MEDICINA NUCLEAR GANHA O PRIMEIRO FABRICANTE NACIONAL DE TECNOLOGIA CRUCIAL PARA OPERAÇÃO DE TOMÓGRAFOS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

giovanna-galloA empresa brasileira MMConex está comemorando os seus 25 anos de atuação no mercado com uma vitória importante. A companhia conseguiu um novo e importante registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O aval autoriza a empresa a fabricar em solo nacional os chamados “phantoms” – equipamentos fundamentais no dia a dia dos serviços de medicina nuclear. Essa tecnologia é crucial na realização de verificação da calibração de tomografias computadorizadas. A MMConex será a primeira fabricante brasileira desses equipamentos. Até então, o Brasil precisava importar phantoms. “Os ganhos são muitos. O primeiro deles é o custo de aquisição, já que será mais vantajoso comprar nacionalmente do que importar”, explicou a diretora de novos negócios da MMConex, Giovanna Gallo. “Além disso, o tempo de entrega também é um grande diferencial, pois nossos produtos serão produzidos sem nenhuma dependência externa”, acrescentou. A executiva também ressaltou que os centros médicos brasileiros poderão agora mitigar os riscos de suspender exames de tomografia. “Entendemos também que a assistência técnica nacional dos nossos produtos viabilizará o rápido reparo e trocas de peças, que em outras condições iriam paralisar a utilização dos tomógrafos”, concluiu.

Para começar nossa entrevista, poderia explicar aos nossos leitores a aplicação dos phantoms na medicina nuclear?

KIT NEMA + JASZCZAK DLX[26843]Os phantoms são dispositivos médicos que possuem a finalidade de realizar a verificação da calibração de tomografias computadorizadas por emissão de pósitrons (PET) ou tomografias computadorizadas por emissão de fóton único (SPECT). Os phantoms simulam determinadas geometrias, a fim de garantir a captação correta dos equipamentos de imagem em testes, tanto no momento da aceitação do equipamento, quanto nos controles de qualidade periódico.

Ou seja, os phantoms ajudam a medicina nuclear em dois momentos distintos: no início das operações dos equipamentos de imagem e na manutenção da calibragem das tomografias. Cada phantom possui uma finalidade especifica e nosso portfólio possui nove produtos, todos eles dedicados à medicina nuclear.

Agora, gostaria que compartilhasse conosco sobre o processo para obtenção do registro dos phantons na Anvisa. Poderia contar um pouco como foi essa trajetória?

O processo começou quando nós tomamos conhecimento da Nota Técnica n° 03/2012, onde a Anvisa especificou que o phantom era considerado um produto para a Saúde, sendo passível de registro na agência. Entretanto, além dos processos burocráticos junto à Vigilância Sanitária, fomos informados que o produto teria uma modificação de classe de risco, passando de risco II para III.

Essa modificação exigiu novos processos de inspeção e obrigatoriedade de Certificação de Boas Práticas de Fabricação (CBPF). Esses requisitos não eram solicitados anteriormente, o que tornou toda a tramitação de aprovações muito mais morosa, atrasando o lançamento do produto.   

Com essa aprovação em mãos, quais serão os próximos passos da MMConex?

anvisaO processo está finalizado. Já iniciamos a fabricação dos phantoms e fechamos nosso primeiro pedido. Depois de três anos trabalhando no procedimento de aprovação, oficialmente a MMConex está apta a produzir e comercializar phantoms para a Medicina Nuclear, mas não limitados apenas a esse segmento. 

Temos a intenção de expansão de portfólio, com o lançamento de outros phantoms para a área de Radiologia, por exemplo. Além disso, estamos qualificados para trabalhar com outros produtos para saúde, auxiliando esse setor com a nacionalização dessas produções.  

Quais serão os principais ganhos para a medicina nuclear brasileira, que agora conta com uma fabricante nacional de phantoms?

Os ganhos são muitos. O primeiro deles é o custo de aquisição, já que será mais vantajoso comprar nacionalmente do que importar. Haverá uma economia direta em adquirir esses dispositivos da MMConex, sem contar no ganho para fluxo de pagamento, o que sem dúvidas irá facilitar muitos centros de medicina nuclear do país.

Além disso, o tempo de entrega também é um grande diferencial, pois nossos produtos serão produzidos sem nenhuma dependência externa. Portanto, nosso prazo de entrega será um facilitador para as aquisições. Entendemos também que a assistência técnica nacional dos nossos produtos viabilizará o rápido reparo e trocas de peças, que em outras condições iriam paralisar a utilização do produto.

E o que mudará para os profissionais brasileiros que atuam nos serviços de medicina nuclear?

Um dos nossos diferenciais é que os phantoms são comercializados com uma case de transporte, proporcionando uma segurança adicional ao produto. Dada a fragilidade inerente do equipamento, algumas peças podem ser danificadas caso sejam transportadas inadequadamente.  A nossa case de transporte mitiga as chances disso ocorrer, garantindo a flexibilidade de locomoção desses equipamentos.

Mesmo assim, caso ocorra algum acidente com o equipamento, outro diferencial é a manutenção dessas peças e a troca rápida do produto. Isso impacta diretamente no tempo em que o tomógrafo fica parado aguardando a sua calibração, deixando de realizar exames previamente agendados. Desta forma, entendemos que existe um ganho aos centros médicos, que ao adquirirem os nossos phantoms, poderão mitigar esse risco e assegurar que os exames serão agendados e confirmados com exatidão e confiabilidade. Estes são os principais ganhos para físicos e técnicos que realizam as tomografias em clínicas e hospitais.  

Por fim, como tem visto os avanços recentes da medicina nuclear brasileira e o que ainda precisa avançar?

São muitos os avanços em Medicina Nuclear. Nitidamente, os maiores estão relacionados ao registro de radiofármacos na Anvisa, o que sem dúvidas impulsionará o país a ter a sua independência na produção.

Entretanto, o registro de produtos para saúde, equipamentos, embalagens e transporte englobando toda a cadeia logística ainda necessitam de avanços para que as inovações ocorram e o mercado possa crescer de forma mais rápida, eficaz e sustentável. Especialmente falando da utilização dos phantoms, entendemos que existe uma oportunidade de aprimoramento, visto que muitos técnicos da área de produtos para a saúde e correlatos desconhecem esses equipamentos, o que exige uma ampliação em treinamentos.

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