NAUTICAWT CRIA UNIDADE NO BRASIL COM FOCO EM SERVIÇOS PARA AUMENTO DE PRODUÇÃO E ABANDONO DE CAMPOS
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A NauticAWT, criada a partir da união da empresa Nautic, de Singapura, com a AWT, da Austrália, começou recentemente um ambicioso plano de expansão para a região das Américas, com a abertura do primeiro escritório focado no México, e agora já está dando os primeiros passos no Brasil. Instalada no Rio de Janeiro, sob o comando do diretor de desenvolvimento de negócios, Eric Correia, a companhia tem um vasto portfólio de serviços para o setor de óleo e gás, e pretende focar sua atuação inicial aqui em projetos de aumento da produção em campos nacionais e também no abandono e descomissionamento de campos que estiverem chegando ao fim da vida produtiva. Com cerca de 200 funcionários pelo mundo, espalhados por unidades em Singapura, Austrália, Malásia, Pápua Nova Guiné, Brunei, Índia, Dubai e México, além de um escritório em fase de abertura na Colômbia, a companhia pretende oferecer uma modalidade de contrato em que ela própria poderá financiar os custos do projeto de aumento da produção para as operadoras, recebendo sua parte apenas se o prometido for cumprido, o que deve gerar grande interesse principalmente para as petroleiras independentes, que não contam com tantos recursos. Mas Eric ressalta que o foco deles é voltado a todos os operadores, e destaca como qualidade uma capacidade da empresa de se adaptar ao tamanho do cliente: “O grande diferencial que a gente tem é o fato de não estarmos presos a uma tecnologia. Porque as empresas que oferecem esses serviços trazem seus próprios produtos normalmente, e nós podemos fazer atividades multidisciplinares usando soluções diversificadas, de acordo com o que forem as melhores escolhas para cada caso específico”.
Qual é o interesse da empresa no Brasil?
A NauticAWT surgiu a partir de uma junção de duas empresas: a AWT, da Austrália, e a Nautic, de Singapura. Ela é basicamente uma consultoria para exploração, desenvolvimento e reforma de campos. Principalmente para a extensão de vida deles.
Por que ela veio para o Brasil?
Ela tem três disciplinas que considera o core business. A primeira é subsurface and wells, a segunda é subsea surface facilities, e a terceira é de materiais avançados. A gente veio ao Brasil muito com o conceito de trabalhar no aumento de produção de campos maduros, onshore e offshore, e para poder oferecer produtos e serviços para descomissionamento posterior de campos ativos. Então temos um foco, além da Petrobrás, em todos os outros operadores independentes do Brasil, exatamente para ajudá-los a aumentar a produção e a se prepararem para o abandono do campo posteriormente.
E como foi o processo de vinda para o país?
Há mais de um ano que a gente tem conversado e observando o mercado. Nesse meio tempo, percebeu-se que houve mudanças no mercado nacional, inclusive pela crise, que, apesar de atrapalhar em alguns lados, abre oportunidades em outros. O barril do petróleo chegou a US$ 140 nos últimos anos e depois despencou para US$ 30, então as empresas se viram na obrigação de serem mais eficientes. E, como temos produtos que passam por exploração, perfuração, completação, produção e abandono, achamos que seria o melhor momento para oferecê-los, porque agrega valor ao que o cliente tem. Basicamente produz mais utilizando, se possível, o recurso que ele já tem hoje.
Quais os tipos de contrato que vocês estão buscando nesse momento?
Basicamente contratos de aumento de produção com operadores. Para campos em declínio, maduros ou que não estejam produzindo conforme o esperado. Temos soluções completas com alguns parceiros brasileiros para desenvolvimento de campos. E também para toda a parte de abandono ou abandono temporário.
Qual o diferencial que vocês pretendem trazer em relação às empresas que já fazem esse tipo de serviços aqui?
