LAVA JATO CUMPRE 65 MANDADOS JUDICIAIS PELO PAÍS E PRENDE EX-MINISTRO PAULO BERNARDO

A Operação Lava Jato voltou a agitar Brasília na manhã desta quinta-feira (23), com a prisão do ex-ministro do planejamento de Lula e das comunicações de Dilma Rousseff, Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann, cujo advogado da campanha ao governo do Paraná de 2010, Guilherme de Salles Gonçalves, também é alvo de mandado de prisão preventiva, apesar de não ter sido detido ainda, por estar no exterior. A ação é parte de 65 mandados judiciais em cumprimento pela Polícia Federal em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal.

A operação, que é um desdobramento da 18ª fase da Lava Jato e ganhou o título de Custo Brasil, inclui outros nove mandados de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva, sendo que o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, do governo Dilma, foi um dos levados coercitivamente a depor.

A sede do PT em São Paulo também foi um dos focos de busca e apreensão, além de haver um mandado de prisão preventiva para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já condenado na Lava Jato e preso desde o ano passado.

O objetivo da nova fase é investigar o pagamento de propina em contratos de prestação de serviços de informática somados em R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, para pessoas ligadas a funcionários do Ministério do Planejamento.

A operação investiga crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann já haviam sido citados na Lava Jato nos depoimentos do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que afirmou ter desviado R$ 1 milhão da estatal para a campanha da petista ao Senado em 2010, por meio de negociações realizadas com o marido dela.

A senadora e o ex-ministro negaram as irregularidades na arrecadação em depoimentos à Polícia Federal realizados em abril do ano passado.