MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA FAZ BALANÇO DE 2023 E NÃO MOSTRA NENHUMA DIGITAL DE APOIO AO PROGRAMA NUCLEAR DO PAÍS
O ano de 2023 foi marcado pela retomada de alguns investimentos e a reestruturação de setores do Brasil. O Ministério de Minas e Energia (MME), responsável pelas políticas públicas nas áreas de energia, gás, petróleo, biocombustíveis e mineração, conquistou avanços fundamentais neste ano, como os maiores leilões de linhas de transmissão da história do país – com R$ 40 bilhões em investimentos, o lançamento do maior programa de descarbonização do planeta, o Energias da Amazônia, e o relançamento do Luz Para Todos, tudo isso para consolidar o Brasil como grande celeiro mundial da transição energética. É verdade que fez este esforço, mas no campo fundamental e estratégico da geração nuclear de energia, meio que empurrou com a barriga deixando o tempo passar. O mercado não viu uma digital de Alexandre Silveira como ministro. Em 2024, o mercado espera um posição mais assertiva para desenvolver, não só Angra 3, mas um programa sustentável para os reatores nucleares. Em 2023, mesmo balanço que faz agora, o ministério não destacou uma só palavra para ressaltar os avanços nucleares no Brasil, seja na geração de energia, de saúde, conservação de alimentos ou militar.
Mesmo assim, o ministro Alexandre Silveira disse que “Este ano foi muito desafiador e, ao mesmo tempo, de muita evolução. Investimos fortemente
na elaboração do planejamento estratégico do Ministério, especialmente no que se refere à questão tarifária da energia elétrica, cujo modelo ainda onera sobre o consumidor mais vulnerável. Agora, com toda a estrutura pavimentada, concentramos esforços no investimento do Brasil como o grande celeiro mundial da transição energética, em função das potencialidades naturais que o país possui.”
O ministério diz que para consolidar o Brasil como líder da transição energética, está trabalhando em grandes propostas. Ao todo, já foram anunciados, por exemplo, US$ 30 bilhões em projetos de hidrogênio de baixo carbono no país, viabilizando milhares de empregos, ainda ser vistos, é verdade. Mas está planejado,” finalizou Silveira. Entre os destaques está o Plano de Trabalho Trienal 2023-2025 do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), lançado em agosto. A publicação contempla 65 ações para os próximos três anos relacionadas ao hidrogênio. Dessas, 32 já estão em execução. Uma das prioridades do plano é definir um marco legal-regulatório nacional para o tema. O Projeto de Lei (PL) do Hidrogênio está sendo discutido no âmbito governamental. Retomado pelo MME em agosto deste ano, o Luz para Todos, completou 20 anos em 2023. Para 2024, a meta do Programa Luz para Todos é atender 75 mil unidades consumidoras com o serviço público de distribuição de energia elétrica. Os investimentos previstos chegam à ordem de R$ 2,5 bilhões, beneficiando mais de 300 mil pessoas em áreas rurais e em regiões remotas da Amazônia Legal.
O MME inaugurou também, em junho deste ano, o Linhão de Tucuruí, que interligou cidades do Amazonas e do Pará ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Foram autorizadas as obras do Linhão Manaus-Boa Vista, interligando Roraima ao SIN, acabando com o último isolamento de um estado ao sistema nacional. Serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025. Este ano também marcou a realização dos dois maiores leilões de linhas de transmissão da história do país que, juntos, somam quase R$ 40 bilhões em investimentos, com destaque para a região Nordeste e ampliação do escoamento para energia renovável. Ao todo, serão mais de 10,5 mil quilômetros de linhas de transmissão em diversos estados brasileiros, gerando cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos.
Na área da mineração, objetivo foi fortalecimento da Agência Nacional da Mineração (ANM). Foram equiparados os salários dos servidores da ANM ao das demais agências reguladoras. A discrepância chegou a ser de 40% e o pleito para nivelamento vinha desde 2017. Em novembro, após negociações com o MGI e Ministério da Fazenda, um acordo para a reestruturação remuneratória foi assinado. A equiparação salarial se dará em três partes: sendo a 1ª parcela, de 40%, em janeiro de 2024; a 2ª parcela, de 30%, em janeiro de 2025 e os 30% restantes em janeiro de 2026. Também foi aprovada a Política Nacional dos Atingidos por Barragens (PNAB), aprovada pelo Congresso Nacional. A lei estabelece regras de responsabilidade social que devem ser observadas pelo empreendedor. Também assegura direitos para as populações que sofrem os impactos decorrentes das atividades envolvidas.
Este ano teve a criação do Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro, que vai ajudar o Brasil a atingir as metas internacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Mas ainda é um projeto. A proposta legislativa cria uma série de iniciativas que convergem para a transição energética, como a integração de políticas públicas, a criação de instrumentos para estímulo à produção e uso de novos combustíveis sustentáveis; a criação do marco legal para atividade de Captura e Estocagem Geológica de Dióxido De Carbono (CCS) e para os combustíveis sintéticos; bem como a ampliação do teor de etanol anidro na gasolina. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) também aprovou a antecipação da mistura de biodiesel ao diesel vendido ao consumidor, além de aprovar um grupo de trabalho para estudar a ampliação do teor de etanol na gasolina. Essas medidas tem como objetivo reduzir a importação de combustível fóssil, além de reduzir a emissão de CO2 na atmosfera, contribuindo com a descarbonização do setor de transportes no país.
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