MESMO COM REDUÇÃO DE PRODUÇÃO, CASTELLO BRANCO DIZ QUE OPÇÃO DE DEMITIR FUNCIONÁRIOS “NÃO ESTÁ SOBRE A MESA”
Enquanto se prepara para reduzir a sua produção em 200 mil barris diários, a Petrobrás garante que isso não vai resultar em demissões em massa. Segundo o presidente da companhia, Roberto Castello Branco (foto), esta opção não está “sobre a mesa”. A declaração foi feita durante um webinar na noite desta quarta-feira (15), promovido pela FGV Energia.
Quando questionado sobre os impactos da crise na estatal, Castello Branco disse que a petroleira já estava se preparando, em 2019, para um cenário de baixos preços do barril. “Nós nos preparamos no ano passado […] para conviver com um ambiente de petróleo a US$ 40. Ou seja, procurando aumentar a resiliência da companhia para que tivesse capacidade de absorver o choque”, afirmou. Contudo, o executivo confessou que esse choque “foi muito mais profundo” do que o esperado.
Depois, o presidente descartou a possibilidade de demissões de funcionários em função da redução de produção. “Estamos perseguindo o objetivo de poder conviver com o ambiente de preços de US$ 25. Reduzimos a produção e isso não significa demissões, como tem sido falado. Eu vi em algumas notas em redes sociais de que a Petrobrás prepara demissão de milhares de empregados. Isso não é verdade. Essa opção não está sobre a mesa”, declarou.
A Petrobrás já enviou uma carta aos petroleiros que vai paralisar unidades na costa de vários estados, com o intuito de enfrentar a crise gerada pela pandemia de coronavírus, segundo informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A companhia explicou que as unidades que vão parar estão em águas rasas e campos terrestres. As operações dessas plantas têm custo mais elevado.
A estatal afirmou ainda aos sindicalistas que 39 plataformas marítimas de produção serão paralisadas em águas rasas em vários estados. Também deve ser suspensa a operação de outras 11 sondas de perfuração terrestre. Essa interrupção de atividade pode impactar cerca de 360 trabalhadores próprios.
Mas nas contas da FUP, a estimativa de trabalhadores impactados, levando em consideração outras unidades que serão paralisadas com o anúncio de redução da produção de petróleo e atividade nas refinarias, é muito maior: cerca de 2.600 trabalhadores próprios e 7 mil terceirizados. Quando se fala em “impacto” nos trabalhadores, leia-se demissões, redução de salários ou transferências.
“Em vez de a empresa promover esse impacto social pulverizado do Nordeste até o Sudeste, poderia reduzir a produção de grandes plataformas. Teria um impacto em poucos municípios e, no máximo, em um ou dois estados. Do jeito que está fazendo, a Petrobras vai afetar o emprego e renda em quase nove estados. Muitas pessoas vão ser transferidas e os terceirizados vão todos para a rua”, afirmou o diretor da FUP, Deyvid Barcelar.
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