IMPACTADA PELA TRANSFERÊNCIA DE MÓDULOS DA IESA PARA A CHINA, METASA ESPERA QUE NOVOS PROJETOS FIQUEM NO BRASIL

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) – 

horácio

Com cerca de 1.200 funcionários trabalhando entre suas duas principais unidades, nos municípios de Charqueadas e Marau, no Rio Grande do Sul, a Metasa é mais uma empresa que vive um momento de expectativa e apreensão no setor de óleo e gás. A situação do segmento, com poucos projetos e quase nenhum contrato novo sendo assinado, tem levado as empresas a ficar em compasso de espera. Outro problema enfrentado por companhias nacionais que investiram em ampliações nos últimos anos é o envio de alguns projetos para o exterior, como é o caso de 16 módulos que a Iesa faria no Sul, mas foram transferidos para a China. O diretor superintendente da Metasa, Horacio Steinmann, conta que a mudança de planos, causada principalmente pela crise do grupo Inepar, afetou a programação de trabalhos da empresa, cujo cronograma incluía fornecimentos para os módulos. Com as complicações do setor e o ano mais fraco, Steinmann estima que a companhia deva apresentar um decréscimo no faturamento em 2014, para R$ 250 milhões, ante R$ 300 milhões no ano passado. Ainda assim, a expectativa é que o pré-sal gere novos projetos, para criar a demanda que era prevista pelo mercado: “Esperamos que os novos projetos fiquem no Brasil”, diz.

Quais projetos a Metasa está envolvida no momento?

Nós estamos com os seguintes projetos em óleo e gás: P-66, P-67, P-68, P-69, P-74 e sondas. São obras que estamos fazendo para a Iesa, e nesse momento estamos aguardando a entrada da Andrade Gutierrez no consórcio para dar continuidade à obra no polo de Charqueadas. Estamos ansiosos para ver qual o resultado que vai acontecer com essa solução que a Petrobrás está tomando.  Além da Iesa, estamos trabalhando também com o EBR, NOV, Keppel, Integra, Consórcio CMGT, entre outros.

Como é vista a retirada dos módulos para a China?

Incomoda bastante. A nossa empresa é diretamente afetada, pois nós nos preparamos para atender a estes módulos e com a saída deles ficamos com um “vazio” de fábrica. Esperamos que os novos projetos fiquem no Brasil.

A Metasa tem sofrido com problemas de inadimplência?

Até dezembro sim, depois disso a Petrobrás passou a honrar os compromissos da Iesa, entretanto, alguns problemas persistem.

Em quais projetos houve problema de inadimplência?

Nesses projetos que listei: P-66, P-67, P-68 e P-69. Mas está sendo resolvido com a Petrobrás e com os clientes.

Como a Metasa avalia o atual momento do mercado de petróleo e gás no Brasil?

Como todos os demais players, não temos novos projetos. Estivemos na Rio Oil & Gas buscando por novas oportunidades, mas não conseguimos identificar nada que se realize no curto prazo. No cenário futuro os projetos são muitos, principalmente se olharmos para o pré-sal, mas ainda com muitas incertezas quanto ao conteúdo local, forma de contratação, prazos, etc.

A Metasa tem atuação em engenharia, fabricação e montagem. Quanto cada uma representa no faturamento?

A engenharia é necessária porque, normalmente, o projeto vem pronto e nossa engenharia é de detalhamento para a fabricação. A fabricação hoje representa 70% do negócio, enquanto a montagem é responsável por outros 30%. Importante ressaltar que a Metasa investiu na construção de uma nova unidade de produção, voltada à montagem de estruturas em dimensões maiores a serem transportadas via navegação. Nossa expectativa é de entregarmos aos nossos clientes estruturas montadas. Isso agrega valor ao produto entregue, aumentando o percentual de montagem no negócio da companhia.

Qual foi o faturamento da empresa em 2013?

Faturamos em 2013 cerca de R$ 300 milhões.

Quanto o setor de óleo e gás representou?

Algo em torno de 70%.

Qual a perspectiva para o faturamento em 2014?

Esse ano estamos trabalhando com a perspectiva de decréscimo, ficando por volta de R$ 250 milhões, devido ao problema pelo qual esta passando a Iesa.

Além do setor de óleo e gás, que outros setores são importantes para a Metasa?

Atuamos no setor industrial, onde trabalhamos com mineração, siderurgia, papel e celulose, e também infraestrutura, pontes e viadutos, entre outros.

Qual a estrutura da empresa?

Temos uma unidade de produção em Charqueadas-RS com 350 funcionários e uma outra unidade que conta com 850 funcionários em Marau-RS, onde se localiza a fábrica, sede administrativa e engenharia. Temos dois escritórios comerciais em São Paulo-SP e Porto Alegre-RS.

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