NUCLEP MIRA EM NOVOS CONTRATOS COM INB E ENTREGARÁ COMPONENTES PARA ANGRA 3 ESTE ANO
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) terá um ano movimentado e espera que 2017 também traga novos negócios. A empresa tem atualmente contratos com a Eletronuclear relacionados a componentes de Angra 3. Até o final deste ano, deve entregar o terceiro condensador da usina nuclear, além de oito acumuladores – também com previsão de conclusão para o final do ano. Segundo o presidente da Nuclep, Liberal Zanelatto, a companhia também está buscando celebrar novos contratos de manutenção e fabricação com as Indústrias Nucleares do Brasil (INB). “A INB também está querendo ter uma nova linha de fabricação de combustível nuclear e nós produziríamos componentes para essa unidade“, explicou Zanelatto. O executivo avalia ainda que o Brasil precisa urgentemente despertar para a importância de construir novas usinas nucleares, garantindo a segurança energética da nação. “Se o Brasil tivesse em crescimento econômico há algum tempo, talvez já estaria estrangulado por falta de energia. Então, quanto antes o governo tomar a decisão, melhor será para todos nós“, afirmou.
Quais são os principais projetos da Nuclep atualmente?
A Nuclep hoje tem dois clientes principais. O primeiro é a Eletronuclear, o contrato dos componentes de Angra 3. Estamos concluindo a fabricação dos condensadores. São três unidades, sendo que duas já foram entregues. Este contrato é de R$ 50 milhões. A última será entregue até o final do ano. E tem também o contrato de R$ 20 milhões dos acumuladores, que são oito unidades que serão entregues até o final desse ano. Tem ainda o terceiro contrato de suportes especiais, só que esse tem um tempo um pouco maior e será estendido até 2018. Mas estamos rigorosamente em dia com os acordos firmados com a Eletronuclear.
O segundo cliente importante é a Marinha do Brasil, que hoje está dando maior receita para a empresa. O contrato é para a fabricação dos cascos dos submarinos classe Scorpéne. São quatro submarinos e nós já entregamos o primeiro casco. O segundo atingiu 100% e o terceiro está em torno de 90%, com previsão de conclusão até agosto. O quarto será concluído até o ano que vem. Estamos aguardando agora a construção do casco do submarino nuclear, que deve começar por uma sessão de qualificação para depois assinarmos o contrato do casco propriamente dito. Ainda não está assinado, as negociações começaram. A sessão de qualificação deve ser no início do ano que vem, provavelmente.
Nós temos ainda o contrato em andamento com o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTM-SP), que tem responsabilidade do desenvolvimento do submarino nuclear. Estamos fabricando componentes para o Laboratório de Geração de Energia Nuclelétrica (Labgene). A previsão de entrega é para o meio deste ano. E temos os dois componentes da planta de propulsão do submarino nuclear, que é o vaso de pressão do reator e os dois geradores de vapor. São contratos que vamos terminar até o começo de 2019. Em paralelo, temos procurado estreitar cada vez mais as nossas obrigações com a INB e também com a Eletronuclear, tentando trazer novos contratos.
A capacidade da Nuclep está totalmente tomada?
Não, temos algo em torno de 75%. O que temos feito é acelerar os projetos em andamento. Temos expectativas de assinar alguns contratos com a INB e com o CTM-SP.
Que tipo de contratos vocês esperam celebrar com a INB e CTM-SP?
Esperamos assinar o contrato de manutenção de um equipamento que fabricamos, o AutoClave*. E temos ainda a possibilidade de fabricação de equipamentos específicos, como vaso de geometria segura. A INB também está querendo ter uma nova linha de fabricação de combustível nuclear e nós produziríamos componentes para essa unidade. Para o CTM-SP, seriam alguns componentes de algumas empresas, como tanques e alguns vasos. Estamos trabalhando para tentar conquistar alguns serviços nessa área.
Em relação aos contratos com a Eletronuclear, a Nuclep está adiantada, mas a obra de Angra está parada. Isso afetou a empresa de alguma maneira?
Não, apenas houve a extensão do prazo de execução. De ponto de vista de execução, estamos continuando normalmente. Os pagamentos que temos direito estão sendo feitos. Para nós, não teve efeito nenhum. Até porque, para a Eletronuclear é uma garantia ter o equipamento pronto, porque quando os problemas forem resolvidos, ela poderá começar a instalação.
Qual a importância de novas usinas nucleares no Brasil?
As usinas nucleares são as usinas de base. Em um país em que o potencial hidrelétrico está praticamente esgotado, com a crise hídrica afetando de maneira muito intensa nossa vida, a construção de usinas vem fortalecer a disponibilidade de energia. Se o Brasil tivesse em crescimento econômico há algum tempo, talvez já estaria estrangulado por falta de energia. Então, quanto antes o governo tomar a decisão, melhor será para todos nós.
