NOVAS GRAVAÇÕES DE SERGIO MACHADO COMPLICAM AINDA MAIS RENAN CALHEIROS E JOSÉ SARNEY
A caravana das gravações não para mais e novos áudios voltaram a complicar o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente José Sarney, em conversas com o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, que teve sua delação premiada homologada pelo STF nos últimos dias. No diálogo, os dois caciques do PMDB falam sobre formas possíveis de interferir na Operação Lava Jato para ajudar Machado.
Um dos trechos, revelados pelos telejornais da TV Globo, mostra o ex-executivo da Transpetro falando sobre como podem fazer para que seu caso não caia nas mãos do juiz Sergio Moro, ao que Sarney retruca dizendo para ele procurar o ex-ministro do STJ Cesar Asfor Rocha, porque ele teria influência junto ao ministro do STF Teori Zavascki.
“O Cesar não tem acesso ao Teori não. Tem?”, questiona Machado, logo após Sarney ter mencionado o ex-ministro e pouco antes de responder: “Tem total acesso ao Teori. Muito muito muito muito acesso, muito acesso. Eu preciso falar com Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar”.
Numa outra conversa, desta vez incluindo o presidente do Senado, Sarney diz que Renan o lembrou de outro nome que poderia ajudar junto a Teori: o advogado Eduardo Ferrão, que tem um escritório com atuação em São Paulo e Brasília.
Há um diálogo também mencionando a presidente afastada Dilma Rousseff, em que Sarney a acusa de ter tratado diretamente com a Odebrecht sobre pagamentos para o marqueteiro João Santana.
“A Odebrecht […] vão abrir, vão contar tudo. Vão livrar a cara do Lula. E vão pegar a Dilma. Porque quem tratou diretamente sobre o pagamento do João Santana foi ela. Então eles vão fazer. Porque isso tudo foi muito ruim pra eles”, diz.
Renan se defendeu e disse que as investigações da Lava Jato são intocáveis, enquanto Sarney afirmou que estava sendo solidário a Machado. Já a defesa de Dilma afirmou que as doações para campanha foram todas formalizadas e feitas de forma legal.
O advogado Eduardo Ferrão emitiu uma nota sobre a citação de seu nome nas conversas:
“Em relação à referência a meu nome em diálogos veiculados pela imprensa, esclareço que em nenhum momento fui procurado por quem quer que seja para tratar do assunto ali mencionado. E mesmo que o fosse, rejeitaria veementemente solicitação de tal natureza.”
A assessoria do ex-ministro do STJ, Cesar Asfor Rocha, também divulgou uma nota sobre a citação nos diálogos:
“A respeito da transcrição de gravações que teriam sido feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com alguns políticos, o advogado Cesar Asfor Rocha contesta terminantemente que tenha sido procurado, em qualquer tempo e por qualquer pessoa, para tratar dos assuntos aludidos. Nega, com igual veemência, que tenha conversado sobre o tema com qualquer ministro do Supremo Tribunal Federal ou com qualquer outro Magistrado. Repudia, por fim, as ilações injuriosas precipitadamente extraídas da simples menção a seu nome em conversas de terceiros.”
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