INPI ACOMPANHA INSTITUTOS INTERNACIONAIS EM TODO MUNDO E CONCEDE PATENTE PARA TECNOLOGIA DA LIDERROLL

Demorou mais de dez anos, mas a patente do método brasileiro da Liderroll para lançamento de dutos em túneis e ambientes confinados  – ufa! – foi concedida no Brasil. Foi aqui que a empresa carioca fez a sua primeira solicitação, através do escritório do advogado especialista em propriedade intelectual, Daniel Souza Campos (foto à direita), que também ficou responsável pelos mesmos pedidos em diversos outros países, que reconheceram a tecnologia e concederam as patentes em diversos países da Europa,  Estados Unidos, Canadá, China, Índia, Rússia, México, Hong Kong, Venezuela, Chile, Peru e muitos outros. O método, utilizado com muito sucesso em obras da Petrobrás no Rio e em São Paulo, está sendo preparado para ser usado em uma obra em Chicago, nos Estados Unidos, em um projeto desafiador que é  cruzar por baixo o Lago de Michigan. Pela primeira vez, a tecnologia não será usada em uma montanha, mas sim um túnel bem abaixo do nível do mar.

A tecnologia genuinamente brasileira já sofreu diversas tentativas de ataques e cópias,  nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.  Já foi, inclusive, apresentada por terceiros, sem o menor constrangimento, em seminários e eventos sobre petróleo e gás  durante a OTC, em Houston, onde  a apropriação indevida foi documentada  por fotos, desenhos impressos e filmes exibidos pela empresa não autorizada, evidenciando o mesmo método, travestido com outros elementos, numa tentativa de esconder o crime.

O Petronotícias apurou que a Liderroll tem tudo documentado e está tomando providências,  já tendo notificado extrajudicialmente a empresa infratora. A concessão da patente aqui no Brasil, depois de todo esse tempo, vai  evitar muita dor de cabeça para a empresa. É preciso reconhecer que esse processo de concessão, foi acelerado durante o governo Bolsonaro, graças a uma promessa cumprida pelo novo presidente do INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial, atualmente vinculado ao Ministério da economia, Cláudio Furtado (foto à esquerda), que efetivamente tomou providências para reduzir o estoque de pedidos de patentes acelerando a decisão em 80% num prazo de dois anos. Sua ideia é aumentar em 350% a eficiência nas decisões técnicas, passando de 17 mil decisões técnicas por ano para 64 mil.

Isso está sendo possível graças a uma série de medidas que vêm sendo colocadas em prática para melhorar a produtividade. Uma delas é o home office, que está dando a oportunidade de uma parcela dos examinadores trabalharem de casa. A meta era para que eles aumentassem em 30% a sua eficiência.  O resultado foi melhor ainda porque chegou a 41%. Outra iniciativa foi a simplificação do exame de patentes com o auxílio de um programa que oferece segurança jurídica às decisões, sem que o examinador perca a sua autonomia por decidir ou não pela concessão do registro.

A Liderroll conseguiu essa importante vitória também aqui no Brasil que mudou os parâmetros da construção de dutos em túneis. Esta patente garantiu a exclusividade  para fabricar e instalar suportes côncavos em túneis feitos por TBM. A partir de agora, ninguém poderá mais instalar suportes côncavos que acompanhem a geometria dos túneis de seção circular feitos pelo tatuzão. Foi uma invenção brasileira a ter este tipo de geometria de “autossuportação” modulada para dutos e tubulações diversas. Para a empresa essa vitória é sem igual, mais ainda porque recebeu contestações dentro da própria Petrobrás e entidades e grupos de profissionais que desconsideravam  o método, sem apresentar  argumentos lógicos e consistentes.

