MINISTÉRIO PÚBLICO FECHA ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA COM DOIS EXECUTIVOS DA CAMARGO CORRÊA
O número de pessoas que assinaram acordo de delação premiada com o Ministério Público e a Polícia Federal chegou a 15. Agora, dois dos principais executivos da Camargo Corrêa passaram a integrar a lista, o que deve trazer novos desdobramentos para a Operação Lava Jato, já que eles aceitaram falar também de esquemas de corrupção além dos contratos da Petrobrás, incluindo negócios nas áreas de energia e transportes.
Três executivos da empresa vinham tentando fechar o acordo com o Ministério Público, mas os procuradores relutavam a aceitar enquanto eles não se dispusessem a falar de obras de hidrelétricas, rodovias e ferrovias, além dos contratos do setor de petróleo. Após uma série de tratativas, dois deles, Dalton Avancini (foto), presidente da construtora Camargo Corrêa, e Eduardo Leite, vice-presidente, aceitaram os termos e assinaram os acordos. No entanto, o presidente do conselho de administração da empreiteira, João Ricardo Auler, não teve seu acordo aprovado, porque o Ministério Público considerou que ele não se propôs a contar tudo o que sabe.
Uma das principais razões apontadas para que eles tenham aceitado a delação é o fato de estarem há muitos meses presos, sem vislumbrarem melhoras em suas condições. Além disso, as perspectivas de uma dura condenação, em regime fechado, contribuiu para a decisão.
Na sexta (27), o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que vem liderando o caso na esfera judicial, também ouviu depoimentos de cinco funcionários da Camargo Corrêa.
A entrada de executivos da Camargo Corrêa na lista de delações premiadas está sendo vista como uma nova etapa da operação, já que a empresa fazia parte de grande parte dos maiores contratos com a Petrobrás, além de ser uma das maiores doadoras de recursos para campanhas políticas no País.
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