MESMO SEM DETALHES DO PROJETO, SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE GÁS ATRAVÉS DO CANAL DO PANAMÁ ATRAI EMPRESAS DE TODO MUNDO
Orlando – Por Fabiana Rocha – A direção do Canal do Panamá passou a receber algumas consultas de empresas internacionais assim que iniciou o processo competitivo para selecionar a empresa que projetará, construirá e operará um sistema de gasoduto para transportar gás liquefeito de petróleo (GLP). São empresas de vários países mas, até agora, nenhuma companhia brasileira se mostrou interessada no projeto, mesmo após as primeiras reuniões com as empresas que se mostraram interessadas. O projeto, que deve exigir um investimento entre US$ 4 bilhões e US$ 8 bilhões, faz parte da iniciativa da hidrovia para atender à crescente demanda por serviços, incluindo transbordo, e gerar receita extra, após a expansão de sua área em uma decisão da Suprema Corte no ano passado. Ainda não se tem mais detalhes do projeto, mas os valores anunciados para ele, se for apenas o gasoduto, estaria muito acima das expectativas, dizem especialistas americanos. Eles acreditam que será preciso a construção de duas unidades de recepção e transferência para os navios gaseiros nas duas extremidades . Acreditam também que a opção será pela instalação de tubulações aparentes.
A previsão é de que somente o gasoduto de 2 milhões de barris por dia contribua entre US$ 1 bilhão e US$ 1,2 bilhão para a renda anual da hidrovia, disse Ricaurte Vasquez, chefe do canal. O projeto do gasoduto visa transportar GLP dos EUA com destino à Ásia de um lado a outro do canal. Uma linha de transmissão de energia será construída como parte do plano. Entre as empresas que se reuniram com as autoridades do canal sobre o oleoduto estavam a Exxon, Shell, Energy Transfer , Puma Energy, Mittsubishi e a Sumitomo. O processo de pré-qualificação será o próximo passo. O vencedor deverá ser selecionado no último trimestre de 2026, enquanto um projeto paralelo para construir e operar dois novos portos na área do canal será lançado entre o final deste ano e o início do próximo ano.
O canal prevê um lucro de US$ 3,5 bilhões no ano fiscal encerrado em setembro, em linha com os resultados do ano anterior, disse Vasquez. A consolidação da tonelagem de carga com o recebimento de navios maiores deverá compensar a redução no tráfego no final do ano. “Tivemos uma sazonalidade diferente este ano, com mais cargas sendo transportadas para os Estados Unidos agora, em vez de outubro-dezembro.“
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