EMPRESA BRASILEIRA DESENVOLVE TECNOLOGIA ANTICORROSÃO COM MATERIAL NACIONAL E LEVA PRÊMIO DE INOVAÇÃO DA ANP

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –

Caio - Mei EngenhariaHá quase 30 anos no mercado, a MEI Engenharia foi vencedora da última edição do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica na categoria de desenvolvimentos realizados no Brasil por micro, pequena ou média empresa fornecedora em colaboração com companhia petrolífera. A empresa desenvolveu um revestimento anticorrosivo totalmente nacional para dutos enterrados e submersos, e recuperação de revestimento de dutos, em parceria com a Petrobrás. Esta tecnologia já está sendo usada no gasoduto que liga Caraguatatuba à São José  dos Campos, e está em negociação para implantação no Comperj. Apesar de sua especialidade no ramo energético, o gerente comercial da MEI Engenharia, Caio Eduardo Santo Mauro, comentou que um novo produto deve ser desenvolvido com a Petrobrás, desta vez para o revestimento de estruturas metálicas em zonas de variação de maré.

Que tipo de serviços são prestados pela MEI Engenharia para empresas da cadeia de óleo e gás?

A MEI já está no mercado há quase 30 anos. Nós trabalhamos com serviços de instalações eletromecânicas. Estamos envolvidos em qualquer tipo de processo que inclua infraestrutura e alimentação elétrica e mecânica. Mais especificamente no setor de óleo e gás, nós somos requisitados para projetos de exploração e distribuição.

Quais os maiores clientes da empresa no setor de óleo e gás?

No Brasil, a Petrobrás, sem dúvida alguma, é nosso maior cliente. Mas as construtoras ligadas ao segmento também nos procuram bastante. Entre elas estão OAS, Odebrecht e Camargo Corrêa, por exemplo. 

Pode explicar melhor o projeto vencedor do Prêmio ANP?

Após muitos anos usando as tecnologias já existentes, percebemos a necessidade de desenvolver uma nova tecnologia para substituir, ou ao menos ser uma alternativa, para revestimentos anticorrosivos em juntas de campo soldadas, para dutos enterrados e submersos, e para a recuperação de revestimentos de dutos. Nós usamos poliuréia híbrida, uma tecnologia inovadora para revestimento e impermeabilização, como matéria prima.

Como foi formada a parceria com a Petrobrás para o projeto desenvolvido?

A Petrobrás tem dentro da sua estrutura uma área de desenvolvimento tecnológico que administra uma verba da própria Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o desenvolvimento de tecnologias. Nós então assinamos um termo de cooperação, sem fins lucrativos, para desenvolvermos juntos esta tecnologia. Contamos com uma contribuição intelectual por parte da Petrobrás e com a expertise de dutos da MEI. Até hoje, só existiam soluções importadas para essa tecnologia que desenvolvemos. Nosso produto é 100% nacional, desde o material até as ferramentas utilizadas no processo, obedecendo à lei de conteúdo local. Após chegarmos ao produto final, comprovou-se que o sistema era viável e registramos uma patente em conjunto, 50% para cada empresa.

Algum projeto já está utilizando esse produto?

Algumas obras já usaram, como o gasoduto que liga Caraguatatuba à São José  dos Campos. Também estamos em processo de negociação para utilização desta tecnologia no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Que outros parceiros a empresa tem?

Nós temos parcerias com muitos laboratórios, entre eles o falcão Bauer e do Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Indiretamente, nós desenvolvemos tecnologias para o setor de óleo e gás nesses laboratórios. Por exemplo, para o desenvolvimento de um projeto de produto para piso de plataforma, nós utilizamos esses laboratórios para realização de testes em situações específicas.

Como a empresa avalia o atual momento do mercado de petróleo e gás brasileiro?

O pré-sal nos faz ver um grande potencial no mercado. Já foi feito nos últimos anos um grande investimento na área de exploração e produção, o que nos leva a crer que distribuição e transporte serão as próximas áreas a receber investimento.  O foco da Petrobrás será em infraestrutura.

Qual foi o faturamento da empresa no último ano? Quanto desse faturamento vem do setor de óleo e gás?

Nós alcançamos a marca de € 23 milhões em 2013 (cerca de R$ 76 milhões na cotação atual), dos quais cerca de 15% vêm do setor de óleo e gás. Nosso plano é daqui a dois ou três anos termos aumentado em 20% nosso faturamento com óleo e gás.

Algum novo projeto sendo desenvolvido na área de pesquisa e desenvolvimento?

Estamos discutindo o desenvolvimento de projeto de revestimento para estruturas metálicas em zonas de variação de maré. No entanto, ainda não há confirmação por parte da Petrobrás de que iremos realmente desenvolver este projeto.

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