MAIS DE MIL POLICIAIS ITALIANOS PRENDEM DEZENAS DE PESSOAS LIGADAS A MÁFIA DO PETRÓLEO E DOS COMBUSTÍVEIS
Um operação policial na Itália mobilizou mais de mil policiais para prender dezenas de pessoas nesta quinta-feira (8), incluindo uma rica herdeira do setor de petróleo. A operação policial era para desmontar uma rede de empresários com conexões com várias máfias italianas. A polícia também apreendeu 1 bilhão de euros proveniente de uma gigantesca fraude de combustíveis organizada por grupos criminosos. Durante a chamada “Operação Petrol-Máfia”, mais de 50 pessoas foram presas por envolvimento na lavagem de dinheiro das várias máfias da península. Também foram presas acusadas de fraude fiscal ocorrida através de empresas ligadas ao setor petrolífero.
Giovanni Bombardieri (foto principal), Procurador da Calábria, disse que “as máfias, independentemente da região de origem, têm interesse em atuar em diversos setores, não só de drogas, mas também de petróleo. A Camorra de Nápoles e a ‘Ndrangheta da Calábria alcançaram uma sinergia nefasta para trabalhar com criminosos de colarinho branco.” Mais de 1.000 agentes participaram da operação na qual foram apreendidas propriedades, negócios e dinheiro vivo, cujo valor é de quase 1 bilhão de euros. A investigação descobriu um elo gigantesco que existe entre os diferentes grupos mafiosos da península para importar e comercializar ilegalmente combustível, de forma que se possa lavar o lucro ilegal através de pessoas que servem de fachada e empresas fantasmas. Graças a um complexo sistema de faturas falsas, os acusados não realizavam o pagamento de impostos e, ao mesmo tempo, emitiam pagamentos por mercadorias inexistentes para lavagem de dinheiro do tráfico ilegal. A máfia da Calábria usa doze empresas, cinco depósitos de combustíveis e 37 postos de gasolina.
Entre 2018 a 2019, os réus deixaram de pagar cerca de 5,8 milhões de euros (US$ 6,9 milhões) em impostos especiais. Em Nápoles e Roma, a polícia desarticulou o chamado clã Moccia, descrito como um dos mais poderosos e perigosos, sob o comando da Camorra napolitana. Os promotores disseram que a Moccia era responsável por manter relações com importantes figuras do setor público e privado italiano, com o objetivo de investir os lucros obtidos ilegalmente na economia legal. O clã tinha o apoio de uma ex-cantora e viúva do conhecido empresário do petróleo Sergio Di Cesare, que presidente da Europetroli, Anna Bettozzi (foto à direita), que aproveitou as injeções de dinheiro da Camorra para as suas empresas de fachada, conseguindo que a sua petrolífera passasse a faturar de 9 milhões de euros para 370 milhões de euros ao longo de três anos.
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