NOVA FASE DA LAVA JATO CUMPRE MANDADOS RELACIONADOS À DIRETORIA DE SERVIÇOS DA PETROBRÁS

A Lava Jato voltou com tudo esta semana e realiza a 30ª fase nesta terça-feira (24), em sequência à ocorrida na segunda (23), mirando contratos da área de serviços da Petrobrás, com foco no período em que o já condenado Renato Duque comandava a diretoria. Os alvos principais desta nova etapa, batizada de “Operação Vício”, são as empresas Apolo Tubulars e Confab, que receberam mais de R$ 5 bilhões com os contratos celebrados com a Petrobrás entre 2009 e 2013. Ao todo, elas repassaram propinas que superam o valor de R$ 40 milhões.

Segundo as investigações, os executivos da Apolo procuraram, em 2009, o lobista Júlio Camargo e pediram um auxílio para serem contratados pela Petrobrás. Camargo então pediu a ajuda do ex-diretor Renato Duque e, com isso, a empresa auferiu um contrato de R$ 462 milhões com a estatal. A partir de então, foram pagos cerca de R$ 6,7 milhões em propinas. A Confab também buscou auxílio de Renato Duque, no ano de 2006, para que ele mantivesse uma regra de conteúdo nacional na Petrobrás. A meta da empresa é que, com base nessa norma, ela conseguiria mais lucro com os contratos com a estatal.

A Operação Vício está dividida em dois procedimentos. No primeiro, envolvendo a Confab e a Apolo, foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão, nove de prisão coercitiva e dois de prisão preventiva – para Flávio Henrique de Oliveira e Eduardo Aparecido de Meira, donos da empresa Credencial. O outro procedimento investiga indícios de corrupção na contratação dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. O alvo principal desta investigação é o ex-funcionário da Petrobrás Demarco Epifanio, que não foi encontrado durante as buscas realizadas pelos agentes da PF e que, supostamente, estaria no exterior.

De acordo com os investigadores, há indícios de que houve participação do ex-ministro José Dirceu e de Renato duque, ambos já condenados na Lava Jato, sendo que os mandados de condução coercitiva também incluem dois funcionários da Petrobrás. Dirceu teria recebido pagamentos em dinheiro e por meio da celebração de contratos com a empresa Credencial.

Além de identificar duas empresas fornecedoras de tubos envolvidas nos pagamentos de propinas para a obtenção de contratos, a Operação também aponta para a existência de uma construtora de fachada, que era utilizada para desvios em diversos esquemas, por meio de contratos “ideologicamente falsos”.

A descoberta de mais essas ramificações dos malfeitos que atingiram a Petrobrás foram fruto de uma série de delações premiadas de executivos que atuaram em negócios com a diretoria de serviços da estatal.