NOVA FASE DA LAVA JATO CUMPRE SEIS MANDADOS DE PRISÃO E 15 DE BUSCA E APREENSÃO
A Operação Lava Jato voltou ao ritmo acelerado antes do carnaval e deflagrou uma nova fase, a 22ª, na manhã desta quarta-feira (27), com o objetivo de cumprir 23 mandados judiciais. Do total, seis deles são de prisão temporária, 15 de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. O foco principal das atividades, que envolve 80 policiais federais, é no estado de São Paulo, entre a capital, Santo André e São Bernardo do Campo. Há também mandados sendo cumpridos em Joaçaba, no estado de Santa Catarina.
As prisões temporárias já realizadas envolveram Neuci Warken, Ricardo Honório Neto e Renata Pereira Brito. A primeira dos três nomes, Neuci Warken, consta como proprietária do Triplex 163 B no Condomínio Solaris, da OAS, no Guarujá. Os indícios apurados pelos investigadores apontam que o apartamento seria ligado a familiares do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, que já presidiu a Bancoop, e foi preso pela Lava Jato em 2015. Atualmente ele está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, em Curitiba.
Além disso, foram conduzidos coercitivamente Eliana Pinheiro de Freitas e Rodrigo Andrés Hernandez, enquanto foi lançado registro no controle de fronteiras para identificação de Maria Mercedez Quijano e Ademir Auada, assim que entrarem no País. Já Luis Fernando Hernandez Rivero, que está entre os alvos dos mandados de prisão temporária, ainda não foi localizado.
O título escolhido para a nova fase da Lava Jato foi Triplo X, ainda sem uma explicação formal dada pelos investigadores, mas apontado como referente a um apartamento tríplex construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), um dos alvos da operação, e pela OAS. As investigações buscam informações complementares às acusações de que a empreiteira destinaria a cobertura de três andares à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O apartamento que seria do ex-presidente, segundo as investigações, é o tríplex 164 A, na torre vizinha à de Neuci Warken.
Outro foco da operação é a empresa Mossack Fonseca, utilizada para abrir offshores, e uma dessas offshores abertas por ela, a Murray. As investigações apuram a forma como a Murray adquiriu unidades imobiliárias da Bancoop/OAS, com o intuito de descobrir se elas foram usadas como fachada para o repasse de propina relativa a contratos da Petrobrás.
De acordo com os investigadores, a Mossack Fonseca foi responsável pela abertura de offshores do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, do lobista Mário Goes e do ex-gerente executivo da estatal Pedro Barusco.
Os presos pela Operação Triplo X serão levados para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba, sendo que os crimes investigados na atual fase são corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
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