O Presidente da Liderroll, Paulo Fernandes (foto principal), considerou que “Foi uma luta e vencemos com demonstrações técnicas e jurídicas em defesa do Brasil em liderar o nome de construção de dutos em ambientes confinados. Esta patente reconhece a criatividade e a capacidade inventiva do Brasil e da Liderroll. Ficou atestado em definitivo que não há nenhuma técnica melhor do que a nossa para este fim e nestes ambientes confinados. Nossa engenharia projetou montantes (suportes) e roletes; impondo estruturas completamente resolvidas internamente onde as resultantes dos esforços mecânicos se anulam dentro da própria estrutura, convergindo para uma componente de força, predominantemente de compressão contra o concreto e as rochas das paredes dos túneis, efeito altamente desejado para não induzir colapso estrutural nas “Aduelas” (anéis de concreto) nas paredes dos túneis. Nenhum outro tipo de suporte produz esta componente, motivo da necessidade da proteção intelectual.”

Essa tecnologia foi usada com sucesso no túnel do Gasduc III (Tubo de 38”)(foto à esquerda), no norte do Rio de Janeiro, um túnel de 3,8 quilômetros. Ele é o maior gasoduto em diâmetro da América do Sul, com capacidade de transportar 40 milhões de m³ por dia. Construído sob a Serra do Santana, em Cachoeira de Macacu, numa área de preservação ambiental do Mico Leão Dourado. A obra evitou uma supressão vegetal de 124 mil km² de Mata Atlântica. O túnel foi inaugurado no início de fevereiro de 2010 e agora pertence a NTS. Na atualidade, 10 anos depois, seria o momento exato da operadora do duto fazer a primeira avaliação/inspeção dos suportes projetados e das condições do duto dentro do túnel, que está fechado por segurança desde a sua inauguração.

Paulo Fernandes lembra que pelo longo tempo decorrido (10 anos): “Realmente é um momento importante e crucial para uma primeira inspeção. Vamos entrar em contato com a NTS para nos colocar à disposição e poder contribuir na análise de todas as peças desenvolvidas especialmente, tanto para o túnel do GASDUC  como para o túnel do GASTAU (foto abaixo), pois foram peças projetadas “Taylor-made” para aqueles dutos (produtos únicos, nunca feitos no mundo e que precisam ser acompanhados de perto). Realizamos essa obra num tempo recorde no primeiro uso da nossa tecnologia de lançamento de dutos em túneis. Foi um grande desafio. Lembra ainda a outra obra do Gastau, que corta um trecho da Serra do Mar, em São Paulo, foi ainda mais desafiador. Um túnel de 5,1 quilômetros, que termina num “Shaft” 100% vertical e com apenas cinco metros de diâmetro, sem saída na outra extremidade. Foi feito o Lançamento da primeira linha, de 28 polegadas, e  três anos depois de pronta, foi feito o lançamento de 10,2 quilômetros de outras duas linhas menores por sobre esta linha de 28”, em 100% de carga com duto vivo em operação. Lembro que recebemos um BAD (Boletim de Avaliação de Desempenho) nota 100. Lançamos os dutos num prazo recorde, antecipando em meses a conclusão da obra.”

A patente da Liderroll foi confirmada aqui no Brasil  num momento de comemoração da empresa, que teve a tecnologia escolhida pela comunidade americana de Chicago que optou, por meio de uma audiência pública, pela tecnologia brasileira que disputou com outros dois métodos alternativos. A  escolha da Liderroll foi  quase por unanimidade para lançar um trecho de 6,8 quilômetros de um oleoduto sob o Lago de Michigan.(foto a direita) Um desafio ainda mais importante por ser um longo trecho e “afogado”. A Liderroll está em entendimentos com uma empresa parceira americana, esperando terminar os estudos ambientais e sondagens geológicas para começar assessorar, já na construção civil,   de forma ao túnel servir ao duto e não ao contrário,  o duto ter que se moldar ao túnel como feito aqui no Brasil. Situação muito indesejada que causa estresse permanente ao longo da vida do duto. Dai o motivo de se manter os dutos brasileiros com uma inspeção regular e em dia.