INVESTIDORES PEDEM RESSARCIMENTO DE R$ 4,475 BILHÕES POR PREJUÍZOS COM A SETE BRASIL

A Sete Brasil ganhou o campo das brigas judiciais entre acionistas há algum tempo, com a derrocada da empresa nos últimos anos, fruto das revelações da Operação Lava Jato, da queda no preço do barril de petróleo, e do corte de investimentos da Petrobrás, mas agora a disputa avançou uma casa. Os investidores sócios da empresa de sondas entraram com pedido de arbitragem internacional e pedem ressarcimento de R$ 4,475 bilhões pelas perdas até agora.

Os fundos de pensão Previ, do Banco do Brasil, Funcef, da Caixa, e Valia, da Vale, estão entre os que assinaram o pedido, mas a lista com todos os nomes ainda não foi divulgada. Ainda assim, é grande a probabilidade de que os bancos sócios da Sete Brasil também façam parte do processo, já que os investimentos na empresa foram de grande volume nos últimos anos, sem retorno até o momento.

Dentre os sócios da Sete Br, além dos três fundos de pensão citados, estão os bancos Bradesco, BTG Pactual e Santander, o grupo americano EIG e os fundos Strong, Lakeshore, Luce Venture e FI-FGTS, além da própria Petrobrás, que detém 5% de participação.

A Sete Brasil foi criada em 2010 e contratada pela estatal brasileira para construir 28 sondas para o pré-sal, além de uma 29ª sem contrato prévio, mas o desenrolar dos anos levou a empresa a um acúmulo de dívidas monumental, levando-a a pedir recuperação judicial em abril do ano passado, quando os débitos somavam R$ 19,3 bilhões.

Após os desdobramentos da Lava Jato, a Petrobrás reduziu seu plano de investimentos e decidiu cancelar uma série de sondas encomendadas, mas as duas empresas não chegaram a um acordo sobre o número de unidades que seriam feitas. O plano previa a redução da carteira para 12 sondas a serem concluídas, após aportes de mais US$ 5 bilhões, mas até agora não foi aprovado. Uma nova reunião será feita em 26 de junho em busca de algum consenso.