MERCURY RENEW PREVÊ INVESTIR R$ 5,5 BILHÕES NO BRASIL E TERÁ 700 EMPREGADOS EM OBRAS DE USINA EM MINAS GERAIS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

pedro-fiuzaUma união de forças para girar a economia e injetar mais energia limpa no sistema elétrico brasileiro. A gestora de recursos Perfin e a geradora de energia Servtec fecharam uma parceria para criar a Mercury Renew. A empresa é recém-nascida, mas seus investimentos serão de gente grande. O plano de negócios da nova companhia prevê recursos de R$ 5,5 bilhões nos próximos anos, visando a implantação de 2 GW de geração renovável no Brasil até 2025, com foco na fonte solar. O principal projeto da empresa será uma usina fotovoltaica no estado de Minas Gerais, no município de Várzea de Palma. A planta deve receber R$ 1,7 bilhão em investimentos. O CEO da Mercury Renew, Pedro Fiuza, explica que o empreendimento deve ter início de geração em 2023 e que o pico das obras abrangerá cerca de 700 profissionais. “Essa é a beleza da geração das fontes solar e eólica. Conseguimos levar emprego e renda para regiões muito pobres no Brasil, contratando mão de obra local, que é qualificada e treinada para uma atividade de valor agregado”, afirmou o executivo. Fiuza também traçou um panorama sobre outros quatro projetos da Mercury e falou das perspectivas positivas da empresa em relação ao Brasil para os próximos anos. Alguns aspectos que motivam o otimismo da companhia são a agenda ESG (Meio Ambiente, Social e Governança), a redução dos custos, o crescimento do mercado livre e o apetite dos investidores.

Para começar nossa entrevista, poderia nos contar como surgiu a ideia de fundar a nova empresa? Quais foram as oportunidades visualizadas?

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Projeto solar da Mercury Renew em Pernambuco

Enxergamos uma grande avenida de oportunidades tanto no mercado livre de energia quanto na geração renovável. Estamos vendo uma demanda cada vez maior por parte dos grandes consumidores para fazer a migração rumo à energia renovável. Estamos conseguindo viabilizar empreendimentos, tanto eólicos quanto solares, com tarifas que são atrativas para esses clientes, entregando energia renovável e confiável. Diante dessa oportunidade identificada no mercado, a Servtec e a Perfin, que se conhecem há bastante tempo, resolveram unir esforços e competências para explorar essas oportunidades.

Falando em oportunidades, qual a leitura sobre o momento atual do mercado de geração de energia renovável? O foco da empresa será em energia solar?

O foco será em energia solar, mas também estamos vendo algumas oportunidades em geração eólica. Então, eu diria que vamos olhar para essas duas fontes. A agenda de ESG está sendo levada adiante por boa parte das empresas. As grandes companhias querem aderir a uma demanda da sociedade, que é a descarbonização da economia. Quando você alia esse desejo das empresas à possibilidade de ter energia confiável e limpa a preços competitivos, surgem oportunidades de negócios nesse mercado de geração renovável. A maioria dos nossos clientes está no Sudeste, onde a energia solar consegue se posicionar muito bem para atender a demanda.

Qual o volume de investimento previsto para os próximos anos?

Canadian-Solar-panelsNós temos um plano de investimento de R$ 5,5 bilhões para implantar 2 GW de energia solar até 2025.  Serão todos projetos já desenvolvidos e inclusive já estamos desenvolvendo a engenharia. Para esse volume de empreendimentos já temos boa parte da energia comercializada e muitas iniciativas de negociação em PPA (Power Purchase Agreement) de longo prazo.

Poderia detalhar o cronograma das obras do maior projeto da empresa, localizado em Minas Gerais?

Esse projeto se chama Hélio Valgas, de 650 MWp. Ele terá seu início de construção agora no segundo semestre desse ano, mas precisamente no quarto trimestre. O início de geração está previsto para o primeiro trimestre de 2023. Esse é um projeto que vai chegar, no pico de obra, em torno de 700 colaboradores. Essa é a beleza da geração das fontes solar e eólica. Conseguimos levar emprego e renda para regiões muito pobres no Brasil, contratando mão de obra local, que é qualificada e treinada para uma atividade de valor agregado. Isso, sem dúvida nenhuma, é um grande legado que o desenvolvimento desses projetos deixará nessas regiões onde iremos nos instalar.

Gostaria de um panorama também dos demais projetos solares da Mercury .

Em São Paulo, temos um projeto solar cuja construção pretendemos iniciar no quarto trimestre. A conclusão das obras está prevista para o final do ano que vem. Essa usina se chamará Castilho e terá capacidade de 270 MWp. Em Minais Gerais, além do Hélio Valgas, temos um segundo projeto chamado São João de Paracatu, de 275 MWp. Essa usina terá sua obra iniciada no segundo trimestre de 2022 e será energizada no terceiro trimestre de 2023. Ainda em Minas, temos outro empreendimento chamado Várzea de Palma (120 MWp), que terá sua obra iniciada no terceiro trimestre de 2022 e energização no quatro trimestre de 2023. Por fim, iniciamos as obras no mês passado de Bom Nome (130 MWp), em Pernambuco. Esse é um projeto que tem sua energização prevista para dezembro de 2021 e fornecimento de energia para o cliente em janeiro de 2022.

Como está a negociação para comercialização de energia desses empreendimentos?

Energia solarTemos um contrato grande com a Liasa, que é um grande produtor de silício em Minas Gerais, para a venda da energia da usina Helio Valgas. A Mercury possui ainda outros dois contratos com duas comercializadoras – a Sol Energia, do grupo Equatorial; e a Tradener Energia. Esses três contratos já firmados representam aproximadamente quase 50% de todo o portfólio que comentamos nessa entrevista. Para os outros 50%, estamos com negociações bem adiantas com outros clientes.

A empresa parece estar bem otimista com o mercado para os próximos anos, apesar dos desafios da economia brasileira e da pandemia. Poderia nos explicar ao que se deve essa perspectiva positiva para o futuro?

O nosso otimismo com o mercado vem de alguns pontos que já citei agora há pouco. Primeiro, temos o fato de as fontes eólica e solar estarem muito competitivas hoje em dia. O CAPEX dessas duas fontes caiu consideravelmente ao longo dos últimos 10 anos. Isso as tornou competitivas e viáveis economicamente. O segundo ponto é a agenda ESG de boa parte dos clientes e indústrias que estão aderindo a essa demanda crescente da sociedade – a economia descarbonizada. 

O terceiro ponto é uma consequência natural do crescimento do mercado livre. Cada vez mais, empresas e consumidores estão aderindo ao mercado livre, que hoje já representa um terço, praticamente, do consumo de energia do país. Isso é uma tendência mundial. O quarto pilar é o apetite dos investidores por esse tipo de empreendimento. Existe capital disponível para os projetos de geração renovável.

Esses são quatro pilares que impulsionam bastante a indústria e nos deixam super motivados e otimistas com relação ao plano de negócios que nós construímos.

Importante dizer que existe, sim, uma grande preocupação com tudo o que estamos vivendo por conta da pandemia. Como empresa, temos feito tudo aquilo que está ao nosso alcance para implantar os empreendimentos com bastante segurança para os nossos colaboradores. Então, é importante colocarmos para o mercado de que forma estamos lidando com isso.

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