MERCADO DE PROTEÇÃO DE CASCOS E TUBULAÇÕES DEVE CRESCER EM 2012
A Sacor Siderotécnica é a empresa líder no mercado brasileiro em sistemas de proteção catódica, que serve para aumentar a resistência de cascos de navios, tubulações e quaisquer superfícies que fiquem submersas por muito tempo, em relação à corrosão. Há três anos a empresa vem se focando mais na área de óleo e gás, acompanhando os projetos da Petrobrás e de outras companhias do setor, e agora está com grandes expectativas para 2012. O responsável pela engenharia da Sacor, Alexandre Venâncio, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou os planos da empresa.
Qual é o foco da empresa no mercado de óleo e gás?
Fazemos proteção catódica para as estruturas offshore e onshore. O nosso ramo é dividido em dois segmentos, sendo um a fundição de metais para a indústria mecânica, fazendo ligas de bronze, e outro relacionado aos anodos para a proteção catódica (procedimento em que são utilizadas correntes elétricas para aumentar a resistência de superfícies à corrosão). Nossos trabalhos são feitos em plataformas de petróleo, em cascos de embarcação, estruturas de píer e etc. Qualquer estrutura que fica submersa é protegida por anodos, que entram como reforço da pintura. Há estruturas, como plataformas ou tubulação de óleo e gás, que operam por 25, 30 anos e não podem ser retiradas do mar, sendo que nenhuma tinta garante tanto tempo de proteção, então, o anodo entra como complemento contra a corrosão.
Quanto a área de óleo gás representa para a Sacor?
Hoje praticamente 80%. De uns três anos para cá o bronze ficou com preço fora de mercado na indústria mecânica, pois o cobre, que é a matéria prima, está com preços muito altos. Com a necessidade da Petrobrás de autossuficiência de gás, ela se pautou para chegar a esse objetivo em 2013, e está com vários projetos nessa busca. Talvez esse prazo não seja atingido por questões do próprio mercado, mas estamos com os trabalhos em andamento ligados a esses planos.
Quais são os negócios da empresa em andamento?
Hoje trabalhamos com projetos de proteção de plataformas e navios em geral. Além disso, produzimos anodos para praticamente todas as companhias de navegação do Brasil. Os navios normalmente são docados entre a cada 3 e 5 anos para a manutenção, pintura e troca de anodos, então sempre existem navios necessitando dos nossos serviços.
O CTDUT está com pesquisas relacionadas ao descolamento de revestimentos externos em função da presença de proteção catódica feita sem o balanceamento correto. Como evitar isso?
Utilizamos parâmetros para fazer o projeto de proteção catódica, liberando uma corrente bem baixa para fazer a proteção. Quando o meio que você utiliza não é suficiente para proteger, utilizamos retificadores, que servem para reforçar a proteção, e se por acaso for utilizada uma corrente alta, pode gerar esse tipo de caso. Mas nossos procedimentos são muito bem estruturados, com uma experiência de anos no setor, e normalmente utilizamos muita literatura procurando seguir à risca os padrões e os parâmetros.
Quais são os principais clientes da Sacor?
São muitos, como Technip, Brasfels, Subsea7, Petrobrás, Saipem, GE Óleo e Gás, Andrade Gutierrez, FMC Technologies, entre outros. Hoje somos líderes no Brasil em proteção catódica.
Como vêem as regras de conteúdo local?
Procuramos participar da melhor forma possível, fabricar o máximo das coisas possíveis em território nacional, embora na liga do anodo um dos componentes não exista no Brasil, mas é uma parcela muito pequena. Cerca de 95% dele é feito aqui.
Como foi o ano de 2011 para a Sacor?
Foi um ano que começou fraco, mas depois houve uma recuperação e melhorou bem, sendo que para 2012 há perspectivas ainda melhores. Estamos ansiosos para o próximo ano.
Estão com novos negócios em vista?
Em função desta expectativa de crescimento, ampliamos nosso Laboratório de análises, investimos em treinamento para melhoria da Qualidade, e em melhorias em SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde), porque as exigências são cada vez maiores. Estamos como todos, com esperança no crescimento do setor para o ano de 2012.
É possivel fazer essa proteção com o casco do navio dentro d’água ?
Atuo na área de Proteção catódica desde 2002, e estou com muitas esperanças para o crescimento da área no ano de 2012. Repondendo a pergunta do Flávio: Sim,a proteção catódica é justamente para atender as superfícies metálicas enterradas e submersas, caso contrário uma pintura somente bastaria para proteger esta superfície. Para este ano estou aguardando com muita espectativa a prometida qualificação do profissional de proteção catódica, onde nos dará realmente uma identidade. Em 2009 foi lançada a norma ABNT NBR 15653 (Critério para Qualificação e Certificação de Profissionais de Proteção Catódica), o que ao meu ver irá valorizar os profissionais… Read more »
Olá Walter, curso engenharia química na faculdade UNi-BH de Belo Horizonte, e estou fazendo um trabalho sobre proteções contra corrosão em navios, e estou tento um pouco de dificuldade de encontrar uma literatura específica. Você poderia me indicar algum material para consulta??? Muito obrigada pela atenção!
Olá Angela, desculpe a demora pela resposta, mas espero ajudar se ainda houver tempo. Lhe indico as seguintes normas: PETROBRAS N-2838 e N-1814, no conteúdo destas normas, existem indicações de outras normas dereferência, indico também o livro da IEC (Sistema de Proteção Catódica) e um site de pesquisas sobre corrosão (www.abraco.org.br).
Espero ter ajudado, meu msn é walternoguilha@hotmail.com para contatos profissionais e se quiser te passo alguns materiais que possuo.Boa sorte.