JUIZ SÉRGIO MORO ACOLHE DENÚNCIA E VOLTA A TRANSFORMAR DIRCEU E DUQUE EM RÉUS POR DESVIOS EM CONTRATOS DE TUBOS NA PETROBRÁS
O ex- ministro José Dirceu pode até receber o perdão do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pelos crimes cometidos por ele no processo do Mensalão, mesmo muito antes de ter cumprido toda a pena a que foi condenado por desviar dinheiro para comprar políticos da base aliada do primeiro governo Lula, mas dificilmente terá a mesma compreensão do juiz federal Sérgio Moro. Moro já o condenou a mais de 20 anos e nesta quarta-feira, 29, acolheu uma nova denúncia contra o mesmo ex-ministro José Dirceu e o ex-diretor de Serviços da Petrobrás, Renato Duque, por corrupção e lavagem de dinheiro. Eles voltaram a virar réus ao lado de outros cinco investigados.
O ex-ministro está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde 3 de agosto de 2015, quando foi capturado na Operação Pixuleco, desdobramento da Lava Jato. Nesta nova acusação, a Procuradoria da República acusa Dirceu do recebimento de R$ 2 milhões em propina do esquema Petrobrás.
Segundo a Procuradoria, durante as investigações no âmbito da operação Lava Jato, foi comprovado que os executivos da empresa Apolo Tubulars, Carlos Eduardo de Sá Baptista e Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares, interessados em entrar em grandes contratos com a Petrobrás, solicitaram a intervenção de Júlio Gerin de Almeida Camargo junto a Renato Duque para que a empresa fosse beneficiada pela estatal. Foram pagos em propina mais de R$ 7 milhões. Renato Duque, como responsável pela Diretoria de Serviços da Petrobrás, possibilitou a contratação da Apolo Tubulars em contrato de fornecimento de tubos com valor inicial de R$ 255 milhões, que foi maximizado para o valor acima de R$ 450 milhões. Os investigadores afirmam que Renato Duque solicitou a Júlio Camargo que parcela da propina fosse repassada ao núcleo político capitaneado por José Dirceu. Cerca de 30% dos valores recebidos por Júlio Camargo, o que equivale a R$ 2,1 milhões foram transferidos ao ex-ministro da Casa Civil. Para dissimular os repasses de vantagens indevidas, Júlio Camargo custeou despesas decorrentes da utilização de duas aeronaves por José Dirceu. O lobista também teria providenciado a transferência de valores para José Dirceu, mediante contrato falso celebrado entre as empresas Credencial – controlada por Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo.
Deixe seu comentário