IMPEDIMENTO DE VOOS JÁ FAZ BRASIL SOFRER DESABASTECIMENTO DE FÁRMACOS USADOS NA MEDICINA NUCLEAR PARA TRATAMENTO DE CÂNCER
As dificuldades logísticas com as suspensões dos voos vindos da Rússia, Holanda e da Africa do Sul para o Brasil obrigaram o IPEN – Instituto de Pesquisa de Energia Nuclear -, em São Paulo, a suspender a produção de radioisótopos usados na medicina nuclear para a identificação e o tratamento do câncer. Com isso, milhares de pessoas que dependem desses radiofármacos não podem receber o tratamento adequado ou ter um diagnóstico mais preciso. A matéria-prima para a produção do gerador de tecnécio-99m, o Molibdênio-99, é importada desses países que já impuseram restrição de voos. Assim, o IPEN não está recebendo a matéria-prima e não tem como produzi-lo. Acrescente-se aí que o IPEN também anunciou a impossibilidade de fornecimento do Iodo-131, usado, principalmente, na detecção e tratamento do câncer de tireoide.
Como as restrições da logística global tendem a se estender pelos próximos meses, a Medicina Nuclear poderá entrar em colapso e precisa urgentemente de uma alternativa ao IPEN para que não seja paralisado o atendimento à população. É preciso que as empresas de insumos nacionais sejam autorizadas pela ANVISA a importar os geradores de tecnécio-99m. E que haja agilidade nas decisões para este fim. Se o monopólio da produção do gerador de tecnécio-99m e outros radioisótopos já tivesse sido flexibilizado, nesse momento a situação dos serviços de Medicina Nuclear no Brasil seria menos dramática porque, haveria vários fornecedores adquirindo matéria prima de diferentes origens.
Neste particular, o gerador de Tecnécio é fundamental. É um dispositivo a partir do qual pode-se retirar o radioisótopo tecnécio-99m proveniente do decaimento radioativo do radioisótopo molibdênio-99. Os Radiofármacos marcados com tecnécio-99m são os principais agentes para diagnósticos utilizados nas clínicas de medicina nuclear, em função de uma série de características físicas do radionuclídeo e pela praticidade dos radiofármacos serem preparados no local de uso.
O Petronotícias teve a informação de o IPEN já comunicou aos seus fornecedores de Iodo-131 que as empresas aéreas informaram oficialmente a interrupção dos voos para o Brasil. Com isso, todos os produtos a base do Iodo-131, foram cancelados. O IPEN informou que “ Estão canceladas, portanto, as produções de IOD-IPEN-131 (I-131 em solução), CAPS-IPEN (I-131 em cápsula) e GUAN-IPEN-131 do lote 014/2020 cuja disponibilização ocorreria em 30/03/2020 com calibração para 01/04/2020.”
O IPEN ainda não declarou oficialmente que haverá um desabastecimento. Mas para quem sabe ler, como diziam nossos avós, um pingo é letra. É uma consequência obvia. Tudo está sendo acompanhado de perto pelos responsáveis, mas não há o que fazer. O cenário atual que se trabalha é que “Não possuímos, portanto, nenhuma previsão do retorno à normalidade. Contamos com a compreensão de todos e reafirmamos todo o empenho e esforço dos servidores e colaboradores do IPEN/CNEN-SP na manutenção da produção dos radiofármacos durante a pandemia do COVID-19”.
No dia seguinte a está matéria o IPEN se manifestou em seu site de forma contrária informando que não existe desabastecimento no mercado. Eu tive um Câncer na Tireóide com metástase e realizei a tireoidectomia total e esvaziamento cervical Bilateral no dia 07/03. Eu preciso realizar tratamento de iodoterapia e TODOS os hospitais e clínicas de São Paulo que eu liguei disseram que o IPEN parou de fornecer o iodo-131 devido não ter matéria prima vindo de outros países e que não possuem nenhuma previsão para regularização deste fornecimento. É uma situação complicada pois se existe uma dificuldade esta deveria… Read more »