Como o senhor enxerga a ideia de parcerias entre o setor privado e a Eletronuclear para as usinas?
Eu vejo como algo bom porque flexibiliza o trabalho e dá muita oportunidade. Acho que acaba complementando. A Nuclep também tem buscado parcerias. É o caso da área de óleo e gás, onde fizemos alguns projetos em parceria com empresas privadas desde 2011. Tivemos trabalhos na P-51, P-56, P-58, P-62, FPSOs Cidade de Mangaratiba, Cidade de Paraty, Cidade de Maricá, Cidade de Saquarema… A gente desenvolveu um trabalho que conseguiu atingir, junto com empresas privadas, um nível de qualidade e de prazo de execução adequados ao que a Petrobrás esperava.
De que forma o senhor avalia a postura da Petrobrás de levar as obras ao exterior?
Isso acaba sendo um retrocesso. Porque se tivesse feito continuamente essa parte de conteúdo nacional, possibilitaria a melhora dos fabricantes brasileiros. Eu acho que ela poderia ter colocado mais exigências para o fornecedor brasileiro para diminuir o gap de distância de preços praticados aqui e no exterior. Esse seria o caminho para a indústria brasileira atender os prazos.
A Nuclep chegou a ter conversa com os players internacionais que estão cotando para o FPSO de Libra?
Sim, tivemos conversas com a Modec, que apresentou interesse por nós.
Recentemente ocorreu a indicação de três novos diretores da Nuclep, contrariando as regras da comissão de seleção. Foi claramente uma indicação política, não levando em conta o cuidado com tudo que prevê a cartilha. Como o senhor viu essa pressão política?
O que eu posso dizer institucionalmente é que nós torcemos para que ocorram boas indicações para a Nuclep. O caminho inicial é do governo, mas esperamos que os indicados passem pela comissão de elegibilidade e preencham os requisitos. O governo tem feito esforço para tirar a participação política e esperamos que isso aconteça. A Nuclep é uma companhia estratégica. O que ela produz, o parque industrial que tem e o material humano que possui não são encontrados em qualquer lugar no Brasil. Não existe uma outra empresa como a Nuclep no Brasil. Para o País, seria uma pena se a Nuclep não continuasse no caminho que está hoje.
Qual a expectativa em relação aos próximos anos da Nuclep? Como que o governo pode dar suporte para que a empresa ganhe ainda mais espaço?
Torcemos muito para que se construam novas usinas nucleares. Sabemos que talvez nem nesse governo e nem no próximo teremos isso. Mas seria uma mola propulsora grande. Também esperamos que o projeto do submarino nuclear, com a Marinha, continue com a velocidade planejada para que possamos ter bastante trabalho e tecnologia.
*Equipamentos fabricados em inúmeros tamanhos e formas que trabalham em diversas temperaturas, dependendo dos materiais que irão processar ou esterilizar.
O grupo que está no comando da NUCLEP hoje está lá desde os primeiros dias do Governo Lula. A Nuclep era presidida até janeiro de 2017 por Jaime Wallwitz Cardoso, que estava há 13 anos no cargo nomeado pelo então Presidente Lula. Jaimão tem um curriculum invejável. Com nome de guerra “Marcelo” foi membro da Ação Popular (AP) nos anos 60, foi preso e torturado pela Marinha no início dos anos 70, juntamente com Vanda como era conhecida a Ex-Presidente Dilma Roussef, fato do qual se orgulha muito, depois exilado. Recebeu treinamento terrorista e de guerrilha na Coréia do Norte,… Read more »
Cala essa tua boca suja, seu picareta safado !!!
Boa quais as expectativas para os milhares de desempregados? Quais as empresas privadas que prestam serviços à NUCLEP atualmente? Como podemos participar dos processos de recrutamento e seleção? Obrigado.
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Como vai ficar a situação dos colaboradores que executaram o concurso público em 2014 colocado a público pela banca dá bio rio? Até o momento chamarão muitos cargos de nível superior, e não vejo tanta prioridade nas contratações de chão de fábrica, existem funções dentro dá empresa que estão sendo esquecidas a tempos, isso não é uma crítica e sim um alerta pois obras são tocadas por não de obra direta como por exemplo: caldeireiro,soldador,operador de máquinas de conformação,traçador, maçariqueiro, operador de movimentação de cargas, operador. De tratamento térmico e etc…No momento venho acompanhando e vejo muitas contratações de nível:… Read more »
A núclep vai chama mais cargos de nível médio do concurso de 2014?
Gostaria saber qual a pretenção da nuclep em relação a contratação do pessoal que prestou concurso 2014? vão chamar? quando? cargo de Eletricista Industrial