MEMBROS DA CEDESA QUEREM QUE SONANGOL INVISTA EM ENERGIAS RENOVÁVEIS ANTES DE SER PRIVATIZADA
A Cedesa, entidade que analisa assuntos políticos e econômicos de Angola, defendeu que a petrolífera angolana Sonangol deve adquirir uma empresa de energias renováveis para desenvolver o negócio e tornar-se mais atrativa para a privatização. Na análise que faz, a entidade avalia que no momento presente, em que se pretende privatizar a Sonangol numa perspectiva global, é importante que a petrolífera tenha tarefas na área das energias renováveis. “Para ser uma empresa atrativa para o mercado internacional de ações, a Sonangol deve apresentar-se como adotando as últimas tendências das petrolíferas, e também seguindo as necessidades da transição energética”, afirmou. Não abandonando nem menosprezando o seu potencial de crescimento na área da exploração e produção de petróleo, a Sonangol “deve explorar com arrojo as possibilidades combinadas trazidas pelas energias renováveis”, defende a Cedesa.
Na opinião dos membros da Cedesa, neste momento, a posição angolana na petrolífera portuguesa está “ensanduichada” entre a empresária Isabel dos Santos (foto à direita), filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, e a família de Américo Amorim e, desta forma, corresponde a um investimento financeiro que “já não tem muito sentido”. Deste modo, diz a Codesa, “ou a Galp se torna um parceiro estratégico para a transição energética da Sonangol, ou uma revisão da posição torna-se exigível”, realçam. Neste último contexto, “a alternativa seria a Sonangol adquirir uma empresa já minimamente estabelecida no ramo das energias renováveis e desenvolver as suas atividades a partir dessa nova plataforma”.
Neste momento, já foram anunciadas parceiras com as petrolíferas ENI (italiana) e Total (francesa) para desenvolver projetos em energias renováveis, que começarão em 2022. Em relação ao potencial da empresa na área da exploração e produção de petróleo, a Cedesa considera que há espaço e para a Sonangol, enquanto empresa petrolífera, crescer. “A estruturação estratégica em curso da Sonangol deve-se centrar em produzir mais petróleo de forma mais eficiente, quer em termos de custos, quer em termos ambientais”, concluiu.
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