GRUPO MPE FAZ 25 ANOS E PLANEJA CRESCER EM ÓLEO&GÁS, TRANSPORTES E AEROPORTOS

Por Daniel Fraiha / Petronotícias – 

O grupo MPE, que faz 25 anos este mês, começou sua jornada na construção e na operação dos aeroportos brasileiros, mas, depois de um quarto de século, comemora, além da data festiva, a presença em vários setores da engenharia nacional. O presidente do grupo, Renato Abreu, conta que já tem em carteira mais de R$ 3 bilhões para 2013 e 2014, boa parte no setor de óleo e gás, e também pretende aumentar a participação nos setores de transportes e aeroportos. Uma das principais novidades é a construção de duas fábricas de monotrilhos no Brasil, uma no Rio de Janeiro, a ser inaugurada em 28 de fevereiro, e outra em Manaus. Renato reconhece que 2012 foi um ano difícil para o mercado de petróleo brasileiro, mas afirma ter conseguido se sair bem. Para 2013, espera novos negócios, diversificação e treinamento de novos profissionais. Esta última projeção será levada adiante pelo Instituto Renan e Lídia Abreu (IRLA), mantido pelo grupo, que deve formar 700 pessoas até o fim do ano.

Quais foram as maiores conquistas ao longo destes 25 anos?

Eu brinco que estamos comemorando 225 anos de engenharia, porque além da MPE, que está fazendo 25, temos a EBE, que faz 74 anos, a Gemon, que faz 26, e a Ebse, que faz 100 anos em 2013. E todos sabemos como é difícil uma empresa de engenharia sobreviver tanto tempo no Brasil, passando por tantos planos econômicos diferentes. Nós sempre comemoramos os anos redondos, então as datas mais importantes são a da MPE e a da Ebse. Para comemorar os 25 anos, vamos fazer um jantar, seguido de um show do Milton Nascimento aqui no Rio, outro na fazenda do grupo no Norte Fluminense, com o Renato Teixeira e o Sérgio Reis, e um terceiro em São Paulo, que ainda não foi definido. Vamos convidar os principais clientes e a diretoria da empresa.

Quais foram as obras mais marcantes nessa trajetória?

Para a EBE, que é a empresa de engenharia mais antiga do grupo – porque a Ebse no início era apenas fabricante de equipamentos -, foram a da CSN, as das usinas de Itaipu, Angra I e Angra II, e todo o projeto elétrico de Brasília. Para a MPE, foram os aeroportos, onde nós começamos. A maioria deles foi construída conosco. Depois várias obras com a Petrobrás, com quem ainda temos muitos grandes contratos. Temos uma longa história em transporte, petróleo, energia e aeroportos.

Quais são os principais projetos em óleo e gás?

Estamos fazendo a unidade de Snox no Rnest, responsável por retirar os contaminantes sólidos, líquidos e gasosos dos gases liberados pela refinaria, que é inédita na América Latina e vai ser a terceira do mundo. Uma Unidade de Recuperação de Enxofre (URE) para a refinaria de Paulínia (Replan), um offsite grande na Repar, as tubovias no Comperj, os tanques maracanã no Comperj, entre outros projetos.

Como foi o ano de 2012 para a empresa?

Foi um ano muito apertado para todo mundo, o Brasil cresceu pouco, o ano de 2011 foi melhor, mas não podemos reclamar. Você deve saber de tudo que está acontecendo no mercado, das reclamações das empresas. Mas isso é transição, a crise mundial afetou o país e a Petrobrás, mas há todo um trabalho em andamento, e vai surtir efeito daqui para frente.

Quais são as expectativas de novos negócios no setor de óleo e gás?

Temos dois contratos que ganhamos ano passado de reforma de plataformas em Macaé e boas perspectivas para o futuro. Muitas empresas entraram na área de óleo e gás de olho na Petrobrás, sem conhecer as exigências que a empresa faz. A Petrobrás é muito exigente em qualidade, segurança e meio ambiente (QSMS), o que encarece um pouco os projetos, e o pessoal entrou achando que era um cliente comum, sem saber como é de verdade. Então muita gente que entrou deve sair, porque não vai conseguir atender a essa demanda.

Quais são os planos da empresa para este ano?

Estamos apostando muito nos aeroportos, na área de transporte, além de nos mantermos na área de petróleo, porque ninguém pode ficar longe. Estamos montando uma fábrica de monotrilhos no Rio de Janeiro e vamos montar outra em Manaus. Acreditamos muito nesse projeto e nos aeroportos que devem se privatizados.

Qual a previsão de crescimento da empresa este ano?

Temos uma carteira grande para 2013 e 2014, com um backlog acima de R$ 3 bilhões, sem contar os módulos para FPSOs que estamos fazendo. Entregamos 14 no ano passado, a Ebse está fazendo mais quatro para a SBM e a EBE está fazendo mais 10 para a Modec. Estamos prevendo que vai ser um ano melhor do que 2012, porque foi apertado para todo mundo. Mas saímos bem. Sempre vamos buscar a melhoria. Buscar novos negócios, diversificar e treinar gente.

Tem algum projeto de capacitação de mão de obra?

Temos um instituto no norte do estado, o IRLA (Instituto Renan e Lídia Abreu), que promove treinamento de mecânicos, soldadores, pintores, entre outros cursos de capacitação. Treinamos 571 pessoas em 2012, entregamos os certificados junto com o Senai e esse ano queremos expandir. Queremos aumentar para 700 pessoas este ano. E pode ser que surjam novos cursos. Os treinamentos são voltados para o pessoal de São Fidélis, Cambuci, Itaocara, Campos, São João da Barra e todos os municípios do Norte Fluminense.

Quais são as expectativas com a montagem de Angra 3?

Já fomos pré-qualificados (com a EBE, que faz parte do consórcio Angra 3, junto com a Queiroz Galvão e a Techint), e agora falta apresentarmos a proposta de preço, o que deve ocorrer ainda no primeiro trimestre deste ano. A EBE fez Angra 1 sozinha, montou Angra 2 com mais oito empresas e agora estamos brigando para entrar na montagem de Angra 3.