MERCADANTE REBATE ACUSAÇÕES DE DELCÍDIO E AFIRMA QUE GRAVAÇÃO FOI DETURPADA

Não é a toa que os recentes episódios registrados em Brasília têm sido comparados com a série House Of Cards. Dia após dia uma nova bomba surge no jogo político nacional. No centro dos mais recentes casos está o senador Delcídio do Amaral, que em sua delação premiada aponta para todos os lados, atingindo partidos da situação, da base e da oposição. Nesta terça-feira (15), o foco está no ministro da Educação Aloizio Mercadante, que teria oferecido ajuda financeira e um lobby no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o parlamentar não fechasse sua delação. Em resposta, o ministro convocou uma coletiva de imprensa, na qual negou as acusações, afirmou que a gravação apresentada foi deturpada e tirou qualquer responsabilidade da presidente Dilma Rousseff no caso.

A acusação de que o objetivo de Mercadante era silenciar o senador Delcídio foi veemente negada e disse ainda que a ajuda oferecida ao delator seria no Senado Federal, sem qualquer interferência no processo aberto dentro do Supremo Tribunal Federal. A proximidade de Mercadante e Dilma é sabida na capital federal, visto como amigo além de companheiro de partido e governo. Por isso a necessidade de desvincular a participação da presidente. “A responsabilidade é só minha, a iniciativa foi minha”, afirmou o ministro.

O encontro de Mercadante com o assessor de Delcídio foi dentro da legalidade, de acordo com o ministro, que ainda disse que trechos foram omitidos pela revista Veja. “Eu disse claramente, está no áudio: ‘Não tenho nada a ver com a delação do Delcídio.’ Minha preocupação é zero. Não estou nem aí se vai delatar ou não. Está em 12 minutos e 15 segundos de transcrição”, disse.

A manutenção do ministro a frente da pasta de Educação já começa a ser questionada pelos opositores ao governo, que também já buscam um posicionamento do Ministério Público Federal sobre o episódio desta terça. Mercadante, por sua vez, disse que não deixa o cargo. “Enquanto tiver a confiança da presidente Dilma, ficarei”.