O grande diferencial que a gente tem é o fato de não estarmos presos a uma tecnologia. Porque as empresas que oferecem esses serviços trazem junto seus próprios produtos normalmente, e nós podemos fazer atividades multidisciplinares usando soluções diversificadas, de acordo com o que forem as melhores escolhas para cada caso específico. Sempre buscando o estado da arte do mercado, o que tem de melhor. Além disso, a gente tem flexibilidade para trabalhar tanto com operadores grandes, quanto com um operador menor, sem estar preso ao recurso em si.
A engenharia é o principal negócio, então?
Somos uma empresa de engenharia e consultoria, formada por técnicos, que trabalham nessas diversas áreas, como subsea surface; reparos de poços e condutores; a parte de reforço estrutural de estruturas antigas, inclusive em condutores e jaquetas; serviço de grouting; avaliação de integridade de dutos submarinos; geologia e geofísica; engenharia de poços e reservatórios; apoio para completação; engenharia de subsolo; intervenções; teste de poço; e uma solução que temos, integrada, em que entramos junto com o operador, aumentamos a produção dele, com recursos próprios, e só depois da comprovação desse aumento é que nós somos reembolsados pela empresa.
Vocês financiam o serviço junto com o operador?
A gente entra como parceiro, para garantir que vai aumentar, financia junto com ele, e depois que o aumento começa a acontecer de fato é que a gente recebe pelo serviço. Na prática, é interessante para ele porque não aumenta o custo mensal.
E se não acontecer o aumento?
Aí ele não paga. Basicamente eu reduzo o risco dele. Obviamente que isso não é para todos os casos, mas temos essa possiblidade para boa parte dos casos no Brasil, principalmente para os pequenos operadores presentes no País, com destaque para os campos onshore no Nordeste. Para eles isso é bem interessante.
Já estão negociando parcerias para a atuação local?
Já temos parcerias locais com algumas empresas. Estamos terminando a assinatura de contrato com três empresas locais e a ideia é crescer com elas. Uma delas é a Gaia. É uma parceira local para os serviços que dizem respeito a subsurface and wells.
Elas vão fazer a execução do serviço?
A ideia é que deem suporte local em geral, incluindo a parte operacional. A Gaia, inclusive, tem uma área, a Horton, que tem muita sinergia com o que a gente faz. Eles praticamente completam o nosso serviço, então estamos trabalhando com eles neste sentido.
Em que passo está a operação?
Estamos finalizando o processo de abertura da empresa nas próximas semanas e já estamos em negociação para alguns projetos no Brasil. Na prática, já podemos operar, por conta das parcerias que já têm contratos assinados.
Qual a expectativa em relação ao mercado brasileiro nesses primeiros anos?
A gente tem bastante esperança em duas áreas em questão. A de aumento de produção, que é mais que uma demanda, e sim uma necessidade. Tanto para a Petrobrás, quanto para outros operadores, que pegaram campos que não eram comercialmente viáveis para a Petrobrás. E também a futura leva de descomissionamento. Porque, a partir do momento que se têm campos maduros, eles precisarão ser fechados no futuro, e existem requerimentos legais, de meio ambiente, que precisam ser seguidos. Então, conseguir fazer esse serviço num custo que caiba dentro do orçamento dos operadores, integrado com o aumento de produção, é muito interessante. Porque esse aumento também financia o descomissionamento, com a extensão da vida durante um tempo.
Qual o tamanho da NauticAWT no mundo atualmente?
Hoje temos cerca de 200 funcionários no mundo, com unidades em Singapura, Austrália, Malásia, Pápua Nova Guiné, Brunei, Índia, Dubai e México. A empresa é originária da Ásia e optou por se expandir mais nas Américas, começando pelo México, e agora com escritórios sendo abertos no Brasil e na Colômbia. É uma empresa que está apostando muito nessa região, incluindo o mercado norte-americano, tanto com foco no onshore, como no offshore.
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