GRUPO TECHNOFINK AMPLIA ATUAÇÃO GLOBAL E CRIA NOVA COMPANHIA PARA FACILITAR INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Thomas-Fink-do-grupo-TecnofinkO Grupo Technofink vem aumentando o alcance de suas operações a cada ano e o ritmo de expansão vem deixando o próprio presidente, Thomas Fink, atônito, pela velocidade com que tudo tem acontecido. Depois de levar a Oxifree para os Estados Unidos em 2009, e hoje ter um faturamento global de aproximadamente £ 2 milhões com a empresa (atualmente sediada em Londres), o grupo levou a Technofink (com faturamento estimado entre R$ 50 e R$ 60 milhões) para Houston no ano passado, já com avanços significativos no planejamento e prestes a assinar um contrato com um grande prestador de serviços para aplicar seus produtos. Com o sucesso atingido nas duas apostas, muitos empresários brasileiros começaram a procurá-lo para que desse o caminho das pedras da internacionalização. Ao perceber a grande demanda, o mineiro de fala mansa viu seu senso empreendedor despertar mais uma vez, e acaba de criar uma nova empresa com atuação nos EUA, a Swot Action, exatamente com a função de desenvolver o mercado, dar suporte e fornecer toda a estrutura para as companhias que estejam buscando entrar nos Estados Unidos. A empresa já nasceu forte, com direito a estande na última edição da OTC de Houston, no início de maio, e conquistou seis contratos no evento, sendo quatro com grupos brasileiros, um com uma companhia canadense e outro com uma portuguesa. Thomas conta que estão agora negociando uma parceria com o Banco do Brasil, que poderá indicar a Swot Action para seus clientes no caso de planos de internacionalização. “E sempre com a mentalidade de iniciar o processo pelos EUA e depois levá-las para o mundo”, explica o executivo.

Como está a situação da Technofink atualmente e quais os principais contratos em andamento?

Hoje expandimos nossas operações do Brasil para os Estados Unidos oficialmente, num movimento que já vinha acontecendo gradativamente, em função do sucesso do Oxifree, e agora já estamos operando efetivamente no território americano. Eu me mudei para Houston para tocar as operações, e no Brasil continuamos muito bem, contra a onda da crise, exatamente pela especialidade dos produtos, do foco em manutenção. Estamos sempre fazendo reparos, de modo que há serviço constante. Ninguém quer investir em novos equipamentos, mas sim manter os que estão em operação.

Como está sendo o início das operações nos Estados Unidos e quais serviços do grupo têm se destacado mais nesse processo?

Selecionamos três unidades de negócios do grupo para a atuação nos EUA. Uma focada em reparos emergenciais, outra de revestimentos cerâmicos e metálicos especiais de alta performance; e a terceira voltada ao reforço estrutural para tubulações. Nesses três segmentos, temos a grande vantagem de ser líder numa especial aplicação onde tem vazamento de óleo, em que conseguimos vedá-lo. É um serviço que nenhuma outra empresa consegue fazer.

É o Oxifree?

Não. Esse é o Multimetal, que a gente traz da Alemanha. A Technofink conseguiu ser representante da Multimetal em 15 países agora, incluindo os Estados Unidos. Antes, éramos só na América Latina, mas agora estamos em todas as Américas, assim como no Oriente Médio e na África. O foco da operação americana é internacionalizar a Technofink.

Quando foi o início da operação oficial nos EUA?

Foi em março de 2015. O primeiro momento foi de muito aprendizado, para testarmos as melhores estratégias que iríamos seguir, entender melhor o mercado, usar um tempo de planejamento adequado para não errar na hora de fazer os investimentos, e não acabar perdendo dinheiro.

Como foi o processo de planejamento?

Fizemos um planejamento bem pé no chão, entendendo o mercado, buscando saber quem são os potenciais clientes e também qual a melhor forma de apresentar o produto eles. Porque, às vezes você considera que a redução de custo é o que vai vender, mas o cliente em questão não vê isso como a principal preocupação dele e sim a minimização de riscos, por exemplo. Então a empresa modela a apresentação do produto para essa necessidade específica. Conheço uma empresa que ficaou dois ou três anos nos EUA gastando milhões de dólares sem fazer nenhuma venda, até descobrir que estava fazendo a abordagem diferente do que o mercado queria para poder comprar. Depois que mudaram a abordagem, em um ano atingiram quase US$ 100 milhões de faturamento.

