para o grupo visando à prestação de serviços para empresas diversas, como a Embratel, que aluga embarcações para o reparo de cabos de fibra ótima marítimos. Acidentes de pesca, correntes do mar e outros fatores, às vezes, fazem com que se rompam no mar. A Petrobrás também realiza serviços usando essas embarcações. Ficamos à disposição dessas e outras companhias, e a demanda vem sendo suficiente para o nosso grupo.

Quais são suas expectativas com o mercado de Óleo&Gás, especialmente os leilões desse ano?

Vai dar uma confiabilidade no restante das coisas, porque a cadeia de Óleo&Gás precisa de muito equipamento para construção e reparo. Mas não adianta produzir equipamentos se tudo o mais está travado, como as licenças ambientais. Se não der continuidade às atividades, tudo fica parado. Além disso, não adianta construir se não há formas viáveis de realizar reparos.

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