MINISTÉRIO PÚBLICO FECHA PRIMEIRA LISTA COM 35 DENUNCIADOS POR ESQUEMA NA PETROBRÁS
A primeira lista de pessoas a serem denunciadas pelo Ministério Público Federal já está fechada e conta com 35 nomes, incluindo o ex-diretor de abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, além de executivos de algumas das maiores empreiteiras do país. O ex-diretor de serviços Renato Duque ficou de fora da lista, mas continua sendo alvo das investigações.
Pelas contas da procuradoria, foram desviados R$ 286 milhões com o esquema, sendo que o objetivo é buscar o ressarcimento de R$ 971 milhões. O relatório inicial que embasa a denúncia coletiva apurou 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro, incluindo ainda entre os crimes apontados a acusação de formação de organização criminosa.
As empresas citadas pelos procuradores como presentes nesta primeira lista foram OAS, Camargo Corrêa, UTC, Mendes Jr, Engevix e Galvão Engenharia, todas alvo da sétima etapa da Lava Jato. No entanto, o Ministério Público ressaltou que as empresas ainda não foram alvo das denúncias nessa fase do processo, destacando que essa medida será tomada mais à frente, no momento “oportuno”.
Além disso, os procuradores enfatizaram que mais nomes serão incluídos na lista de denunciados com o prosseguimento das investigações. Na opinião da procuradoria, a prisão dos envolvidos é a melhor opção, por impossibilidade de serem tomadas medidas mais drásticas.
“O ideal seria a rescisão de todos os contratos dessas empresas com órgãos e empresas públicas no País, mas isso é inviável, porque prejudicaria muito a população. A única saída então é a prisão dos envolvidos para que esse sistema não se perpetue”, afirmou o procurador Deltan Dallagnol (foto), reiterando que não existe nenhuma negociação para qualquer tipo de “acordão” com as empresas, o que foi qualificado por ele como algo “imoral e ilegal’.
Dallagnol disse ainda que as investigações comprovaram que empresas simularam um ambiente de competição e que elas definiam quem iria ganhar as licitações em reuniões secretas.
“Sabemos que tinha um regulamento de funcionamento desse cartel”, afirmou, comparando o esquema a um jogo de bingo em que todos sabiam quem ganharia e quanto ganharia. Além disso, o procurador disse que algumas constatações dessas práticas foram feitas pela própria Petrobrás, e que suas descobertas estavam em relatórios que estão sendo apresentados juntamente com os outros documentos.
VEJA A LISTA COMPLETA DOS DENUNCIADOS:
Alberto Youssef, doleiro
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás
Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria
Carlos Alberto Pereira da Costa, representante formal da GFD Investimentos e subordinado de Alberto Youssef
João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, apontado como operador das contas de doleiro Youssef no exterior
Enivaldo Quadrado, ex-dono da corretora Bônus Banval, atuava na área financeira da empresa GDF e foi condenado no processo do mensalão
Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente executivo da Mendes Júnior
Rogério Cunha de Oliveira, diretor da área de óleo e gás da Mendes Júnior
Angelo Alves Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior
Alberto Elísio Vilaça Gomes
José Humberto Cruvinel Resende, da Mendes Júnior
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia
Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico da Engevix
Newton Prado Junior, diretor técnico da Engevix
Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix
Erton Medeiros Fonseca, diretor de negócios da Galvão Engenharia
Jean Alberto Luscher Castro, diretor presidente da Galvão Engenharia
Dario de Queiroz Galvão Filho, da construtora Queiroz Galvão
Eduardo de Queiroz Galvão, da Queiroz Galvão
Antonio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, advogado que teria recebido valores de Youssef
Mário Lúcio de Oliveira, diretor de uma agência de viagens que atuava na empresa GDF, segundo delação de Youssef
Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da construtora UTC
João de Teive e Argollo, diretor de novos negócios na UTC
Sandra Raphael Guimarães
João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa
Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa
Mário Andrade Bonilho, sócio e administrador da empresa Sanko-Sider
Jayme Alves de Oliveira Filho, atuaria com Youssef na lavagem de dinheiro
Adarico Negromonte Filho, apontado como emissário de Youssef
José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da construtora OAS
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS
Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS em SP
José Ricardo Nogueira Breghirolli, apontado como contato de Youssef com a OAS
Fernando Augusto Stremel Andrade, funcionário da OAS
João Alberto Lazzari, representante da OAS
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