LULA DESISTE DE PARTICIPAR DE PROTESTO EM FRENTE À SEDE DA PETROBRÁS

Definitivamente, o Brasil não é para qualquer arco e flecha. O ex-presidente Lula, já condenado em três instâncias por desvios de dinheiro na Petrobrás, acusado de ser o grande líder e mentor da quadrilha política que por pouco, muito pouco, não quebrou a empresa, foi convocado para participar de um protesto contra demissões de petroleiros em uma fábrica de fertilizantes no Paraná. Ele teve a coragem de se programar para participar do ato, mas mudou de ideia e, alegando falta de garantia de segurança, não compareceu. A participação de Lula no protesto em frente à sede da Petrobrás, ocupada por um grupo de sindicalistas, poderia fazer deste 7 de fevereiro o Dia Mundial da Hipocrisia. O protesto teve a presença de lideranças sindicais e de partidos da esquerda. Um deles foi o ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que chegou a ser acusado de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. O processo foi arquivado em 2017 pelo ministro do STF Edson Fachin.

Para lembrar, o movimento grevista começou no ultimo sábado (1º) em função do fechamento da Fábrica de Fertilizantes de Araucária (Ansa/Fafen-PR). Por dar constantes prejuízos, a Petrobrás decidiu hibernar a unidade e dar prosseguimento a nova política de negócios da companhia: focar no seu principal negócio e explorar petróleo enquanto ele ainda for econômico. Se está certo ou errado, o tempo dirá. Mas o que fica claro é que esta realidade foi trazida pelos erros dos governos petistas que permitiram e participaram comprovadamente dos assaltos constantes aos cofres da Petrobrás. Os dados, as confissões,  mostram que essa é uma verdade irrefutável.

Arte produzida por grevistas indicava que Lula participaria do ato

O resultado não se limitou apenas à quase quebra da companhia, mas a insolvência de um sem número de empresas grandes, médias e pequenas, levando para o limbo milhões de empregos, oportunidades, vidas e desonra para centenas de pessoas. Algumas inocentes, que foram arrastadas para o mesmo bolo e pagam dissabores. Até mesmo porque conheciam os que subtraíram da maior petroleira da América Latina durante anos. Por isso tudo, ao ter o chefe desta quadrilha, liderando um protesto em frente a Petrobrás nesta sexta-feira, é um tapa na cara de toda população brasileira. Inclusive aos que defendem Lula, incapazes de reconhecerem o óbvio.

No final da noite de ontem, a Petrobrás informou que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o bloqueio de contas e suspensão do repasse mensal às entidades sindicais por descumprimento da decisão judicial. A estatal disse que o TST impôs as sanções porque os grevistas estão descumprindo a decisão judicial de manter contingente mínimo de 90% dos trabalhadores.

Por isso, o ministro do TST, Ives Gandra, disse que a greve passou a revestir-se de caráter “abusivo” e disse que o movimento tem “conotação política e não econômica direta”. A Petrobrás teme que o descumprimento do percentual mínimo de efetivo coloque em risco a segurança das suas operações.

O ato de hoje em frente à sede da Petrobrás contou também com a participação de trabalhadores da Casa da Moeda, Dataprev, Serpro, Correios, Eletrobrás, CEF e Banco do Brasil. Este é o sétimo dia de greve e, segundo balanço da FUP, mais de 60 unidades do Sistema Petrobrás foram mobilizadas em 13 estados do país.

Uma comissão de integrantes da FUP está ocupando há oito dias uma sala do 4º andar da sede da Petrobrás, esperando por uma reunião de negociação para tentar reverter as demissões na Fafen-PR. Nas contas da entidade sindical, os desligamentos podem chegar a 1000, quando a Petrobrás diz que serão apenas 396. Enquanto isso, em Araucária, trabalhadores da Fafen-PR estão acampados em frente à fábrica, mobilizados contra o fechamento da unidade.