IRÃ PODE ESTAR ENRIQUECENDO URÂNIO A 20% EM 1.044 CENTRÍFUGAS. ALEMANHA, REINO UNIDO E FRANÇA FAZEM ALERTA

Alerta no Oriente Médio. Em meio a confusão no Irã, com petroleiro sequestrado pela Guarda Militar do país no Golfo Pérsico envolvendo a chegada de navios militares e submarinos nucleares, o ambiente não está para peixe.  O último movimento do Irã para aumentar o enriquecimento de urânio a 20% ( Para uso militar) está sendo visto pelo E-3, formado pela França, Inglaterra e Alemanha,  como um grave um risco de proliferação nuclear.  Os ministros das Relações Exteriores desses países,  fizeram um alerta aos iranianos. Enquanto isso, o embaixador do Irã, Kazem Gharibabadi (foto principal)  em Viena, na Áustria, sede da Agência Internacional de Energia Atômica,   escreveu para AIEA, enfatizando a necessidade da adesão “imediata e incondicional” de Israel ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Para lembrar, o Irã e o E3 / EU + 3 (China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e EUA – também conhecido como P5 + 1 – mais a União Europeia) assinaram o Plano Global de Ação Conjunto (JCPoA) em julho de 2015. Sob seus termos, o Irã concordou em limitar seu enriquecimento de urânio a 3,67% U-235. Os Estados Unidos se retiraram do acordo em maio de 2018 e impuseram sanções econômicas a Teerã.

Um comunicado conjunto do E-3, diz que “Estamos profundamente preocupados com o início pelo Irã no dia 4 de janeiro do enriquecimento de urânio de até 20% na instalação subterrânea da Fábrica de Enriquecimento de Combustível Fordow.  Esta ação, que não tem justificativa civil credível e acarreta riscos muito significativos relacionados à proliferação, está em clara violação dos compromissos do Irã sob o JCPoA e esvazia ainda mais o Acordo. Este é um desenvolvimento negativo sério que mina o compromisso conjunto dos participantes do JCPoA em 21 de dezembro de preservar o JCPoA. Também corre o risco de comprometer a importante oportunidade de um retorno à diplomacia com a nova administração dos EUA. Instamos fortemente o Irã a parar enriquecer urânio até 20% sem demora, reverter seu programa de enriquecimento para os limites acordados no JCPoA e abster-se de quaisquer outras etapas de escalada que reduziriam ainda mais o espaço para uma diplomacia eficaz. “

O E3 permanece em contato próximo com os outros participantes do JCPoA para avaliar a melhor forma de lidar com o não cumprimento do Irã dentro da estrutura do acordo. O embaixador Kazem Gharibabadi anunciou  em seu  Twitter que havia escrito ao diretor-geral da AIEA Rafael Mariano Grossi, alertando-o sobre o “programa secreto de armas nucleares” de Israel: “Todos na região da Ásia Ocidental, exceto o regime israelense, são partes do TNP”, disse Gharibabadi, acrescentando que “o desenvolvimento de um programa de armas nucleares clandestinas por Israel continua a representar uma séria ameaça não apenas para a segurança e estabilidade de da região e do mundo, mas também para a eficácia e eficiência do TNP e do regime de salvaguardas da Agência.“

Em novembro do ano passado, o iraniano criticou a E3 por simplesmente expressar arrependimento pela retirada de Washington do JCPoA, e não tomar nenhuma atitude. Um porta-voz da AIEA disse ao World Nuclear News hoje que Grossi não emitiu uma declaração sobre nenhuma das cartas de Gharibabadi – sobre o aumento de 20% ou sobre Israel: “Rafael Grossi informou aos Estados-Membros da AIEA que o Irã em 4 de janeiro começou a alimentar urânio já enriquecido em até 4,1% de U-235 em seis cascatas de centrifugação na Fábrica de Enriquecimento de Combustível Fordow para enriquecimento adicional de até 20%“, disse o porta-voz. “Inspetores da AIEA estiveram presentes no local para destacar o selo da Agência de um cilindro com o material de alimentação. O cilindro foi então conectado à linha de alimentação para iniciar a produção de urânio enriquecido até 20%. As seis cascatas foram reconfiguradas em três conjuntos de duas cascatas interligadas, compreendendo um total de 1.044 centrífugas IR-1. O Irã havia informado previamente à Agência sua intenção de iniciar a produção de urânio enriquecido até 20%. “