IRÃ CEDE EM PARTE AOS APELOS DA AGÊNCIA ATÔMICA E PERMITE INSTALAÇÕES DE CÂMERAS NA USINA NUCLEAR DE TESA
Depois de muitas negociações, o Irã cedeu em parte e vai permitir o controle técnico das novas câmeras de vigilância que serão instaladas na usina nuclear da Tesa, na cidade de Karaj, no oeste de Teerã, mas não vai permitir inspeções em locais pré-determinados. As gravações começaram neste domingo (19), segundo informações do porta-voz do programa nuclear iraniano, Behruz Kamalvandi. Essas câmeras, fornecidas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vão substituir as que foram danificadas no dia 23 de junho, durante o que o Irã descreveu como uma operação de “sabotagem” israelense. Com esta nova vigilância a agência poderá ter informações mais precisas sobre o nível de enriquecimento de urânio feito nas centrífugas instaladas no prédio da usina.
O porta-voz Kamalvandi repetiu as três condições para reinstalação de câmeras de vigilância no local: “investigações jurídicas e de segurança sobre sabotagem, condenação da AIEA aos atos de sabotagem e uma investigação técnica e de segurança dessas câmeras no Irã antes de serem instaladas.” A AIEA chegou a um acordo com o Irã para substituir os equipamentos, descritos como “muito importantes” por seu diretor-geral, Rafael Grossi. A rejeição imposta por Teerã inicialmente, prejudicou o andamento das negociações de Viena entre Irã, Rússia, Alemanha, Reino Unido, França e China sobre o programa nuclear iraniano, que foram retomadas em 29 de novembro. No entanto, o organismo nuclear da ONU não foi capaz de recuperar os cartões de memória de uma câmera destruída no referido incidente, nem mesmo fragmentos. Na sexta-feira (17) Grossi havia expressado dúvidas sobre o desaparecimento de alguns dados. Em Karaj, onde são fabricadas centrífugas para o enriquecimento de urânio, e em outros locais onde o Irã restringiu as inspeções da AIEA desde fevereiro, este só poderá ver o conteúdo das câmeras depois que as sanções americanas forem suspensas.
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