LIDERROLL BUSCA MERCADO INTERNACIONAL MAS DE OLHO NAS INSPEÇÕES NECESSÁRIAS EM GASODUTOS BRASILEIROS | Petronotícias




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LIDERROLL BUSCA MERCADO INTERNACIONAL MAS DE OLHO NAS INSPEÇÕES NECESSÁRIAS EM GASODUTOS BRASILEIROS

Paulo_Fernandes_O projeto Perspectivas 2021 começa apresentando as opiniões do empresário Paulo Fernandes, Presidente da Liderroll. Assim como toda cadeia de empresas do setor de petróleo, ele também se ressente dos poucos investimentos no segmento. Pior ainda neste 2020, um ano que nunca esqueceremos. Com poucos investimentos no Brasil, Fernandes olhou as oportunidades que se sucediam em alguns países, onde suas tecnologias para lançamento de tubos em ambientes confinados e suportação de tubulações em piers, abriam boas perspectivas. São projetos de grande porte, de desenvolvimento complexo, que exigem um detalhamento prolongado. Seja no Turcomenistão, Rússia, Paquistão, Índia, Canadá ou Estados Unidos.

Aqui no Brasil, há grandes possibilidades no setor de inspeções em oleodutos, piers e, principalmente, em  gasodutos. A Liderroll realizou três grandes obras lançando um duto no túnel do Gasduc III; túnel do Gastau, de cinco quilômetros sob a Serra do Mar, Ocevap I e Ocevap II. Quatro grandes dutos em ambientes confinados, obras que nunca haviam sido feitas no Brasil.  Essas obras já tem dez anos,  já estão fora da garantia e precisam de uma atenção especial. Vamos, então, saber o pensamento do presidente da Liderroll:

1- Como o senhor e a sua empresa enfrentaram os desafios de 2020, com a Pandemia apanhando a economia brasileira em pleno voo de subida?

– Como a nossa empresa nasceu 100% focada para atender o mercado de Petróleo e Gás e,  como é de conhecimento público, este

TÚNEL DO GASDUC 3, NO RIO DE JANEIRO

TÚNEL DO GASDUC 3, NO RIO DE JANEIRO

mercado foi substancialmente desmontado e esmagado. Assistimos muitas Interferências estranhas, que acabou destruindo um setor da nossa economia que levava o Brasil para um nível de destaque.  Muita coisa foi destruída sob o manto da bandeira anticorrupção.  Durante alguns anos uma cadeia de empresas e milhões de profissionais perderam suas funções de um momento para o outro. O país balançou. A quem interessou isso? A nossa História, em algum momento, poderá revelar coisas importantes para se compreender os momentos que passamos e ainda cruzamos.

Em 2020, a queda do preço do petróleo devido à baixa demanda de consumo imposta pela Pandemia. Foi inevitável.  O mundo todo  sentiu e refreou os planos, os projetos e  os investimentos.  A reboque disto,  várias empresas e segmentos, mesmo as que não são focadas 100%, como nós,    no mercado de petróleo,  sentiram amargamente. Como se diz popularmente, foi um pé no peito, uma voadora no mercado. Isso foi muito ruim, pois as empresas que ainda estavam lutando para ficar de pé, ou até mesmo para aquelas que ainda estavam negociando as suas recuperações e até falências, em alguns casos,  praticamente foram à lona. Nocaute. Eu carrego um ditado comigo que empresas só vão à falência com um mau pedido em carteira. De outra forma, ela apaga a luz, demite os funcionários, equilibra os custos e entra em hibernação. No nosso caso foi assim. 

GGGFFHoje, estamos voltados para o mercado exterior buscando as oportunidades que surgem aqui e ali. Nossos profissionais viajaram muitos. Foram a muitos países, como formiguinha, mostrar nossas patentes, nossos produtos, nossas expertises. Seja no lançamento de dutos em túneis, em suportes de tubulação em piers, roletes para Stingers,   manutenção de oleodutos e, principalmente, em gasodutos. No Brasil, ainda se dá pouca atenção a isto. Mas é um tema que requer extrema atenção. Pela segurança. Precisamos estar de olhos bem abertos para esta questão. Não apenas as empresas, mas também os órgãos ambientais e de controle.

 Nossa administração sempre foi muito transparente e conservadora. Nunca operamos alavancados ou com capital de giro externo. Nossas instalações são próprias e não temos qualquer passivo. Isso nos salvou e está nos dando fôlego para cruzar este período terrível.

2- Quais são as perspectivas do senhor e de sua empresa para 2021?

