O MERCADO AMERICANO ESPERA QUE A EXXON POSSA SER A PRÓXIMA GIGANTE DO PETRÓLEO A ROMPER CONTRATOS COM A RÚSSIA
Com o barril de petróleo acima de US$ 100, os gigantes ocidentais de petróleo e gás, um a um, estão saindo do setor de combustível fóssil na Rússia ou de associações com empresas russas. Uma série de medidas que podem impor golpes significativos ao setor de petróleo e gás do país. Primeiro foi a BP: no domingo, a corporação britânica de combustíveis fósseis anunciou que deixaria sua participação de 19,75% na Rosneft, uma empresa de petróleo com sede em Moscou. A norueguesa Equinor seguiu o exemplo, anunciando que interromperia todas as atividades comerciais na Rússia, incluindo sua parceria com a Rosneft. Ontem, foi a Shell e espera-se que a Exxon faça o mesmo com sua participação no petróleo russo montada globalmente. Todos os olhos estão voltados para o que a gigante americana irá fazer.
Para lembrar, a Exxon tem laços profundos com a Rússia. O ex-CEO, Rex Tillerson, tornou-se essencialmente secretário de Estado de Donald Trump com base em sua experiência de política externa com a Exxon na Rússia. Em 2012, Tillerson e Putin se encontraram para uma cerimônia de assinatura da parceria da Exxon com a Rosneft. As medidas podem resultar em um enorme golpe financeiro para as empresas que estão saindo: ao cortar os laços com a Rússia, a BP está abrindo mão do lucro e de um terço de sua capacidade de produção que colheu da empresa. Mas o CEO Bernard Looney disse em um comunicado que a decisão seria benéfica a longo prazo: “Nossa prioridade imediata é cuidar de nosso grande povo na região e faremos o possível para apoiá-los. Também estamos analisando como a BP pode apoiar o esforço humanitário mais amplo.”
A medida representa o fim de uma longa era de lucro dos mercados russos para a BP e um momento histórico para o setor ocidental de petróleo e gás em geral. Embora a BP tenha dito nada sobre como se livrará de suas ações na Rússia, isso significa perdas financeiras para a empresa. Os impactos que os desinvestimentos representam para o petróleo da Rússia são significativos. As empresas de petróleo e gás dos EUA oferecem a eles a infraestrutura e o conhecimento tecnológico necessários para continuar a perfurar petróleo em locais de difícil acesso.
Outra repercussão foi a decisão das duas maiores empresas de transporte marítimo no mundo, Maersk e MSC Cargo, que anunciaram a suspensão de serviços na Rússia nesta terça-feira (1º). A dinamarquesa Maersk, confirmou a suspensão temporária de toda a movimentação de contêineres de e para a Rússia, aprofundando o isolamento do país na sequência a invasão à Ucrânia. As consequências logísticas para a Rússia serão enormes. Também a suíça MSC Cargo, maior empresa global de transporte de contêineres marítimos em capacidade, disse em um comunicado aos seus clientes que a partir de hoje ( 1)adotou uma “parada temporária em todas as reservas de carga de e para a Rússia.”
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