IMPORTAÇÃO DE FERTILIZANTES CONTINUA A PESAR DESFAVORAVELMENTE NA BALANÇA COMERCIAL DOS QUÍMICOS
A balança comercial dos produtos químicos no Brasil continua muito desequilibrada. No acumulado do ano, até outubro, as importações de químicos somaram US$ 33,8 bilhões e as exportações chegaram a US$ 9,1 bilhões, reduções de respectivamente 10% e de 15,9% na comparação com igual período de 2019. Como resultado, o déficit na balança comercial de produtos químicos, entre janeiro e outubro, somou US$ 24,7 bilhões, o que representa uma redução de 7,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Mais uma vez os fertilizantes e seus intermediários permaneceram como o principal item da pauta de importações químicas, respondendo por 19,7% do total das importações em valor (US$ 6,6 bilhões) e por 68,6% das quantidades importadas (28,6 milhões de toneladas). Por sua vez, as resinas termoplásticas, apesar de permaneceram como principais produtos químicos exportados pelo País, US$ 1,2 bilhão no acumulado do ano, tiveram uma forte queda de 26,8% nas vendas ao exterior, em comparação com 2019, resultado do firme comprometimento da indústria nacional em manter o mercado doméstico atendido, particularmente no processo de recuperação da atividade econômica dos últimos meses.
Em outubro, especificamente, o Brasil importou US$ 3,5 bilhões em produtos químicos, valor que representa redução de 17,5% na comparação a igual mês do ano anterior, ao passo que o valor exportado, de US$ 830 milhões, significou uma redução de 19% na mesma comparação. De acordo com projeções da própria Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, até o final do ano deverá ser registrado um déficit da ordem de US$ 29,3 bilhões. Até dezembro, as importações deverão totalizar US$ 40,2 bilhões, ao passo que as vendas externas US$ 10,9 bilhões, recuos de respectivamente 8,9% e 13% em relação ao ano de 2019.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os resultados da balança comercial setorial e dos indicadores conjunturais do mercado interno apontam que o pior momento econômico parece ter ficado para trás e que 2021 ainda será bastante desafiador: “Sem dúvida, a indústria química brasileira foi decisiva no enfrentamento da pandemia e dos seus graves impactos na saúde pública, na economia e na sociedade, provendo as soluções em qualidade e quantidades necessárias para as várias cadeias produtivas, muitas delas na linha de frente de combate à Covid-19. Agora o momento é de pensar como serão os próximos meses e entendemos que a transformação desse atual processo de recuperação em uma efetiva retomada sustentável do crescimento econômico, em 2021, estará condicionada, além de evidentemente sermos eficazes contra o coronavírus, à concretização de uma sólida agenda de competitividade, alicerçada na regulamentação do novo mercado do gás, em modernização da infraestrutura, particularmente logística, e nas reformas estruturantes, como a tributária.”
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