– Olha, a meu ver, ainda vamos andar de lado por um  tempo. O Brasil voltou uns 40 anos no seu desenvolvimento industrial em função

ROLETES PARA STINGER DE LANÇAMENTO DE DUTOS NO MAR QUE EQUIPA A BGL 1

ROLETES PARA STINGER DE LANÇAMENTO DE DUTOS NO MAR QUE EQUIPA A BGL 1

desse processo que acabei de falar. As consequências são e ainda serão terríveis. Há uma tendência a judicialização em tudo. De vez em quando, alguma coisa vira moda falar e defender. Já salvamos a Ararinha Azul, o Mico Leão Dourado, as Tartarugas Marinhas. Agora é a vez de se salvar a Amazônia, o clima e o compliance.  Criou-se um mercado para isso. Virou moda. Retira-se o dinheiro do investimento, da pesquisa e desenvolvimento e gasta-se fortunas para ter papéis para provar que você é honesto. É a moda atual.

Nós somos uma empresa que investe no conhecimento, na pesquisa. Por isso, fomos premiados internacionalmente em 2011 pela American Mechanical Engineers Society ( ASME). Nenhuma empresa brasileira tem uma premiação como a nossa. E em mais uma ou duas semanas, iremos anunciar uma nova patente inédita e revolucionária para atender ao mercado. Estamos na fase de encerramento do pedido de patentes em vários países.  Também apostamos que podemos fazer a diferença.

No Brasil, ainda temos grande potencial para muitos novos trabalhos nessa área, em especial no setor de manutenção onde também temos grande experiência. É um trabalho específico que requer empresas capacitadas para fazer. Nós estamos falando em manutenção de oleodutos, tanques e gasodutos. Vemos boa perspectiva para isso.

Não queria encerrar este capítulo sem falar de um assunto extremamente importante: a passagem do conhecimento dos profissionais

ROLETES DE PLÁSTICO DE ALTA PERFORMANCE USADO PARA SUPORTAÇÃO DE TUBULAÇÕES EM PIERS QUE SOFREM COM A ALTA CORROSÃO

ROLETES DE PLÁSTICO DE ALTA PERFORMANCE USADO PARA SUPORTAÇÃO DE TUBULAÇÕES EM PIERS QUE SOFREM COM A ALTA CORROSÃO

com experiência, vividos, para os profissionais mais jovens. Os bons estão deixando o mercado ou foram estimulados a fazer isso para a chegada dos jovens, o que é natural. Mas não é inteligente simplesmente afastar os profissionais calejados sem que haja a integração com quem chega. Chamo atenção para isso. Está acontecendo em muitas áreas.

  3- Se o senhor fosse consultado, quais as recomendações e sugestões que faria para o governo neste novo ano que está prestes a iniciar?

– Bem, boa parte desta pergunta já está estratificada na minha resposta acima. O que precisamos é de um ministério do planejamento que planeje efetivamente. Tem que olhar e planejar os próximos 40 anos,  no mínimo. Tem que planejar segmentando os períodos governamentais como fases, projeto e metas exequíveis dentro de cada período destes, porem com continuidade de cada bloco complementar suportando o seguinte. Só assim teremos a construção real do País. Nada é feito do dia para a noite.   Uma coisa importante é que quando falo em planejamento,  é obvio que este ministério tem que enquadrar os demais ministérios e cumprirem suas partes e programarem a verba,   a integração, o social  etc. Não pode é um puxar para cá e outro para lá. Falta patriotismo e sobra interesse pessoal.

O gasto público é um ponto de muita preocupação e ao  meu ver é até fácil de resolver. É só cortar, verdadeiramente, o que não é essencial. Diminuir a burocracia e, principalmente, as mordomias. O que atrai o profissional para o serviço público deveria ser o salário e não essas mordomias. São casa, carros, gasolina, aviões, passagens aéreas, comida de graça, excesso de empregados em funções que não fazem mais sentido. Por alguma razão, isso não envergonha quem usufrui. Eles sentem como se fosse uma obrigação do Estado com eles. Não é. Com a pandemia quantas coisas foram modificadas, feitas a distância, home offices. Sei que a gritaria vai ser geral, sindicatos, ONGs, políticos, mas não há outro jeito.   Dá pra fazer. O que não  pode é o gasto público consumir quase todo o nosso PIB.

Precisamos de Investimentos em infraestrutura.  Isso não é caro e levará qualidade de vida para as pessoas,  gerará muitos empregos, distribuindo riquezas. A participação da iniciativa privada em conjunto com a participação pública, parece ser uma excelente alternativa. O Turismo deve melhor explorado.  O Brasil é muito fraco nessa área. Temos que explorar mais isso. Temos que aprender com quem sabe efetivamente. Dou três exemplos de países muito visitados: Espanha, França e Estados Unidos. Portugal seguiu esses passos. E veja a realidade que se transformou. A geração de empregos é absurda, o retorno é altíssimo e o nosso povo e a nossa cultura contribuem muito com sua simpatia e diversidade. Imaginem se o Rio de Janeiro fosse nos Estados Unidos ?

Por fim, investir maciçamente em formação de mão de obra técnica e profissional olhando para o futuro. Não adianta sermos um país com 100 milhões de Ronaldinho gaúchos, 50 milhões de Romários e 50 milhões de Rivaldos. Quem vai apitar o jogo, quem vai cuidar do gramado, quem vai construir os estádios?  É para isso que temos que olhar.

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