MESMO ENFRENTANDO O COMBATE DOS PETROLEIROS, ADRIANO PIRES DEVERÁ SER ELEITO DIA 13 COMO PRESIDENTE DA PETROBRÁS
Mesmo enfrentando duras críticas de petroleiros, que o acusam de ser lobista, não será difícil a eleição de Adriano Pires para a presidência da Petrobrás. O clima de incerteza depois da destituição de mais um presidente no período de pouco mais de um ano está levando investidores a se movimentarem para ampliar a representação dos minoritários no conselho de administração, que irá se reunir no próximo dia 13, em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária. Alguns acionistas minoritários indicaram mais quatro nomes para o colegiado da companhia, que se somaram a outros três candidatos que haviam sido lançados. Agora, já são sete o número de candidatos dos minoritários, muito embora haja um impedimento legal. Os últimos quatro nomes não foram lançados a tempo de serem incluídos no boletim de voto à distância (BVD), instrumento muito usado por investidores estrangeiros para votar em assembleias de empresas. Sem isso, as chances de eleições ficam praticamente nulas.
Ana Marta Horta Veloso, ex-presidente da Light, foi indicada pela Navi Capital. Daniel Alves Ferreira e Rodrigo de Mesquita Pereira, um dos atuais integrantes do conselho, indicados pela FIA Dinâmica e Banclass, além de Francisco Petros, ex-conselheiro da empresa. Esses nomes surgiram depois do BVD. Veloso, Pereira e Petros vão disputar uma vaga no conselho de administração na eleição em separado do controlador, a União. Ferreira concorrerá à eleição do controlador pelas ações preferenciais e vai enfrentar, nessa disputa, o conselheiro Marcelo Mesquita, indicado pela Navi Capital, Távola Capital e Kapitalo.
Fora da eleição em separado, a assembleia terá a disputa de vagas no conselho. A União indicou uma chapa com oito nomes e os minoritários lançaram dois nomes para concorrer por outra sistemática de votação, o chamado voto múltiplo: Juca Abdalla e Marcelo Gasparino, que já é conselheiro. Ambos foram indicados por FIA Dinâmica Energia e Banclass. São os mesmos acionistas que lançaram Daniel Ferreira e Rodrigo de Mesquita pelo voto em separado da União.
A lista da União foi reformulada depois da demissão do general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobrás. Ele foi substituído por Adriano Pires na indicação do controlador para a assembleia. O nome de Pires também não consta do BVD e, pela lei, a Petrobrás não pode mais apresentar outro boletim uma vez que o prazo final de publicação é 20 dias antes da assembleia, segundo reconheceu a própria companhia em nota enviada ao Valor. Pires, depois de passar pelas instâncias de governança da Petrobrás, não deve ter dificuldades de se eleger uma vez que a União, como controladora, garantirá a escolha do executivo na assembleia. O conselho da Petrobras é formado por 11 membros.
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