E em que fase está a Technofink agora?

No ano passado ensaiamos, testamos e agora começamos os primeiros contatos com o cliente na prática, com testes de produto para certificação e codificação, que são muito importantes nos EUA. Não basta cadastrar a empresa e começar a vender o produto, como em alguns casos no Brasil. Estamos nessa fase de certificar, para terem a normatização de utilizar o produto e na sequência serão postas em prática as ações dos aplicadores. Diferente do Brasil, onde somos também uma empresa de serviços, nos EUA eles não veem com bons olhos as empresas que detêm os produtos fazerem também a aplicação.

Além desse ponto, quais as principais barreiras que vocês têm encontrado nesse novo mercado?

Acho que a principal barreira é realmente o network, que abre as portas. Uma coisa é você ter um conhecimento do cliente, da necessidade deles e as portas abertas. A Technofink tem 25 anos no Brasil, enquanto nos Estados Unidos o conhecimento do mercado em relação à empresa é zero, então essas portas precisam ser abertas. Por isso, na estratégia de planejamento, colocamos um item que foi a contratação de um diretor de relacionamento de mercado. Ele, que é de Houston e muito bem relacionado nas áreas em que queríamos atuar, passou a fazer esse início do trabalho. Trabalha há 15 anos no mercado que temos que atender e com isso derrubamos essa barreira. Mas todo esse conhecimento para trazer a empresa veio da nossa experiência com a Oxifree, que começou a atuar nos EUA em 2009. Isso nos ajudou a entender o mercado e ter sucesso no país, então alguns amigos começaram a nos procurar para saber como fizemos. Teve ainda a alta do dólar, que fez a exportação ficar mais atraente, e esse interesse aumentou muito, o que nos levou a montar uma nova empresa, a Swot Action.

Como ela atua?

Ela é uma empresa que fornece toda a estrutura fundamental para o início de um negócio nos Estados Unidos, de uma maneira completa. Colocamos dentro da empresa vários associados que prestam serviço em todas as áreas, passando por jurídica, financeira, marketing, contabilidade, técnica, vendas e até mesmo de relacionamento.

É uma espécie de incubadora?

É como uma incubadora, mas também fornecemos uma estrutura em que podemos incubar a empresa no nosso escritório, ou atendendo em nome da empresa, dando um endereço a ela, tendo funcionários próprios ou utilizando esse pool de prestadores de serviços associados.

Quando ela foi criada?

A ideia demorou um pouco a amadurecer, já que desde o início do ano passado nós pensávamos nisso. Mas, oficialmente começou em fevereiro desse ano, com endereço próprio e contratação de funcionários. Participamos com essa empresa na OTC, o que foi uma coisa incrível, dada a curta vida dela, e graças a isso já conseguimos seis empresas interessadas em entrar nos Estados Unidos. E sempre com a mentalidade de iniciar o processo pelos EUA e depois levá-las para o mundo.

Essas seis empresas são brasileiras?

Temos uma empresa do Canadá, uma de Portugal e quatro brasileiras.

A nova empresa já tem um planejamento de metas?

Tinha, mas já foram todas superadas. Achamos que ela demoraria de seis meses a um ano para começar a engrenar de fato, mas foi tudo muito rápido e teremos que antecipar o processo. Já estamos inclusive costurando uma parceria com o Banco do Brasil para atrair os clientes deles que queiram ir para os Estados Unidos por meio da Swot Action. Já estivemos em Nova York, apresentamos a ideia para a superintendência do banco, eles se apaixonaram e estão esperando a gente ter um corpo e uma estrutura maior para fechar a parceria de atração dos clientes. É uma porta que se abre que é uma loucura. Então a gente tem que se organizar muito bem. Já sabemos que o banco Itaú também tem interesse de fazer parte de um projeto semelhante, porque ele já patrocina incubadoras que fornecem apenas o escritório – 30% do que nós podemos oferecer. Acabou virando outro grande negócio nosso, porque teremos que ter bases em vários lugares e não só nos EUA.

E para a Technofink, como está a evolução nos EUA?

A Technofink conseguiu, participando dos eventos certos, um início muito rápido nos Estados Unidos. Estamos prestes a fechar um contrato com uma companhia que presta serviço para mais de 3 mil empresas dos Estados Unidos. E eles seriam os nossos aplicadores nos EUA. É uma empresa de faturamento de US$ 1,5 bilhão, mas ainda não posso dar detalhes, porque estamos finalizando os trâmites.

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