GUERRA NA UCRÂNIA AVANÇA E PREÇOS DO PETRÓLEO DISPARAM NAS BOLSAS COM ESCASSEZ E INSEGURANÇA
Os preços do petróleo nos Estados Unidos ainda não chegaram ao nível de 2008, quando a Rússia invadiu a Georgia e bateram US$ 150 o barril. Mesmo assim, o valor da commodity chegou a bater US$ 139 nesta segunda-feira (7) na cotação internacional. Depois de alcançar esta marca, o preço recuou para US$ 128. Reflexos de novas sanções financeiras e o êxodo de empresas ocidentais da Rússia, que podem provocar danos severos à capacidade do país. Os preços do petróleo já subiram 25% nas últimas duas semanas. A oferta não vem acompanhando o ritmo, um legado da queda dos investimentos na área de exploração nos últimos anos, agora agravada pelos profundos cortes nos gastos das empresas americanas do setor de xisto, depois da queda dos preços do petróleo provocado pela pandemia. Alguns produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) encontram dificuldade para atingir suas cotas de produção.
O mercado, até poucos anos atrás, estava convencido na revolução do xisto nos EUA. Ele deixou o mercado mergulhado no petróleo, mas agora vive a escassez. Esses temores são agravados pela possibilidade de sanções contra as exportações russas do setor, que atendem a cerca de 5% da demanda mundial de petróleo e a 10% do mercado de produtos refinados. Mesmo sem um embargo, as novas sanções financeiras e o êxodo de empresas ocidentais e de tecnologias poderiam provocar danos duradouros à capacidade produtiva da Rússia.
Para lembrar, em 1973, a cotação do barril nos EUA quase triplicou em três meses durante o embargo árabe do petróleo e, depois, dobrou nos dois meses que se seguiram à Revolução Iraniana, em 1979. Outros fornecedores entraram em cena, minimizando o déficit mundial de produção. Em 1979, havia o temor de escassez, não uma escassez real, o que foi suficiente para alimentar as altas nos preços.
Analistas continuam acreditando em uma baixa do petróleo e dizem que o aumento na produção internacional, incluindo a do Irã, empurrarão os preços para baixo neste ano, à medida que o foco se reoriente, do risco geopolítico para um excesso de oferta prolongado e para um teto na elevação da demanda por petróleo. Os EUA e outros países também sinalizaram que pretendem liberar suas reservas estratégicas de petróleo para tentar conter os preços. A queda no suprimento de petróleo russo por um longo período seria difícil de substituir. Mesmo a prolífica produção de xisto dos EUA precisaria de anos para fazer sua parte. Outros analistas acreditam que a interrupção pode elevar os preços do petróleo para mais de US$ 200 por barril.
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