IMPEACHMENT DE DILMA PÕE PRESIDÊNCIA DA PETROBRÁS SOB AMEAÇA EM 2016

O novo ano se aproxima e com ele uma previsão para a nossa economia de tempo instável, com chuvas e raios. Pode até se encontrar empresas e empresários sentindo uma ponta de otimismo. Mas é só uma ponta mesmo, porque a grande maioria nem sabe ao certo como cruzou o ano de 2015 com tanto sofrimento. Tradicionalmente, o Petronotícias abre espaço para que as principais lideranças que vivem o mercado econômico e político mostrem o que pensam, opinem e façam sugestões para que o ambiente de negócios melhore. E neste fim de ano faremos novamente. Interessante sentir como está o humor de quem faz a economia andar e os negócios acontecerem.

No final de 2014, as opiniões revelaram um ano de angústias e incertezas, apesar da eleição de um novo governo Dilma. Eleito, mas com uma margem muito apertada. Um país dividido. A grande maioria já esperava um ano difícil, agravado pela precipitação de uma decisão vesga da ex-presidente da Petrobrás, Graça Foster, que suspendeu preventivamente 23 grandes empresas de engenharia do cadastro de fornecedores da companhia. Ao mesmo tempo em que suspendia novas contratações, a estatal mantinha com estas mesmas empresas outros contratos de construção em suas obras. Uma evidente hipocrisia. A marca real do  início de um período amargo em todo mercado de engenharia. Atualmente a lista negra da estatal já está em 33.

Com a saída de Foster, um bancário de carreira que ocupava a presidência do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assumiu a presidência da estatal sob um tiroteio de desconfianças que envolviam a socialite paulista Val Marchiore. Nada ficou provado contra ele, mas, a partir daquela data, um profissional sem qualquer experiência no setor, assumiria o volante da maior e mais importante empresa de petróleo da América Latina. Até assumir, o mais próximo que havia chegado de um barril de petróleo tinha sido em um posto de gasolina. Para ele, o problema da Petrobrás não era de petróleo, mas financeiro.

Quase um ano depois, a Petrobrás está ainda pior. E sem esboçar qualquer reação positiva. Obras foram abandonadas, como o Comperj e a Unidade de Fertilizantes de Três Lagoas. Equipamentos de alta tecnologia, caros e de grande complexidade, disputam espaço com o lamaçal e o capim que vai tomando conta das gigantescas áreas abandonadas. Milhões de reais estão sendo desperdiçados.  Mas, como disse o diretor-financeiro da empresa, Ivan Monteiro, ele não tem a varinha do Harry Potter para um passe de mágica.  O mercado não quer mesmo  passe de  mágica. Os funcionários tampouco. Todos querem o trabalho de quem tenha conhecimento e que inspire liderança, como Dumbledore, para buscar um exemplo na mesma série cinematográfica. Até agora, Bendine ainda não inspirou esta confiança. Suas ações   só encontram soluções com  a  venda de  ativos da companhia. Atitudes que dividem ainda mais os petroleiros, base de sustentação da empresa.   Até o momento, ele só mereceu  apelidos pejorativos de grande parte dos funcionários da estatal. “Vendine” é um deles.

A nova liderança da Petrobrás instaurou  o “compliance” na empresa.  A ideia era criar uma base de confiança,  integridade e ética.  Na verdade,  tornou-se  uma rede de intrigas em que um funcionário é incentivado a denunciar outros funcionários, no melhor estilo do Macartismo, época negra da política norte-americana dos anos 50. O “compliance” ,  faz a nova linha da Petrobrás enxergar qualquer associação de classes empresariais como reuniões conspiratórias. De  aliadas, passaram a quase inimigas. Tudo o que foi construído através dos anos foi deixado de lado, com ar de desconfiança. Um retrocesso assinado pelos atuais diretores operacionais, que não se posicionam e seguem a cartilha de quem nunca sujou a mão com óleo extraído às custas de muito suor de profissionais que estão entre os melhores do mundo, mas que estão submetidos à desconfiança permanente da nova direção da empresa.

Entidades como Abemi, com mais de cinquenta anos de experiência, Abimaq, Abitam etc, passaram a ser vistas não como instituições parceiras, mas com desconfiança preventiva. Descartam-se profissionais de qualidade e tomam-se decisões para demonstrar “seriedade” ao mercado que na verdade tolhem o desenvolvimento profissional, negando-lhes a busca pelo conhecimento e a inteiração com outros mercados internacionais, como é a prática da troca de tecnologias apresentadas no mundo do petróleo. Por isso há exposições nas feiras em diversos países produtores. Ao invés desse incentivo, como já falamos aqui no Petronotícias, a empresa tomou a decisão de patrocinar um Encontro Internacional de Palhaços e promover um projeto que destacou a Oca da Sabedoria durante os jogos indígenas, realizados no Brasil. Nada a opor, se o crescimento e a atualização de seu corpo de engenheiros, técnicos e profissionais não fossem impedidos simultaneamente.

Vamos começar o ano de 2016 ainda pior. Com a sombra do Impeachment da presidente Dilma Rousseff. O reflexo na área de petróleo é direto, porque a própria presidência da Petrobrás é um cargo de confiança do Presidente da República. Se Dilma não resistir, Aldemir Bendine certamente cairá. Quem poderá apostar na firmeza das decisões do atual presidente da companhia e se elas serão definitivas a partir de agora? Alguém aposta?  Você apostaria? Quem viver, verá!

A partir desta sexta-feira (11), você poderá saber aqui as opiniões das principais lideranças sobre o que nos espera em 2016. Os profissionais ligados aos setores de petróleo, gás e energia responderão a três perguntas:

1 – Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

2 – Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

3 – Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?